Profissionais de Marketing têm paixão, mas se sentem desvalorizados 18 de outubro de 2017

Profissionais de Marketing têm paixão, mas se sentem desvalorizados

         

Falta de reconhecimento não é motivo para afastar a maioria das pessoas daquilo que eles realmente amam fazer. Pesquisa mostra visão sobre inovação, carreira e ambiente de trabalho

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Os profissionais de Marketing e Comunicação estão entre os mais satisfeitos com a profissão que exercem – nove em cada 10 gostam ou gostam muito do que fazem, segundo a pesquisa Panorama de Mercado de Comunicação e Marketing 2017, feito pela OpinionBox e RunRun It. Por outro lado, apenas 4% acreditam que os profissionais são valorizados ou muito valorizados e 43% acham que, de um modo geral, são mal remunerados.

Ainda assim, 61% dos entrevistados afirmaram que se imaginam trabalhando na profissão nos próximos cinco anos. Apenas 13% dizem que com certeza ou provavelmente não estarão atuando na área até 2022. Em geral, esse profissional é apaixonado pelo que faz, mas gostaria de ser mais valorizado e mais bem remunerado. A falta de reconhecimento, no entanto, não é motivo para afastar a maioria dos profissionais daquilo que eles realmente amam fazer.

Há algumas diferenças importantes que os dados trazem. Os mais velhos e os que ocupam cargos mais estratégicos acham que os profissionais são mais bem remunerados e mais valorizados do que os mais jovens e que ocupam cargos mais operacionais. Além disso, e provavelmente por isso mesmo, os profissionais em cargos operacionais estão mais propensos a largar o mercado. Mais da metade (55%) dos entrevistados em cargos estratégicos acreditam que com certeza estarão trabalhando no mercado nos próximos cinco anos. Este número cai para 33% entre os que estão em cargos táticos e para 28% entre os que estão em cargos operacionais.

Ambiente de trabalho
De forma geral, os profissionais de comunicação e Marketing estão satisfeitos com as empresas em que trabalham – 69% dos entrevistados disseram que o ambiente da empresa é agradável ou muito agradável, e apenas 10% disseram que é desagradável. O bom relacionamento com o time (49%), o respeito entre os funcionários (36%) e o relacionamento entre as equipes (35%) foram destacados como os principais pontos que agradam os funcionários em seus locais de trabalho.

Por outro lado, a falta de comunicação interna (30%), os problemas de gestão (29%) e a falta de feedback sobre o desempenho dos profissionais (24%) foram os principais problemas apontados. De forma geral, os profissionais gostam de trabalhar em um ambiente inovador e inspirador, em que eles se sintam respeitados, tenham um bom relacionamento com o time e se sintam alinhados com a cultura, com a visão e com a gestão da empresa, que precisa ser transparente.

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Em quase metade das companhias (46%) o trabalho é totalmente executado presencialmente no local da empresa ou trabalhar remotamente é permitido apenas em casos excepcionais, mas o número de empresas que aderiram ao trabalho remoto vem aumentando. Por exemplo, 8% dos profissionais que participaram da pesquisa disseram que, em suas empresas, o trabalho é totalmente virtual e 19% disseram que o trabalho remoto já está muito difundido e é livre, ainda que exista a obrigação da presença física em determinadas situações. Em 31% das empresas com até 25 funcionários o trabalho já está totalmente remoto ou é muito difundido. Nas empresas acima de 100 funcionários, esse número cai para 24%.

Inovação
As áreas de Comunicação e Marketing foram uma das que mais foram impactadas pela tecnologia. As transformações vem acontecendo rapidamente nas áreas e, muitas vezes, uma companhia não consegue acompanhar o ritmo das inovações. Nos locais de trabalho com até 25 funcionários, 46% consideram que estão em um ambiente inovador ou muito inovador, enquanto 54% deram a mesma resposta em empresas com 100 funcionários ou mais. Estes números fazem sentido, se pensarmos que empresas maiores normalmente possuem mais recursos para investir em inovação, tanto em tecnologia quanto em recursos humanos.

Outro ponto interessante é que as pessoas também se consideram bastante inovadoras. Apenas 6% disseram que não são, e 65% se consideram muito inovadoras. Quanto maior o nível hierárquico, mais a pessoa se considera criativa: 61% das pessoas de nível operacional, 68% do nível tático e 77% do nível estratégico se consideram assim, enquanto entre os profissionais do nível estratégico, 33% acham que a empresa deveria incentivar mais a inovação e as novas tecnologias, esse número sobe para 52% entre aqueles que estão no nível tático. Um em cada 10 profissionais disse que não começou a usar nenhuma nova ferramenta nos últimos 12 meses por motivos profissionais; 27% começaram a usar um único aplicativo ou ferramenta e os 63% restantes passaram a usar mais de uma nova tecnologia de trabalho no último ano.

Em relação a gestão de projetos, 42% dos entrevistados afirmaram que em suas empresas alguns projetos e tarefas são acompanhados por meio de alguma ferramenta e 39% acompanham todos os projetos e tarefas de forma automatizada. A gestão do tempo, por outro lado, ainda não é muito bem administrada pelas empresas: 38% afirmaram que as empresas em que atuam não têm um processo definido para isso; 22% utilizam planilhas ou outras formas de controle manual para controlar o tempo investido pelos colaboradores e 40% utilizam time tracking ou outras formas de controle automático.

Carreira
No campo da educação, os cursos tradicionais – de graduação, pós-graduação e mestrado – vem perdendo espaço para outras formas de conhecimento. De todos os formatos apresentados, este é o menos buscado pelos profissionais. Mesmo entre aqueles que estão entre os cargos mais estratégicos, apenas 18% se dedicam a esse tipo de especialização. Quando vislumbram o futuro, o cenário é otimista para a maioria deles: 29% têm uma expectativa de ser promovido e 31% imaginam que podem ir para um emprego melhor.

Já para 36% a probabilidade é de continuar no mesmo cargo em que estão e apenas 4% têm medo de ficar desempregado. Naturalmente, entre os que ocupam cargos estratégicos, a proporção dos que acreditam que permanecerão onde estão é maior (61%) e 17% pensam que podem ir para um emprego melhor.

Leia também: Tecnologia no Marketing exige novo perfil profissional – estudo do Mundo do Marketing Inteligência.


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