Mudanças nos carrinhos de compras do consumidor 7 de maio de 2018

Mudanças nos carrinhos de compras do consumidor

         

Produtos congelados sofrem redução no consumo, por causa de maior preocupação com a saúde, contenção de despesas e efeito “gourmet” do hábito de cozinhar

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O brasileiro tem repensado suas escolhas para abastecer o lar. Os pratos prontos, por exemplo, vêm perdendo espaço no carrinho do consumidor, por causa de uma tríade de fatores, segundo aponta a pesquisa “Tendências e Comportamento do Consumidor”, realizada pela Associação Paulista de Supermercados em conjunto com o Ibope Inteligência. O levantamento foi apresentado nesta segunda, dia 7, durante a abertura da APAS Show, evento do setor supermercadista que acontece em São Paulo até o próximo dia 10 de maio.

Apesar de os supermercados serem o canal favorito para a compra dos famosos “congelados prontos para consumo” (88% dos consumidores declaram comprar o alimento nestas lojas), 46% deles reduziram a aquisição desses alimentos devido a contenção de gastos, maior preocupação com a saúde na alimentação e a “gourmetização” do hábito de cozinhar, fomentada por reality shows culinários.

Outra categoria que representa uma oportunidade para o setor é hortifrúti. Um total de 57% dos consumidores opta por comprar frutas, legumes e verduras em supermercados, o que significa que 47% deles adquirem esses alimentos em outros lugares – como feiras livres, por exemplo.

Digital ainda precisa evoluir
O abastecimento do lar feito por meio de compras online ainda terá uma longa jornada pela frente. Segundo a pesquisa realizada pelas APAS, ao final de 2017, essas transações contabilizam apenas 2% do montante gerado pelos supermercados, tendo homens jovens das classes AB como os compradores mais frequentes desse canal.

Apesar da crise ter dado mais peso à pesquisa de preços, a busca online por esses valores é realizada por apenas 12% dos consumidores. Esse comportamento é mais visto entre os mais jovens (20%) e por parte dos integrantes da classe AB (23%).

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A visita ao supermercado para se informar sobre os preços é feita por 58% dos participantes do estudo e esse percentual é maior entre os que compõem a base da pirâmide (DE) – 67% deles consultam valores no próprio estabelecimento. Apenas 4% dos membros desse segmento realizam pesquisas online de preços para compras de supermercado.

Comportamento do consumidor nos supermercados
A ida ao supermercado é um evento que ocorre na companhia de alguém para 59% dos consumidores. Segundo mais da metade dos entrevistados (57%), o cônjuge é a principal companhia na hora das compras, sobretudo para 66% dos casais mais maduros, na faixa entre 35 e 44 anos. Os filhos representam um percentual de 28% das companhias nas visitas aos estabelecimentos.

A pesquisa aponta que, em média, os brasileiros vão quatro vezes ao mês ao supermercado, sendo a “compra do mês” a mais importante desse fluxo. A diferença desta compra planejada é pouca entre os estratos sociais – 56% para os integrantes das classes AB e 48% para os membros da base da pirâmide (DE).

Em relação à fidelidade, 64% dos brasileiros frequentam dois ou mais supermercados para abastecer seus lares. Os sábados despontam como o dia predileto para as compras de 27% dos brasileiros, enquanto 22% declaram não ter um dia favorito para visitar os supermercados. As terças e quintas representam datas com potencial a ser explorado, pois são os dias com menos adesão dos consumidores, segundo a pesquisa.

A pesquisa também trouxe algumas diferenças no comportamento do consumidor em relação ao gênero do shopper. Segundo o estudo, o fator conveniência é relevante para os homens, que dão preferências a fatores que colaborem para tornar o processo de compra mais ágil, como facilidade na entrada e saída dos supermercados, estacionamentos, além de pronto atendimento em áreas como açougue. Já as mulheres dão importância a atributos como limpeza, qualidade dos produtos e ofertas vantajosas para seu bolso.

Números do setor
Em 2017, os supermercados geraram um faturamento de R$ 353,2 bilhões, o que representa 5,4% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB). Apenas o estado de São Paulo contribuiu para gerar R$ 103,13 bilhões no período, o que representou 29% do faturamento de todo o setor no Brasil.

Ao contrário das expectativas ruins de mercado de trabalho, o setor supermercadista gerou no último ano 1,8 milhões de empregos diretos e alcançou a marca de 89.368 unidades abertas no Brasil. Em São Paulo, os supermercados geraram em 2017 8.592 novos postos de empregos diretos em um total de 25.112 lojas.

Confira a cobertura completa da APAS Show no Blog da APAS.


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