R$ 6 mil em um negócio que não foi à frente. E saímos ganhando 23 de agosto de 2017

R$ 6 mil em um negócio que não foi à frente. E saímos ganhando

         

A conta é maior, se considerar o tempo dos sócios, mas poderia ser ainda mais custoso se não houvéssemos abandado a ideia logo no começo. Recuar é tão importante quanto persistir

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Na vida empreendedora, uma das principais características de quem tem sucesso é a persistência. Nenhum negócio nasce dando certo de cara. Pode até começar bem, mas a caminhada até o resultado positivo é grande, árdua e precisa de muita resiliência. A atitude de não desistir é uma das principais de um empreendedor e muito se fala sobre ela em qualquer conversa ou palestra sobre o tema. O que quase nunca se comenta é sobre a atitude de desistir – tão importante quanto persistir.

Para o ser humano em geral, desistir de algo é quase sinônimo de fracassar e, por isso, é tão difícil para nós assumirmos e termos coragem de abandonar um negócio ou uma ideia. Quando um produto sai de linha logo tachamos de fracassado. Talvez sim, mas pode ser que ele já tenha atingindo o break even e tudo que se faça a partir de então dará prejuízo por uma série de razões. É como fabricar carroças em um mundo motorizado. Chega uma hora que simplesmente não dá mais. É o que vai acontecer com carros à combustão com o avanço dos carros elétricos. É preciso saber a hora de parar. Portanto, é melhor tirar o time de campo enquanto o resultado é bom.

Bom, você deve estar se perguntando: O que isso tem a ver com título de que investimos R$ 6 mil em um negócio que não foi para frente? Acontecem tantos fatos e histórias em nossa vida profissional que se fôssemos registrar tudo daria um livro. Esta é apenas mais uma entre tantas, mas que deixa exatamente o ensinamento dos parágrafos anteriores. Nos idos de 2011, um amigo que estava abrindo uma empresa com um outro amigo dele na área de turismo me chamou para criar um novo canal de conteúdo para este mercado.

A ideia era muito boa. Fizemos algumas reuniões e pensamos em um nome bem interessante que faria um bom sucesso. Partimos logo para a abertura da empresa, contrato social, papeladas, desenhamos um protótipo do que seria o negócio online, mas a ideia acabou esfriando. Éramos (somos ainda) três executivos cujos seus principais negócios (ou empregos) tomavam boa parte do tempo. Era preciso investir mais tempo e dinheiro. Porém, em dado momento, percebemos que talvez o negócio não fosse para frente justamente pela falta de dedicação dos sócios e de mais investimento. No fundo, a ideia era boa, mas não valia tanto a pena. Foi aí que desistirmos.

Os R$ 6 mil foram consumidos apenas em burocracia. Mas se fôssemos contabilizar o tempo dos três sócios e o protótipo desenvolvido dentro de casa, certamente este investimento poderia ser multiplicado minimamente em 10 vezes. O ponto é que se continuássemos investindo, das duas uma: poderia dar certo, mas poderia também dar errado. E como é muito mais difícil dar certo, hoje, seis anos depois, acredito que nós saímos ganhando mesmo tendo investindo os tais seis mil reais, pois poderia ter sido muito mais.

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Foi um acerto? Foi um fracasso? Olhando para hoje e diante de tantas iniciativas que temos, prefiro ficar com a reflexão do começo do texto. Tão importante quanto avançar é recuar. Tendo que se desdobrar entre mais de uma atividade, sei o quanto é importante ter foco e o quão é difícil fazer um negócio prosperar sem a devida atenção e estruturação por completo. Somos, aliás, experts em iniciativas, mas muito pouco efetivos em “acabativas”. E são elas que fazem a diferença. Um negócio, produto, serviço ou marca de sucesso não se faz da noite para o dia. É preciso dizer não também. Um não é tão importante e fundamental quanto um sim. Mais nãos do que sim, para falar a verdade.


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