“Adotar tecnologia é possível, mas ainda temos medo”, diz CEO da Cake ERP Bruno Mello 17 de janeiro de 2023

“Adotar tecnologia é possível, mas ainda temos medo”, diz CEO da Cake ERP

         

Participante da edição 2023 do NRF Retail's Big Show, empresa brasileira faz curadoria de soluções tecnológicas que podem ser aproveitadas pelo varejo

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Começou no último sábado (14), em Nova Iorque, o evento NRF Retail’s Big Show – um oásis para varejistas do mundo inteiro que viajam à Grande Maçã em busca de novas maravilhas tecnológicas para incrementar a produtividade dos negócios.

Neste ano, que deu início ao período “pós-pandemia”, os expositores participantes responderam à mudança de realidade provocada pelas dificuldades enfrentadas globalmente pelos lojistas nos últimos dois anos. Como um reflexo do momento de reinvenção do varejo nos Estados Unidos, destacam-se os estandes que exibem soluções baseadas em automatização e Inteligência Artificial, voltadas para a melhoria da experiência do consumidor, como tendências de mercado para os próximos anos.

Atentas às novas tecnologias, empresas brasileiras, como a Cake ERP, buscam entender como as tendências podem ajudar a melhorar o panorama do varejo no Brasil – onde a cultura varejista ainda impõe dificuldades para a implementação de novas ferramentas. “Buscamos entender um pouco mais sobre as dores e as preocupações do varejo e enxergar se estamos no caminho certo para resolvê-las. O grande desafio é ajudar o varejo a ser mais produtivo e rentável. Para fazer isso é preciso entender quais são as tendências e inovações para melhorar os negócios“, afirma Grasiela Tesser, CEO do Cake ERP, em conversa com o Clube Mundo do Marketing.

Inovações para todos os gostos

Em uma missão de curadoria técnica, nesta edição do NRF, a Cake ERP visitará mais de 800 pontos voltados para a exposição de produtos de tecnologia aplicável ao varejo. Um destes locais é o Innovation Lab, área dedicada à inovação de propriedade da NRF. Por si só, as tecnologias expostas nesta área não são novidades inéditas – por isso, o que chama a atenção é a aceleração da sensação de possibilidade. Um dos produtos expostos no laboratório, o carro autônomo de entregas é um exemplo de solução que, se aproximando da realidade, bate à porta dos varejistas.

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Chamam atenção, também, os estandes que empregam hologramas para chamar a atenção dos consumidores que transitam pelo local em prol de um feito cada vez mais necessário para a consumação das vendas. “É uma projeção em uma tela com profundidade, que dá a sensação de que estamos falando com alguém real. Vários estandes trouxeram isso como uma forma de engajar. Existem muitas soluções voltadas para o engajamento. Vemos muita sinalização digital, telas para todos os lados e muita interação para engajar o consumidor, pois esse é o grande desafio, engajar e fazer o consumidor comprar”, pontua Grasiela.

Sem grandes pirotecnias, as inovações são aplicáveis a uma gama diversa de segmentos e, cada vez mais, elevam a análise de dados ao status de bússola. “Focamos bastante em soluções que trabalham com análise de dados porque o Analytics é a grande onda, e podemos ver a aplicação: o resultado trazido para o negócio. Vimos, também, soluções com inteligência artificial aplicada. Sabemos que dá resultado, mas não conseguíamos aplicar efetivamente. O que vimos agora é que isso se aplica a todos os segmentos – retaguarda, PDV, CRM. São muitas soluções tentando fazer a jornada do cliente ser mais inteligente usando Inteligência Artificial”, acrescenta a CEO.

Reflexos das dificuldades pela pandemia, as inovações buscam incrementar a performance em prol da recuperação saudável dos negócios impactados não só pelo período de restrições, mas também pelo momento econômico instável em solo americano. “No fim do dia, é tudo sobre produtividade – como gerar resultados para um negócio porque, por aqui, eles estão apavorados em busca destes resultados”, conclui.

Evolução das soluções e o panorama brasileiro

Comparando as soluções apresentadas durante a NRF em 2022 com o evento deste ano, nota-se a rápida aceitação dos itens exibidos outrora. “No ano passado, nós vimos uma solução que era uma balança, para supermercados, que conseguia identificar com um sensor o produto que estava sendo pesado. Neste ano, todo mundo já tem isso: todas as balanças são capazes de fazer a leitura e descobrir por conta própria se o que está na sacola é uma banana, uma maçã ou um pimentão”, conta Grasiela.

Mais do que bem aceitas, as inovações apresentam potencial – e também necessidades – para evoluções capazes de oferecer mais segurança para as transações entre varejistas e consumidores. “Agora, todo mundo quer uma solução para prevenir perdas e fraudes. Não basta só a balança conseguir pesar – a tecnologia já está olhando para toda a parte de imagem e selfscan para garantir que, se um cliente colocou dois ítens no meu carrinho, e por algum motivo escondeu um item, o sistema será capaz de identificar”, comenta.

A boa notícia é que as inovações apresentadas em Nova Iorque não devem demorar para chegar ao Brasil – ou, pelo menos, não deveriam. Para a Cake ERP, a adoção de inovações depende, entre outras coisas, da mentalidade do varejista. “No Brasil, em uma cidade com 600 mil habitantes, tivemos o primeiro supermercado com tecnologia de self checkout há três meses. Por outro lado, em uma outra cidade de um estado vizinho, de 60 mil habitantes, o self checkout já está disponível em alguns mercados há três anos”, exemplifica a CEO.

Embora o custo de adaptação de soluções mais sofisticadas possa significar uma barreira para os pequenos varejistas – que podem ser beneficiados por soluções igualmente eficientes, oferecidas por startups – o varejo médio brasileiro tem condições para implementar algumas dessas tecnologias para facilitar a vida do consumidor. “Já existe a possibilidade de adoção das tecnologias que vemos na NRF, porque existem soluções para todos os gostos e bolsos. A questão passa por perder o medo quanto à adoção da tecnologia. Mesmo assim, das tecnologias e soluções que estamos vendo por aqui, acredito que todas chegarão ao Brasil”, finaliza a CEO.

Durante a conversa com o Clube Mundo do Marketing, Grasiela Tesser abordou cenários para a aplicação de tecnologias para o PDV. Confira os insights trazidos pela CEO.

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*Com supervisão de Bruno Mello e Priscilla Oliveira


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