37% dos homens já pensaram em deixar o trabalho para cuidar dos filhos Bruno Mello 31 de julho de 2023

37% dos homens já pensaram em deixar o trabalho para cuidar dos filhos

         

Desejo, no entanto, esbarra na falta de preparo das empresas para lidar com o tema, e apenas 67% dos pais acreditam que suas chefias são empáticas à situação

37% dos homens já pensaram em deixar o trabalho para cuidar dos filhos
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37% dos pais brasileiros já consideraram deixar o trabalho para cuidar dos filhos. O número, divulgado pelo estudo “Bem-Estar Parental nas Empresas”, desenvolvido em conjunto pela Filhos no Currículo e Infojobs, aponta para uma crescente vontade dos pais de serem mais presentes nos cuidados com os filhos, mesmo que isso impacte em suas carreiras.

Para a CEO e cofundadora da Filhos no Currículo, Michelle Terni, o índice é significativo, e proporciona o debate sobre políticas de paternidade responsável nas empresas, uma vez que os homens se demonstram gradualmente mais ativos nos debates sobre o tema, dividindo frustrações e a ambição de poderem ter direitos que os permitam dividir os cuidados com os filhos sem se tornarem o alvo de piadas ou micro agressões.

A pesquisa também identificou que uma análise do período da pandemia oferece pistas e indicadores que podem explicar a mudança dos paradigmas parentais. Para a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado, os homens voltaram diferentes à rotina de trabalho. Por entenderem mais de perto as necessidades diárias de uma criança e a importância de fortalecer laços, eles estão priorizando equilibrar as vidas pessoal e profissional.

A diferença do acolhimento

O estudo aponta que 80% dos profissionais com filhos são inspirados a aumentar o engajamento e o compromisso com a empresa na qual trabalham quando seu papel como pai ou mãe é respeitado no ambiente de trabalho.

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Já as lideranças demonstram estar seguras para gerenciar os profissionais com filhos – 94% delas se consideram acolhedoras em algum grau para gerir profissionais com filhos, sendo que 82% consideram-se totalmente preparadas.

No entanto, este número cai drasticamente entre os profissionais entrevistados: apenas 67% acreditam que seus líderes diretos são acolhedores. Com relação aos líderes indiretos, que englobam presidentes, diretores e afins, o índice cai para 48%.

Quando perguntados sobre políticas e processos para pais e mães, 68% dos respondentes disseram que as empresas em que trabalham não fornecem informações ou não oferecem experiências específicas voltadas para questões de parentalidade, como rodas de conversa, palestras ou grupos de afinidade para pais e mães

Já entre os benefícios mais desejados por pais e mães, destacam-se os modelos de trabalho flexíveis, incluindo home-office; auxílio creche ou babá; programas de bem-estar e qualidade de vida para profissionais com filhos; e licenças estendidas para figuras paternas e maternas.

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