“Concorrentes devem trabalhar juntos em prol da sustentabilidade”, afirma Diretor da NATRUE Bruno Mello 12 de setembro de 2023

“Concorrentes devem trabalhar juntos em prol da sustentabilidade”, afirma Diretor da NATRUE

         

Executivo apontou como players de destaque no setor de beleza e cosméticos podem contribuir para o crescimento comum da área sem deixar de lado a inovação

“Concorrentes devem trabalhar juntos em prol da sustentabilidade”, afirma Diretor da NATRUE
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Cenários competitivos trazem à tona “rivalidades” entre os competidores que fazem parte do jogo, e no Marketing, isso não é diferente. De fato, não faltam exemplos de segmentos que, ao longo dos anos, foram moldados pela competição entre marcas “X e Y”.

Naturalmente, este mercado também abre espaços para a cooperação – uma possibilidade ressaltada pelo Diretor Geral da NATRUE e novo co-presidente da Sustainability Beauty Coalition, Dr. Mark Smith, em entrevista ao Cosmetics Design.

Nas palavras de Smith, a união entre marcas do setor de beleza e cosméticos, comumente ligadas – ou observadas sob – as diretrizes de ESG, é uma urgência que, ao ser atendida, pode contribuir para a assimilação e a mensuração dos impactos ambientais e sociais causados por estas empresas a partir da criação de pontos operacionais em comum.

Nesse sentido, o Diretor ressalta que, obviamente, isso não quer dizer que as características que envolvem a competição comercial, como a inovação, por exemplo, sejam irrelevantes.

O que é defendido, sob a ótica do co-presidente, é a ideia de uma padronização científica que estenda uma camada de responsabilidade sobre um setor que precisa repensar práticas antiquadas e se adaptar às novas demandas impostas, principalmente, por consumidores cada vez mais conscientes sobre o impacto das marcas sobre o planeta.

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Por que a cooperação é importante?

Smith destaca que a cooperação e o compartilhamento de expertise entre as marcas do setor pode contribuir para a solução de pautas populares no debate sobre sustentabilidade. Ele exemplifica citando as típicas embalagens, comumente fabricadas em plástico, um dos principais antagonistas do romance protagonizado pelo meio ambiente.

Nesse sentido, o Diretor ressalta a importância de que as marcas do setor de beleza se unam em prol de discussões endereçadas a definir formas sustentáveis de gerir tais elementos, bem como a forma de utilizar os produtos e, em última análise, o destino dado a eles após a sua utilização.

Isso poderia envolver, por exemplo, a conscientização sobre o descarte adequado dos materiais vazios ou mesmo campanhas de reaproveitamento por parte das empresas envolvidas, que por conseguinte, ganhariam a chance de transformar os materiais descartáveis em novos produtos.

Para Smith, é nesse ponto que a citada padronização científica e o compartilhamento de expertise sobre práticas sustentáveis ganha força. Ele ressalta que a combinação entre a valorização dos resíduos descartáveis e a inovação para desenvolver novos métodos de processamento e extração representa uma nova direção, orientada pela ciência, que leva à impulsão de práticas sustentáveis, sejam elas tradicionais, biotecnológicas, de última geração ou, idealmente, uma combinação entre elas.

Presente e futuro

Refletindo sobre o atual panorama de reinvenção sustentável das práticas operacionais no setor de cosméticos, Smith pontua que o processo de criar produtos e embalagens sustentáveis não é simples, e em função disso, a adoção dessas práticas, que acabam impactando o preço final dos itens afetados, não é lucrativa para pequenas empresas.

No entanto, o Diretor destaca um leque de ações e técnicas cada vez mais sofisticadas, que podem reduzir a complexidade característica da produção de materiais sustentáveis. Nesse sentido, a formulação de produtos que independem de água em sua composição tem sido uma tendência notável.

Quando se trata da produção sustentável de materiais para embalagens, técnicas como o desenvolvimento de novas matérias-primas a partir da cultura e manipulação de microrganismos indicam um excelente caminho para um futuro sustentável.

Smith espera que o aumento do uso de ingredientes e produtos reciclados provenientes da fermentação microbiana e enzimática contribua diretamente para o esforço feito para reduzir o impacto ambiental causado pelos ingredientes químicos utilizados atualmente.

*Com informações da Cosmetic Design Europe

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