Coca-Cola e Nestlé pressionam governos contra poluição plástica Bruno Mello 15 de abril de 2024

Coca-Cola e Nestlé pressionam governos contra poluição plástica

         

Marcas fazem parte de uma Coalizão global que conta com mais de 200 empresas – objetivo é garantir a assinatura de um Tratado global para os plásticos

Coca-Cola e Nestlé pressionam governos contra poluição plástica
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Marcas como Coca-Cola, Unilever, Nestlé, e Lego se organizaram em uma Coalizão Empresarial que visa impulsionar uma mudança em escala global na economia dos plásticos. A cooperação é motivada pela necessidade de evitar que a matéria prima não seja perdida em resíduos e, consequentemente, se transforme em poluição.

Para isso, o grupo, formado por mais de 200 empresas, faz barulho para pressionar os governos globais e garantir a assinatura de um Tratado global contra a poluição por plástico, com regras e medidas obrigatórias. Idealmente, a medida alinharia os países em soluções conjuntas para a redução, circulação e prevenção da poluição plástica.

Dados da Fundação Ellen MacArthur indicam que, caso a economia circular entre em vigor, seus efeitos reduziriam em 80% o volume anual de plásticos nos oceanos, em 25% as emissões de gases de efeito estufa e gerariam uma economia de US$ 200 bilhões por ano, além de criar um saldo líquido de 700 mil novos postos de trabalho até 2040.

Não por acaso, as discussões sobre o tratado não são novidade, Desde 2022, nações discutem os termos para mitigar a poluição – problema cada vez mais significativo, uma vez que, até 2040, os estoques de plástico nos oceanos deverão ser quadruplicados caso ações contundentes não sejam tomadas hoje, conforme apontam dados de um estudo divulgado pela The Pew Charitable Trusts e SYSTEMIQ.

A importância do Tratado 

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A Coalizão entende que o fim da poluição por plástico deve vir a partir de uma visão abrangente de economia circular para o setor. Isto incluiria a eliminação de itens plásticos desnecessários e medidas inovadoras para garantir a reutilização, reciclagem ou compostagem dos plásticos considerados necessários. Dessa forma, todos os plásticos que participam da cadeia seriam mantidos em uma circulação cíclica.

O Grupo argumenta, ainda, que o caráter legal de um tratado tecido sob o olhar da Organização das Nações Unidas serve para acelerar o progresso rumo à economia circular. Adicionalmente, o “trabalho em grupo” permite que os governos desenvolvam um tratado eficaz, tendo as condições necessárias para viabilizar investimentos em infraestrutura e inovação.

Finalmente, o tratado funcionaria como um mecanismo regulatório para a implementação dos dispositivos da economia circular, considerando as condições locais de cada mercado e abrangendo, em adição, macro e micro plásticos, além de abordar todas as fontes e caminhos da poluição plástica no ambiente natural.

O que é feito na prática

Segundo Victor Bicca, diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, a empresa assumiu o compromisso de usar pelo menos 50% de material reciclado nas embalagens, com 25% do portfólio de bebidas sendo embalagens retornáveis, e coletar 100% das embalagens colocadas no mercado. O executivo ressalta que a marca espera alcançar estes objetivos até 2030.

Por outro lado, embora existam iniciativas voluntárias na indústria para acabar com a poluição plástica, como o Compromisso Global por uma Nova Economia dos Plásticos, o problema está longe de ser resolvido. Algumas estratégias importantes para evitar os resíduos plásticos, como ampliar os sistemas de reutilização, ainda encontram barreiras para se tornarem realidade.

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Coca-Cola - Clube Mundo do Marketing


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