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Empresas ajustam estratégias de marketing digital para um mundo sem cookies

Empresas ajustam estratégias de marketing digital para um mundo sem cookies


Google adia bloqueio de dados para 2023, mas especialistas já indicam coleta de informações pelos anunciantes

E-commerce cresce e exige nova estratégia no Brasil
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Após acordo do Google com a Autoridade de Competição e Mercados do Reino Unido (CMA), realizado em junho deste ano, a gigante de tecnologia adiou o processo de bloqueio de cookies de empresas de publicidade que coletam dados de usuários de internet para 2023. O procedimento estava previsto para janeiro de 2022. Com isso, os anunciantes ganharam mais tempo para se preparem para o novo cenário e reavaliarem as estratégias de marketing digital.

O acordo que adia o bloqueio é resultado da pressão dos rivais sobre a intenção do Google de aumentar a hegemonia no mercado de publicidade digital, criando uma tecnologia nova de rastreio de comportamento de usuários e protegendo sua privacidade.

O impacto dessa mudança, segundo o Statcounter, atinge 65% dos usuários de internet no mundo, que usam o navegador Google Chrome, seguido pelo Safari, com 19%, e Firefox, com 3%, sendo que os dois últimos navegadores já acabaram com cookies e não substituíram por outra tecnologia.

Para a publicidade digital brasileira, que em 2020 movimentou mais de R$ 3,8 bilhões, segundo o levantamento da CENP Meios, os formatos de mídia como displays, vídeos e áudios são responsáveis por 67,4% do total de investimentos. Eles são extremamente dependentes de cookies para segmentar os conteúdos na web para o público mais adequado para as marcas.

“Os anunciantes precisarão investir desde já na coleta e tratamento de dados dos seus consumidores para realizarem campanhas de mídia de performance em um mundo sem cookies”, comenta Rodrigo Vivian, gerente de mídia digital da Agência3.

Apesar de toda a discussão, a mudança vai acontecer e terá impacto direto na estratégia de marketing e publicidade no ambiente digital. Nesse contexto, o desafio do mercado é se preparar para um momento em que marcas precisarão mais do que nunca falar com o consumidor de forma certeira e contextualizada.

Willian Rocha, líder do YAW, unidade de data analytics da Agência3, compartilha importantes medidas que anunciantes precisam incluir imediatamente na construção de estratégias de marketing digital: “As empresas precisam trazer a privacidade para dentro da sua estratégia de marketing. Com a criação da LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados] em 2020, é necessário investir tempo, recursos e tecnologia para assegurar a privacidade dos consumidores”, acredita. 

Para Rocha, também é essencial repensar a jornada do consumidor. “As empresas precisam se concentrar na coleta e análise de dados mais rápidas enquanto as jornadas do cliente estão em andamento e se esforçar para aperfeiçoar a personalização imediata e no contexto”, pontua. Para melhorar a jornada, ele indica unificar os dados dos consumidores. “Vale investir em plataformas de CDP (Customer Data Platform), que permitem entender melhor o perfil do consumidor e unificar suas informações de diferentes pontos de contato”, aconselha. 

Outra indicação do especialista é investir em uma equipe de Customer Insights, isto é, profissionais de dados que analisam o comportamento dos consumidores. Isso permite extrair valiosos aprendizados para construção de ofertas, produtos, conteúdo e experiências mais atrativas para os diferentes tipos de clientes.



Website: https://www.agencia3.com.br


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