Washington Olivetto diz que a publicidade está em crise
Apesar de otimista, o publicitário diz estar com medo do futuro do negócio que está a serviço das marcas
Por Redação - 30/10/2006 Reportagens
<p><strong>Washington Olivetto diz que a publicidade est&aacute; em crise</strong></p><p>Por Bruno Mello<br /><a href="mailto:bruno@mundodomarketing.com.br">bruno@mundodomarketing.com.br</a></p><p>Os 55 anos do publicit&aacute;rio Washington Olivetto, mais os 20 anos da ag&ecirc;ncia W/Brasil, totalizam 75 anos de duas vidas dedicadas a vender produtos e construir marcas. Durante todo este tempo, Olivetto n&atilde;o tem do reclamar. Mas o discurso de um dos publicit&aacute;rios mais bem sucedidos do Brasil mudou. </p><p>Antes mesmo de come&ccedil;ar um bate-papo no Marketing Day, na UniverCidade, Washington Olivetto disparou: &ldquo;A publicidade vive uma crise de vulgaridade&rdquo;. Para ele, este cen&aacute;rio n&atilde;o &eacute; passageiro. &ldquo;N&atilde;o adianta um profissional ou outro fazer algo bom&rdquo;, afirma. &ldquo;&Eacute; preciso que todos estejam no mesmo n&iacute;vel para que a m&eacute;dia seja boa e que os anunciantes, os publicit&aacute;rios e os ve&iacute;culos mudem&rdquo;, completa.</p><p>De acordo o criador do Garoto Bombril, do Casal Unibanco e de in&uacute;meras campanhas memor&aacute;veis da publicidade brasileira, ser&aacute; cada vez mais dif&iacute;cil sustentar o modelo de publicidade que at&eacute; pouco tempo atr&aacute;s era sin&ocirc;nimo de sucesso. &ldquo;&Eacute; dif&iacute;cil de admitir, pois sou um cara otimista, mas estou muito preocupado com os pr&oacute;ximos 75 anos&rdquo;, ressalta lembrando a soma de sua idade com a da sua ag&ecirc;ncia.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Erro do marketing</span><br />Segundo Olivetto, as mudan&ccedil;as constantes por qual passam grandes anunciantes podem ser mal&eacute;ficas para a marca das empresas. No centro desta discuss&atilde;o est&aacute; o profissional de marketing. &ldquo;Quando mudou a dire&ccedil;&atilde;o do Unibanco, a nova diretoria aposentou o casal Unibanco e o resultado &eacute; uma campanha que eu particularmente n&atilde;o gosto&rdquo;, diz. &ldquo;E sei que se a campanha &eacute; ruim &eacute; por conta do briefing porque conhe&ccedil;o o F&aacute;bio Fernandes (da F/Nazca, ag&ecirc;ncia do banco)&rdquo;, pondera.</p><p>Em entrevista ao Mundo do Marketing, Olivetto fez quest&atilde;o de dizer que &eacute; natural o profissional de marketing querer mudar o posicionamento de uma empresa e imprimir a sua pr&oacute;pria marca. &ldquo;Mas, antes de tudo, &eacute; preciso ter uma boa id&eacute;ia e que o investimento seja de longo prazo&rdquo;, ressalta. Sobre a migra&ccedil;&atilde;o das verbas publicit&aacute;rias para outros servi&ccedil;os de marketing, o publicit&aacute;rio continua apostando na boa id&eacute;ia. &ldquo;A premissa continua sendo a inova&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o importa o modelo porque a boa id&eacute;ia sempre vai existir, sob pena de n&atilde;o acontecer nada com esses investimentos&rdquo;, acredita. </p><p>Olivetto s&oacute; consegue enxergar a evolu&ccedil;&atilde;o da publicidade se houver uma mudan&ccedil;a de comportamento. &ldquo;Se n&atilde;o sofrermos um choque, um processo que passa pela auto-estima, a vaca vai para o brejo&rdquo;, conclui.</p>