Por que o ano de 2018 é tão desafiador aos gestores? 21 de fevereiro de 2018

Por que o ano de 2018 é tão desafiador aos gestores?

         

Michael Page aponta o que as empresas esperam da alta e média gerência. Será necessário ganhar mais onde ganhava-se pouco e expandir os resultados onde as portas já estão abertas

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Nos últimos três anos as empresas reduziram custos, projetos, estrutura física e pessoal e tiveram que olhar para dentro, ajustando as velas e esperando a tormenta passar. Apesar da economia dar sinais de recuperação, as estruturas corporativas permanecem enxutas – um efeito das exigências da crise. Esta repentina mudança de cenário traz riscos e oportunidades especialmente aos executivos de alta e média gerência, isso porque os gestores terão o desafio de liderar boa parte das iniciativas de expansão.

A Michael Page mapeou os principais desafios que empresas e gestores enfrentarão ao longo do ano. Esse manual contempla dicas orientadas às estratégias de crescimento, à boa condução dos negócios e melhorias na gestão de pessoas e da organização. 

Expectativa de performance
As empresas serão pressionadas a apresentar resultados melhores, em especial neste primeiro semestre – que antecede as eleições nacionais de outubro. O foco no desempenho será crucial para os gestores. Três pilares devem estar na mente da liderança. O primeiro é desenvolver urgentemente bom entendimento tecnológico, sobretudo das ferramentas de análise de dados e de comportamento do consumidor/cliente, extraindo o melhor da relação homem-máquina.

O segundo ponto é exercitar uma liderança inspiradora capaz de extrair resultados melhores, resgatar a motivação do time e engajar todos no mesmo objetivo. E, por último, e igualmente importante: será fundamental recrutar pessoas – ou até outros gestores – que apresentem disposição para tocar projetos de expansão, em especial, a partir de equipes e estruturas enxutas. Não se trata simplesmente de fazer mais com menos, e sim de crescer em pontos pouco explorados, e obviamente, gerar resultados em campos já mapeados pelas companhias. Em suma: será necessário ganhar mais onde ganhava-se pouco, e expandir os resultados onde as portas já estão abertas.

Estratégia frente à incerteza
É possível ficar à vontade diante de ambientes incertos? O que era tido quase como “rara excentricidade” está se tornando um conceito muito valioso no mundo corporativo. De um modo geral, não apenas os gestores, mas todos os núcleos de liderança das companhias, terão de aprender a lidar com momentos de incerteza que serão uma constante no mundo. A ideia de que seremos capazes de trabalhar em cenários estáveis, a partir de aspectos políticos/econômicos/culturais, será cada vez mais rara no futuro próximo.

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É mais interessante que o líder aprenda sobre gestão de risco, poder de decisão em meio ao caos e que, aos poucos, seja capaz de melhorar a partir de eventos imprevistos. Hoje, grandes autores trabalham este tema, o principal e mais reconhecido deles é o libanês Nassim Nicholas Taleb, autor do best-seller Antifrágil: Coisas que se Beneficiam do Caos – (considerado um dos livros mais influentes por líderes e investidores do mercado em 2017).

Pontos de ajuste
Em 2018 os primeiros passos antes de iniciar uma estratégia de crescimento irão em duas direções: o primeiro, corrigir a sobrecarga de trabalho – seja individualmente ou em profissionais estratégicos dentro de setores, seja em times que estão com funções acumuladas, em especial, em tarefas mais operacionais. Para a produtividade levantar voo, os times deverão estar mais leves nesse sentido. Segundo ponto: será crucial avaliar quais pontos da estrutura devem receber investimentos. Lembrando: o que precisou enxugar nos últimos três anos terá que voltar a crescer. Caberá ao gestor posicionar à diretoria e aos times as prioridades de crescimento.

Tendências de avaliação
As empresas querem entender em quais circunstâncias os gestores encontraram fontes de referência ou inspiração para o seu conhecimento, em nível profissional, mas também pessoal. É fundamental que o gestor demonstre o seu poder de contribuição, e mais do que isso: a sua disposição para fazer mais e levar bons valores às pessoas à sua volta. O mercado de 2018 precisa de pessoas que tenham essa vocação para o crescimento.

Outro ponto relevante é demonstrar a capacidade de aprendizado, mesmo quando está em “off” é uma virtude muito valiosa. Isso demonstra que o gestor tem compromisso com o autodesenvolvimento e criatividade para extrair aprendizado de qualquer lugar. Este é o momento em que o gestor deve comentar os seus feitos individuais, resultados, projeções e também evidenciar as suas habilidades sutis de inspiração e relacionamento com as pessoas e clientes.

Ele deve ressaltar o seu respeito à instituição e aos pontos do negócio. É importante exemplificar como a sua paixão faz a diferença para o crescimento da empresa e a sua capacidade de influenciar no que ele acredita que pode melhorar na companhia.

As empresas estão de olho em um dos aspectos da já tradicional “Inteligência Emocional” mais desejados neste momento de mercado: a capacidade de reconciliação (ou ao menos a disposição para reativar conexões e amenizar conflitos). Os períodos de crise deixam marcas. Será fundamental que os gestores saibam reconectar as pessoas, ao menos, para a cooperação em alto nível dentro do trabalho. Isso será importante para a retomada de crescimento.

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