Inteligência artificial não é o futuro dos negócios: é o presente, aponta Head da Adtail Bruno Mello 29 de setembro de 2023

Inteligência artificial não é o futuro dos negócios: é o presente, aponta Head da Adtail

         

Rebeca Duarte, Head Digital Planning, aponta como a tecnologia está inserida no mercado e o que isso significa para diferentes setores e profissionais

Inteligência artificial não é o futuro dos negócios: é o presente, aponta Head da Adtail
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Entre as diversas conversas sobre inteligência artificial acontecendo ao redor do mundo, estimuladas principalmente pelo sucesso das IAs generativas como ChatGPT e Bard, o tópico mais comum costuma ser o impacto dessas tecnologias no futuro. Muitas pessoas não sabem, entretanto, que as IAs já estão sendo utilizadas no dia a dia de vários negócios. Segundo a consultoria Deloitte, o investimento médio em inteligência artificial na maioria das organizações fica entre US$ 500 mil e US$ 5 milhões.

Rebeca Duarte, Head Digital Planning da agência full service Adtail, afirma que essas transformações no mercado acontecem o tempo todo, diante dos nossos olhos, mas que nem sempre recebem a devida atenção. “No digital tudo flui muito rapidamente e acabamos nem percebendo quantos recursos de IA, automação e aprendizado de máquina já fazem parte do cotidiano. Mesmo que estejam na ponta dos nossos dedos, o que acontece quando acessamos alguns sites, apps e redes sociais”, comenta.

A impressão que as novas ferramentas de IA generativa estão causando fazem com que a tecnologia pareça muito mais recente do que realmente é, ao menos sua base, que já vem sendo estudada e aplicada em diferentes soluções há anos. “Hoje, estamos aplicando as inteligências generativas, que são capazes de processar uma quantidade imensa de dados, em atividades práticas. Isso acaba tornando-as mais ‘visíveis’ do que quando ficam apenas por trás dos processos, por assim dizer, e essa parte mais prática, sim, é novidade”, explica Rebeca.

“Mas, ainda que exista muita experimentação acontecendo, este é um momento muito significativo que surge da construção dessa tecnologia até aqui. Por isso não vejo como apenas ‘o começo’ da inteligência artificial. É o meio de um caminho que pode ser ainda super longo, mas que já vem sendo percorrido há bastante tempo”. A profissional ressalta, ainda, que as IAs são um apoio para os processos, um meio para a otimização, e não um fim. “Trata-se de uma ampliação de possibilidades, de maneiras que estão sempre evoluindo. Nesse sentido, acredito que o futuro reserva ainda muitas surpresas”, reflete Rebeca.

Exemplos de inteligência artificial que já estão presentes nos negócios incluem ferramentas de reconhecimento de padrões de comportamento dos usuários em sites e principalmente e-commerces. É a IA que identifica o histórico de navegação ou de compra e recomenda produtos e serviços com base nisso, de forma similar ao que é feito em serviços de streaming. Mais recentemente, os chats 100% autônomos também vem se destacando no e-commerce, de acordo com Rebeca, “capaz de tirar dúvidas, interagir e se comportar como um vendedor na conversa com o potencial cliente”.

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Mesmo as IAs generativas, recém-famosas, já estão sendo aplicadas no dia a dia de algumas empresas. Os usos vão desde a adaptação de formatos de mensagens (por exemplo, transformar texto corrido em tópicos, ou de informal para formal), até

compilados rápidos a partir de alto volume de dados. O destravamento de ideias de pautas, como em um brainstorming, também é uma utilização cada vez mais popular.

Profissionais e as IAs

Apesar de existirem muitas preocupações sobre a inteligência artificial e o futuro do trabalho, a verdade é que, para a maioria que atua com o mundo digital, as IAs foram e são bem recebidas. Conforme os anos passam, mais e mais setores se encontram no digital, de uma maneira ou de outra. Portanto, a aceitação da IA ainda pode se expandir.

“Vejo esse acolhimento como um reflexo da busca por eficiência e diferenciação das marcas no mercado, afinal, ninguém quer ficar para trás”, comenta Rebeca. “O fácil acesso a ferramentas com IA generativa, por exemplo, despontou como possibilidade de acelerar os negócios. Mas é claro que existem alguns contratempos ocorrendo, possivelmente causados pela rapidez do mercado”.

No Marketing, campo de expertise de Rebeca, um exemplo desses contratempos está nas tentativas de utilizar ferramentas de IA para realizar trabalhos que elas não conseguem no momento. “Tão logo a inteligência artificial generativa se popularizou, já começaram a surgir as ‘fórmulas mágicas’ de como substituir trabalhos complexos feitos por profissionais capacitados. É uma efervescência de possibilidades ainda não consolidadas, e é preciso cuidado ao navegar nesses caminhos. As marcas já sabem que precisam olhar para IA com atenção para não perder espaço, mas ainda não estão estruturadas para aplicar de forma constante nos seus fluxos”, explica a especialista.

O Marketing é tão amplo quanto profundo, ou seja, existe muito espaço para desenvolver conhecimento, cruzar metodologias e testar estratégias em diferentes disciplinas. O que os profissionais devem fazer, então, é se manter abertos para a tecnologia, mas de forma equilibrada, buscando encontrar as soluções ideais e não apenas entrar em um barco apenas porque ele está navegando.

“Nosso papel está centrado em fazer avaliações críticas e transformar esse universo de possibilidades em estruturas organizadas, seguras e responsáveis. Essa é a hora de testar, inovar e propor aplicações que realmente fazem a diferença nos modelos de trabalho, tanto otimizando rotinas profissionais quanto trazendo mais eficiência para os projetos. Estratégia, análise e criatividade são, mais do que nunca, habilidades imprescindíveis para os profissionais — do presente e do futuro”, conclui Rebeca.

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