Chief Happiness Officer: um cargo em plena ascensão nas corporações Bruno Mello 8 de abril de 2024

Chief Happiness Officer: um cargo em plena ascensão nas corporações

         

Com números de Burnout em alta e afastamentos de trabalho, cargo busca reter talentos e ajudar empresas a alavancar resultados cuidando do fator humano

Chief Happiness Officer: um cargo em plena ascensão nas corporações
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A preocupação com o bem-estar dos funcionários entrou, definitivamente, no radar das empresas. A gestão da felicidade no mundo corporativo se tornou um instrumento importante utilizado por departamentos de recursos humanos, supervisores e gestores para reter profissionais e aumentar a produtividade. Embora o papel possa variar dependendo da empresa e de sua cultura organizacional, as responsabilidades envolvem desenvolver e promover uma cultura corporativa positiva e inclusiva.

Isso pode envolver a criação de programas, políticas e iniciativas que promovam o engajamento dos funcionários e a satisfação no trabalho, monitorar o clima organizacional e identifica áreas de preocupação ou insatisfação entre os funcionários, além de promover um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal dos funcionários.

De acordo com a pesquisa feita pela Robert Half para entender como empresas e trabalhadores se sentem em relação ao trabalho, 89% das companhias reconhecem que bons resultados estão diretamente ligados à motivação e à felicidade dos colaboradores. Além disso, o estudo aponta que a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional (62%), igualdade e respeito no ambiente de trabalho (58%) e se sentir orgulhoso da empresa (53%) influencia positivamente no ambiente de trabalho.

Contudo, aqueles que estão infelizes assumem que o sentimento gera consequências no dia a dia. Na percepção deles, os principais impactos são falta de motivação (100%), implicações psicológicas (87%) e postura pouco empática com colegas de equipe (58%). Para Denize Savi, especialista em Ciência da Felicidade e Chief Happiness Officer (CHO) da Chilli Beans, é imprescindível o olhar das lideranças para a felicidade de suas equipes, criando assim um ambiente com empatia, respeito, relações de qualidade e confiança.

“Isso é possível transformando o clima organizacional, desenvolvendo um ambiente com segurança psicológica, abrindo espaço para que os colaboradores sejam eles mesmos, falando o que pensam sem preocupações, sem medo de serem ridicularizados, invalidados ou punidos. Onde eles possam compartilhar suas opiniões e ideias abertamente, mostrar todas as suas habilidades, assumir riscos, admitir falhas, aprender com as falhas, estimular a inovação e terem discussões honestas e abertas”, explica a especialista.

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Como implantar a cultura da Felicidade?

De modo geral, a felicidade no trabalho depende de inúmeros fatores que atravessam questões organizacionais, culturais e gerenciais. Por esse motivo, é fundamental avaliar se na corporação há uma cultura humanizada, apreciação e reconhecimento, comunicação aberta, compartilhamento de metas, oportunidades de crescimento, feedback e outras estratégias.

No caso do programa de felicidade desenvolvido pela CHO da Chilli Beans, a consultoria atua ao lado dos setores de crescimento e desenvolvimento da empresa e tem como objetivo melhorar índices de engajamento e produtividade de todo o time e, consequentemente, da empresa como um todo. Segundo Savi, um dos principais papéis de um Chief Happiness Officer (CHO) é criar conexões sociais para que a cada vez que o trabalhador coloque os pés na empresa, tenha a chance de estabelecer ou fortalecer uma relação de qualidade com alguém.

“As pessoas estão cada vez mais buscando trabalhar em um ambiente onde elas encontrem reconhecimento, onde haja respeito, um lugar que as desenvolva não só como profissional, mas também como pessoa. Um lugar onde elas vão não só para trabalhar, mas também para fazer amigos. Não é surpresa que estudos mostram que quanto mais os trabalhadores ignoram o poder do investimento social, mais prejudicam seu próprio desempenho. Passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho. Precisamos ter bons relacionamentos nesse ambiente”, complementa.

Gerador de bons resultados

Pessoas felizes contribuem para a fidelização de clientes, que continuam a utilizar os serviços do local, como salões de beleza por exemplo. Por isso muitas empresas têm criado setores relacionados à gestão do bem-estar e autoconhecimento dos indivíduos, independente de seu nicho, como moda e beleza por exemplo.

Atenta a esse movimento, a Ecosmetics lançou um livro no mês de janeiro deste ano,  para a implementar a felicidade empresarial. Os autores Edson Borgo e Ademilson Mota lançaram o livro  “É sobre as pessoas: planejamento da felicidade empresarial”, onde fazem uma retrospectiva que mostra as origens do trabalho, passando por atividades importantes, como vendas e produção, e chegando ao principal investimento das empresas – as pessoas, propondo um método capaz de avaliar a felicidade dos colaboradores.

“A busca pela felicidade no ambiente de trabalho pode ser o meio de se obter um alto desempenho dos profissionais. As empresas dependem disso, e gestores ligados às realidades das diversas gerações que habitam o ambiente laboral vêm se dedicando a ter colaboradores cada vez mais felizes. Isso traz benefícios para o próprio indivíduo, para a empresa, para o mercado e para a sociedade de modo geral. Todos ganham quando existe felicidade coletiva, e isso torna o mundo melhor”, contou Edson Borgo, CEO da Ecosmetics.

Com Burnout em alta, cargo ganha ainda mais importância

Dentro do ambiente corporativo, a felicidade está diretamente relacionada com o que aciona o botão de motivação e nos faz sentir bem. O Chief Happiness Officer é justamente para identificar o fator motivador das pessoas para que alcancem o sucesso e os ajudem a implementar a felicidade empresarial.

“Ninguém é produtivo o tempo inteiro, ninguém é feliz o tempo inteiro, mas é possível ser mais feliz e produtivo. E isso sem acabar com a saúde mental.” Estas provocações são do psicólogo Lucas Freire, especialista em bem-estar há 20 anos. Ao unir a ciência do bem-estar com as reflexões da Psicologia Positiva e da Filosofia da Felicidade, Freire desenvolveu o Playfulness, conjunto de práticas que atua como resposta para as incertezas, contradições e ambiguidades da hipermodernidade, que desencadearam uma onda de adoecimento psicológico dentro e fora do mundo corporativo.

Uma vida baseada no Playfulness, segundo o especialista, está relacionada com a habilidade de aprender a regular emoções, ampliar as habilidades sociais e redescobrir a satisfação com o trabalho e as atividades do dia a dia. Dessa maneira, é possível conquistar ganhos em produtividade na vida pessoal e profissional, sem comprometer a saúde emocional.

O psicólogo destaca que a imposição de manter a alta performance no trabalho e nas relações interpessoais desencadeou uma epidemia de adoecimento mental e, consequentemente, físico. Burnout, estresse, depressão e ansiedade são diagnósticos cada vez mais comuns. Por conta da competição sem fim, muitas pessoas acham difícil encarar a rotina como algo que traz felicidade.

“Essas doenças são efeitos colaterais de uma tensão emocional, provocada pela falta de autonomia e por cobranças excessivas, inclusive a cobrança pela felicidade. Como caminho, devemos buscar a tensão criativa, que é uma motivação, um impulso e a energia necessários para nos levar a um novo patamar”, conclui o especialista.

A formação do Chief Hapiness Office é bem ampla, no entanto, muitas organizações procuram por profissionais que possuam uma combinação de habilidades e experiências em áreas como psicologia organizacional, Marketing, recursos humanos, gestão de talentos, coaching, desenvolvimento de liderança, bem-estar no trabalho e administração de empresas.

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 Leia também: A importância da felicidade corporativa: promovendo um ambiente de trabalho produtivo e saudável

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