Retrato e perspectivas para o mercado de bens duráveis 14 de novembro de 2013

Retrato e perspectivas para o mercado de bens duráveis

         

Manifestações de junho impactaram o varejo, mas vendas se recuperaram nos meses posteriores. Linha branca deve sofrer redução em 2014 e TVs de tela fina lideram intenção de compra

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pesquisa ,brasil,gfk,bens duráveis,linha branca,linha marrom,Oliver Roemerscheidt,Alex IvanovO mercado de bens duráveis registra um crescimento de 6% em relação a 2012. Mesmo com as manifestações de junho impactando o cotidiano do varejo brasileiro, as vendas se recuperaram nos meses seguintes. Cerca de 14% dos consumidores deixaram de adquirir bens duráveis naquele período, mas as compras foram feitas na sequência. Para os próximos anos, a expectativa é de crescimento expressivo no e-commerce com a ampliação de equipes e centros de distribuição, uma maior variedade de sortimentos e a entrada de novos players.

Em 2013, o consumo de 75 categorias de produtos mensuradas pela GfK passou de R$ 62,5 bilhões para R$ 66,2 bilhões. Nesse cenário, a intenção de compra pela internet se destaca, sendo o local escolhido por 44% dos consumidores, que buscam conveniência, melhores preços e variedade. Outros 25% disseram que não sabem onde vão comprar, 19% mencionaram shoppings e, 13%, lojas de rua. Para 2014, a linha branca deve sofrer retração enquanto a linha marrom terá destaque principalmente em televisões de tela fina, por conta da Copa do Mundo.

Sobre a percepção da renda familiar, 46% dos entrevistados afirmam que, pagando as contas, sobra pouco dinheiro. Cerca de 22% deles pagam as contas e conseguem economizar, mas 16% não tem verba suficiente para pagar as contas e outros 16%  conseguem pagar apenas as contas de casa. Ao mesmo tempo, metade dos brasileiros acredita que sua situação financeira melhorou em relação aos dois últimos anos e 83% são otimistas quanto ao futuro.

TV e notebooks ainda são prioridade no Brasil
O mercado de eletrônicos no país cresceu 12% em relação ao ano anterior. Embora as manifestações possam ter adiado as compras, elas não deixaram de acontecer, compensando as perdas do período. “As perdas com os protestos foram de R$ 8,4 milhões, mas a previsão é que, até o final do ano, o setor feche com mais de R$ 83,5 bilhões em faturamento”, diz Alex Ivanov, Gerente de Home & Life Style da GfK, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A televisão de tela fina está presente em 83% dos domicílios nacionais, mas, mesmo assim, continua sendo o item com maior intenção de compra nos próximos meses, chegando a 32%. Quanto aos smartphones, 65% possuem o aparelho e 30% almejam adquiri-lo em breve. Os notebooks estão presentes em 75% dos lares e ficam em terceiro lugar na intenção de compra, com 24%. Disponíveis em 44% dos domicílios, os tablets são desejados por 22% dos entrevistados.

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Em termos globais, os smartphones e os tablets são as duas categorias que se destacam nas vendas. Na América Latina, no entanto, a situação é diferente. “Aqui, as televisões e os notebooks têm muita importância, o que não se repete em nenhuma outra região do planeta. De fato, o consumo desses dois eletrônicos está muito acima da média e quem puxa isso é o Brasil”, comenta Alex Ivanov.

Linha branca deve sofrer redução, mas não em todos os itens
De 2009 até o final de 2012, os produtos da linha branca passaram por um período de muito crescimento com as reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) promovidas pelo governo. Nos últimos cinco anos, foram vendidas 30 milhões de geladeiras, o que representa uma para cada dois domicílios no país. “O parque instalado de linha branca está relativamente novo nos lares. Isso também é uma explicação para o mercado pender um pouco para baixo a partir de 2013”, avalia Oliver Roemerscheidt, Gerente de Digital da GfK.

A exceção fica por conta das lavadoras de roupa, que, com uma penetração de 55% nos lares brasileiros, continuam tendo aumento em suas vendas. “Temos aí um mercado que não é de substituição, mas de crescimento orgânico. Ao contrário das geladeiras, que são uma necessidade básica. Se alguém precisa de uma porque a que tem em casa quebrou, terá de comprar havendo ou não manifestações na rua”, explica.

Se a compra de itens da linha branca vem caindo, a de eletroportáteis tem aumentado. Com uma cozinha já equipada com geladeira e fogão recém-comprados, os consumidores buscam agora produtos considerados “satélites”. “É um multiprocessador, um liquidificador ou uma fritadeira sem óleo, que é uma grande tendência do mercado. Como o mais básico já começa a estar presente nos lares, muito do consumo está indo agora para o menos essencial”, diz Oliver Roemerscheidt.

Copa do Mundo da Fifa e sua influência no consumo
Para 2014, a expectativa é que primeiro semestre seja muito forte nas vendas de televisões de tela plana em razão da Copa do Mundo da Fifa 2014. “Tendo em mente o evento esportivo, a pesquisa perguntou aos entrevistados que produto comprariam e em que época do ano. Televisão de tela fina foi a resposta de 44% deles e 50% disseram entre janeiro e março. Mas uma coisa é o que os consumidores declaram e a outra é o que eles fazem, porque acabam deixando para a última hora”, pondera Alex Ivanov.

Cerca de 30% dos entrevistados não têm a intenção de comprar um produto específico para a Copa do Mundo, mas outros 15% pretendem adquirir um home theater, 11% uma câmera digital e 11%, uma filmadora. A televisão de tela fina mantém a sua liderança em três regiões do país: 59% no Nordeste, seguido por 52% no Norte, 50% no Centro-Oeste, 39% no Sul e 36% no Sudeste.

O consumidor que tem dinheiro no bolso provavelmente escolherá comprar antes uma televisão, deixando a aquisição de uma nova geladeira para o segundo semestre. “Na Copa do Mundo, a geladeira vai competir com a televisão quando o investimento for de R$ 1.500,00 ou R$ 2.000,00. Ele pode postergar, mas não deixará de fazer a aquisição do refrigerador”, prevê Oliver Roemerscheidt.

Leia mais: Com a Copa do Mundo, 2014 será o ano da televisão de tela fina. Conteúdo exclusivo para assinantes + Mundo do Marketing. Acesse aqui.

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