Quem influencia mais? Uma marca ou um influenciador? Bruno Mello 28 de março de 2022

Quem influencia mais? Uma marca ou um influenciador?

         

Bruno Mello levanta a questão se o peso da influência de empresas na vida das pessoas é o mesmo de uma pessoa física

Quem influencia mais? Uma marca ou um influenciador?
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Outro dia estava almoçando com um diretor de uma grande marca mundial quando começamos a falar sobre as redes sociais e seus influenciadores. Como responsável por liderar uma marca na mente e no bolso dos consumidores, esse executivo tem a posição de que uma empresa pode e deve ter a mesma influência e engajamento que as pessoas conquistaram ao se tornarem influenciadores digitais.

Eu discordei, concordando. Afinal, este é o papel dele e de todo profissional de Marketing: buscar influência e engajamento dia e noite para suas marcas. Ele está certo em perseverar neste objetivo para a marca que cuida, mas, olhando para os números e para o comportamento nas redes sociais, é impossível uma marca ter a mesma influência que uma pessoa.

Você sabe: pessoas se conectam com pessoas. Por mais que muitas marcas tenham se humanizado, criando os seus próprios influenciadores – como no célebre caso do Magalu, ou até mesmo uma Netflix onde ela própria é a influenciadora –, o espelho social no fundo sai ganhando.

Esses dois casos de sucesso são exemplos muito bons. São as maiores marcas neste universo digital. Vamos fazer uma comparação com o Instagram, que é a rede social onde conseguimos agrupar o maior volume de pessoas neste Brasil? A Netflix tem 29,8 milhões de seguidores, enquanto a Bruna Marquezine tem 42,5 milhões.

No Twitter, a marca ganha, mas a proporção não é tão maior assim: são 18,7 milhões de seguidores da marca x 10,3 milhões da atriz. Poderia ter pego como exemplo o Whindersson Nunes, pois está ainda mais alinhado com a Netflix no quesito marca versus influenciador e, assim como a Bruna, todos estão no universo do entretenimento.

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Não estou dizendo que o trabalho das marcas é pior ou inferior ao dos influenciadores. Não. Tanto que Magalu e Netflix estão aí para dizer o contrário e são maiores do que muitos famosos e celebridades juntos. O ponto é que é muito mais difícil. E a dificuldade, concordando com o Diretor de Marketing que citei no começo, está dentro das próprias marcas. Aqui está o desafio. É uma questão de cultura. E isso leva tempo para mudar.

Ou você nasce digital, ou se adapta muito rápido, ou vai ficar para trás. O caso entre o Nubank e o Itaú é um outro bom exemplo. O banco roxo tem 2,4 milhões de seguidores, enquanto o laranja tem 783 mil no Instagram. Este caso vale uma outra boa reflexão. Aqui temos que olhar também para o perfil do cliente e para a própria estratégia que o Nubank desenvolveu desde o começo para ganhar espaço, essencialmente focada no digital.

Todos os dois juntos, no entanto, perdem para o Thiago Nigro, o famoso Primo Rico tem 6,1 milhões de seguidores no Instagram. Mais uma vez, estamos falando de pessoas e algo agora em comum, foco no digital e uma cultura diferente que, no início, deu muito mais tração para todos os influenciadores e marcas desafiantes como a própria Netflix e o Magalu.

Vamos voltar ao título “Quem influencia mais? Uma marca ou um influenciador?”. A resposta para esta pergunta é: nenhum nem outro, mas sim quem faz o melhor trabalho. Todos os exemplos aqui são de casos de sucesso. Eles fizeram e fazem um bom trabalho no digital. E, para além de citar estratégias de influência ou de engajamento, todos que obtiveram sucesso têm um DNA digital muito forte e, sobretudo, se posicionaram com estratégias para as redes sociais. Esse é o “segredo”, eles surfaram e surfam muito bem nestas ondas.


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