Qual a relação entre o seu cachorro e ESG e o que você tem a ver com isso? Bruno Mello 27 de junho de 2023

Qual a relação entre o seu cachorro e ESG e o que você tem a ver com isso?

         

Adalberto Generoso fala da relação ambiental do ser humano e como ela foi construída - e evoluída - ao longo dos anos

Qual a relação entre o seu cachorro e ESG e o que você tem a ver com isso
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Aqui em casa tem uma cadelinha que anda atrás de mim pisando em meus calcanhares aonde quer que eu vá. Se você gosta de cães e tem um, provavelmente já passou por isso. Alguma vez se perguntou por que os cães gostam tanto da gente?

O cão foi a primeira espécie “domesticada” pelos humanos há 15.000 anos, originário dos lobos que se aproximavam das enormes pilhas de rejeitos deixados pelos caçadores primitivos após a caça, a fim de obter restos fáceis de comida. O que é lixo para uns é comida para outros. Acabaram, enfim, por perder o medo e daí virarem “melhores companheiros da humanidade” foi um passo.

Portanto, cães gostam de nós porque somos especializados em criar lixo. Os animais não criam lixo. Os restos que deixam sempre são absorvidos pela natureza. Nós, entretanto, criamos montanhas de plástico nos aterros, rios e mares. Nossas latas de aço se decompõem, mas deixam metais pesados que contaminam o solo e o lençol freático.

Até nosso papel ao decompor-se gera gases tóxicos para a atmosfera, somando-se aos já deixados nela por nossos automóveis, navios, aviões, vacas…

Até 28 de julho de 2022 estimativas das ONG Global Footprint Network e WWF afirmavam que a humanidade havia utilizado em apenas 7 meses “tudo o que os ecossistemas podem regenerar no espaço de um ano”. Ou seja, seriam necessárias 1,75 Terras para suprir de forma sustentável, as necessidades da população do planeta, que nesse mesmo ano chegou a 8 bilhões de pessoas!

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É como se uma família esgotasse tudo que possui em 7 meses e nos outros 5 ficasse em “hibernação” sem comer, consumir nada e inclusive, sem respirar! Portanto, muitas pessoas = muito consumo = muito lixo. Um círculo extremamente vicioso.

O ambiente está se deteriorando, o aquecimento global prova isso. Não dá para continuar assim.

Se você não vive em Marte, já deve ter lido ou ouvido que governos, organizações sem fins lucrativos, empresas e inúmeras pessoas estão preocupados com essa situação. Mas será suficiente apenas ficar preocupado? O que se está fazendo para atacar o cerne do problema? Não devemos todos preocupar-nos e fazermos algo? Afinal estamos no mesmo barco e ele está “afundando”! O que estamos eu e você fazendo para evitar o fim da sociedade como a conhecemos?

Não é problema dos outros. É nosso! Qualquer reciclagem e redução de consumo, fazer mais com menos, já ajuda.

Pode não ser fácil manter-se nesse rumo, mas é indispensável. Sem isso adeus mundo, pessoas e empresas. Não queremos voltar à idade da pedra ou ir ao mundo retratado no filme Mad Max, não é mesmo?

Ok, mas e o que a ESG tem a ver com isso tudo?

Fazendo a parte delas, muitas organizações estão aderindo ao que se chama ESG (Environmental, social, and corporate governance em inglês) ou Ambiental, Social e Governança em português. Não é modismo. É uma necessidade premente.

A Eco-92, evento que aconteceu no Rio de Janeiro (a ideia em si é antiga), trouxe destaque para os impactos dos problemas ambientais e colocou o tema na cena corporativa, dando magnitude para a sustentabilidade.

Dentre os 3 pilares da agenda ESG, governança corporativa é o aspecto mais deficitário nas grandes corporações, concluíram 50,8% dos respondentes da pesquisa feita pela ACE Cortex.

A governança tem grande abrangência, desde políticas contra o trabalho forçado e infantil, anticorrupção, antissuborno, antidiscriminatórias, condutas com fornecedores até compliance e LGPD. Uma organização que tem seus processos de governança corporativa em ordem, frequentemente é saudável e faz coisas igualmente saudáveis acontecerem dentro da sociedade.

Apenas para citar um exemplo, os desafios para uma grande corporação diante da falta de governança de seus ativos digitais (fotos, documentos, áudio, entre outros), podem gerar um custo de até R$1,5 milhões por ano, em minha última estimativa, devido à ineficiência operacional. Distribuição e compartilhamento de ativos digitais sem controle e segurança, uso indevido de materiais: versão, vigência e restrição, materiais descentralizados, custos diretos/indiretos para encontrar e distribuir materiais. Em suma, muito retrabalho, muita energia elétrica gasta, impressões em papel desnecessárias, horas desperdiçadas de funcionários, que poderiam estar fazendo algo mais útil para a corporação.

Como reduzir esse custo de maneira inteligente e sustentável?

Com um DAM (Digital Asset Management – Gestão de Ativos Digitais), que permite a manipulação de enormes quantidades de ativos digitais com segurança, escalabilidade e rastreabilidade, utilizando a I.A. para isso.

Esse é apenas um exemplo do que uma organização pode adotar para fazer sua parte. Logística reversa e teletrabalho são outros exemplos.

Queremos viver bem durante nossa vida, com parentes, amigos e animais de estimação ao nosso lado, como minha cadelinha do início do texto. Mas para isso governo, empresas e a sociedade inteira tem de atuar em conjunto, para evitar o desperdício de recursos.

O planeta e seu meio ambiente, a humanidade e as gerações futuras agradecerão.

*Adalberto Generoso é cofundador e CEO da Yapoli, principal referência em gestão de ativos digitais do Brasil, uma das 100 Startups To Watch 2022 da Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Startup destaque do ano pela Darwin Startups e TOP 6 Martechs da 100 Open Startups. É empreendedor serial e tem mais de 10 anos de experiência do marketing ao digital. Já ganhou 3 Cannes Lions e mais 10 prêmios internacionais de publicidade digital. Foi um dos idealizadores do GuiaBolso e ex-sócio e CMO da Cheftime, foodtech adquirida em 2019 pelo GPA. Além disso, é mentor de marketing, tecnologia e growth para empresas e atua como palestrante para a turma do curso de Marketing Digital do Núcleo de Empreendedorismo Tech da USP.

Adalberto Generoso


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