<p>S&atilde;o Paulo est&aacute; abrindo literalmente as portas para a nova classe m&eacute;dia brasileira. Em outubro de 2010, o bairro de Santo Amaro inaugura o Mais Shopping Largo 13, aposta da REP Centros Comerciais que investiu R$ 200 milh&otilde;es no novo centro de compras. O empreendimento &eacute; voltado para a classe C e dar&aacute; espa&ccedil;o para micro-empresas montarem seus pontos-de-venda com custo menor que os tradicionais shoppings.</p> <p>Ser&atilde;o mais de 400 lojas e &eacute; claro que as grandes marcas como Magazine Luiza, McDonald&rsquo;s, Bob&rsquo;s, Chilli Beans, O Botic&aacute;rio, Casa do P&atilde;o de Queijo, Giraffas e Drogaria SP est&atilde;o entre as principais. Por&eacute;m, para estas grandes companhias, o valor n&atilde;o ser&aacute; diferente dos shoppings convencionais. Isto porque o Mais Shopping ter&aacute; espa&ccedil;os padronizados para os lojistas de micro-empresa.</p> <p>Posicionado estrategicamente em um p&oacute;lo comercial da capital paulista, no Largo 13 de Maio, o Mais Shopping Largo 13 oferecer&aacute; lojas modulares, convencionais, &acirc;ncoras, quiosques, al&eacute;m de oito salas de cinema. Mas afinal, ser&aacute; que a classe C se sentir&aacute; exclu&iacute;da e achar&aacute; que se trata de um empreendimento taxativo?</p> <p style="text-align: center"><img alt="Shopping para a classe C: sucesso ou exclus&atilde;o?" width="500" height="353" src="/images/materias/mais_shopping_projeto.jpg" /></p> <p><strong>Exclus&atilde;o X variedade<br /> </strong>Na opini&atilde;o da professora de Marketing da ESPM Rio, Cec&iacute;lia Mattoso, sim. &ldquo;N&atilde;o vejo com bons olhos um shopping exclusivo para a classe C. Fica excludente ou taxativo, olhando o consumidor como se fosse um comprador diferente do restante, mas que na verdade n&atilde;o &eacute;&rdquo;, diz. Por outro lado, Cec&iacute;lia cr&ecirc; que pode ser uma boa alternativa para quem gosta de moda e n&atilde;o tem acesso &agrave;s lojas mais famosas.</p> <p>Este &eacute; um dos atrativos que o CEO da REP Centros Comerciais, Marcos Romiti, destaca. &ldquo;Este p&uacute;blico gosta de variedade e com comerciantes menores de micro-empresa o valor das mercadorias s&atilde;o mais atrativos e eles j&aacute; sabem trabalhar com este p&uacute;blico&rdquo;, discorda o executivo.</p> <p>Segundo Cec&iacute;lia, a classe C quer se sentir inclu&iacute;da e o consumo d&aacute; a ela um passaporte para a classe m&eacute;dia. &ldquo;Essa classe emergente, como toda passagem, tem que se firmar. Por isso &eacute; importante para eles estarem na moda e este shopping pode transmitir isso&rdquo;, pondera a professora.</p> <p><strong><img alt="Shopping para a classe C: sucesso ou exclus&atilde;o?" align="left" width="150" height="231" src="/images/materias/mais_shopping_marcos_romiti.jpg" />Foco na classe C</strong><br /> O projeto do Mais Shopping Largo 13 &eacute; baseado em um modelo j&aacute; existente em Porto Alegre, o Shopping Total, por onde passam cerca de 900 mil consumidores por m&ecirc;s. &ldquo;L&aacute; acontece a cada seis meses um grande evento de promo&ccedil;&atilde;o para o p&uacute;blico com exposi&ccedil;&atilde;o de produtos do lado de fora das lojas. Usaremos este tipo de evento no Mais Shopping&rdquo;, explica Romiti em entrevista ao Mundo do Marketing.</p> <p>Al&eacute;m do Shopping Total, outros centros comerciais serviram de modelo para o desenvolvimento do empreendimento para a classe C. Tamb&eacute;m assinado pela REP, os CCSs (Shopping Centers de Comunidade) buscam a conveni&ecirc;ncia para o p&uacute;blico. &ldquo;A diferen&ccedil;a para o Mais Shopping &eacute; que o CCS &eacute; voltado para cidades menores e para as compras do dia-a-dia&rdquo;, avalia Romiti (foto).</p> <p>Para os lojistas de micro-empresa o empreendimento que ser&aacute; lan&ccedil;ado pela REP oferece pre&ccedil;o fixo de aluguel. As lojas de 8,6 m&sup2; – as modulares &ndash; ser&atilde;o entregues com vitrine, piso, ilumina&ccedil;&atilde;o e ar condicionado central. O valor do aluguel &eacute; definido pelo tamanho das lojas e para as modulares o custo de ocupa&ccedil;&atilde;o &eacute; de R$ 3 mil. &ldquo;Nos shoppings convencionais o lojista paga um aluguel base mais um percentual de condom&iacute;nio e o fundo de promo&ccedil;&atilde;o. Para o pequeno lojista fica complicado e inviabiliza a loca&ccedil;&atilde;o. Ele precisa ter certeza de quanto vai pagar e n&atilde;o quer ter nenhuma surpresa no fim do m&ecirc;s&rdquo;, salienta o CEO da REP.</p> <p><strong>Tamanho &eacute; documento?<br /> </strong>Ser&aacute; que com pontos-de-venda menores que os convencionais a classe C n&atilde;o se sentiria estereotipada como consumidores de menor import&acirc;ncia? &ldquo;N&atilde;o vejo com maus olhos uma loja menor porque, se est&aacute; cheia, o consumidor estar&aacute; validando e pensa que se errar na compra, n&atilde;o estar&aacute; errando sozinho&rdquo;, aponta a professora da ESPM Rio.</p> <p>Lojas perif&eacute;ricas como CVC e McDonald's ter&atilde;o contratos normais, iguais aos feitos em shoppings convencionais. Mas toda a regra tem a sua exce&ccedil;&atilde;o. &ldquo;O Botic&aacute;rio preferiu ficar em PDVs para micro-empresas. Diferente de uma loja de cal&ccedil;ados que precisa necessariamente de uma &aacute;rea grande para estoque&rdquo;, ressalta Marcos Romiti.</p> <p>Pol&ecirc;mico ou n&atilde;o, o fato &eacute; que outras cidades do pa&iacute;s receber&atilde;o seus empreendimentos voltados para a classe C em breve. Segundo Romiti, existem dois projetos em andamento e bem encaminhados. &ldquo;Temos mais dois projetos neste formato para 2010 e 2011. O pr&oacute;ximo ser&aacute; em Niter&oacute;i, no Rio de Janeiro, e em 2011 pretendemos inaugurar mais um em S&atilde;o Paulo, na Zona Leste&rdquo;, adianta o executivo.</p>
Shopping para a classe C: sucesso ou exclusão?
16 de novembro de 2009
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