Vídeos curtos, o conteúdo do futuro 21 de novembro de 2019

Vídeos curtos, o conteúdo do futuro

         

Como ponto de referência para a tendência, entre 2017 e 2018, esse conteúdo na China simplesmente quadruplicou. O resultado foi um faturamento de US$ 6,8 bilhões em 2018

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A sociedade está sempre em movimento e a cada dia que passa tem se tornado ainda mais conectada. São poucos os momentos em que podemos assistir conteúdos longos com calma e atenção, estamos a todo tempo nos deslocando de um lado para o outro, mas sempre com nossos celulares. Uma pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), divulgada em 2018, constatou que nas grandes cidades o tempo médio diário gasto para se deslocar é de duas horas e vinte e oito minutos. Em um ano, o brasileiro perderia 37 dias e meio com deslocamentos, ou seja, mais de um mês para ir de um lugar ao outro. É nessa sociedade móvel que nasce um futuro consumidor de produções mais instantâneas: os vídeos curtos.

Como ponto de referência para a tendência, no intervalo de 2017 para 2018, o conteúdo de vídeos curtos na China simplesmente quadruplicou. Segundo relatório divulgado durante a 7ª Conferência Internacional de Áudio e Vídeo da China que aconteceu em maio deste ano, em Chendgu, o número total de consumidores de vídeos curtos no país atingiu 648 milhões de pessoas no ano passado, respondendo por 78,2% da população online total do país. O resultado foi um boom de crescimento no faturamento do mercado de vídeos curtos da China, que cresceu 744,7%, ou seja, US$ 6,8 bilhões em 2018.

Parte desse crescimento pode ser atribuído à Geração Z, os nascidos entre meados dos anos 1990 até início do ano de 2010. Eles somam 2 bilhões no mundo e representam 28% da população. No Brasil, atualmente, 30 milhões de jovens adultos, adolescentes e crianças configuram a Geração Z. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Statistic Brain Research Institute, o tempo médio de atenção dessa parcela da população é de apenas oito segundos, o que torna difícil de se manter o foco por longos períodos de tempo. Por isso, o vídeo curto vem ganhando território em relação à leitura, e sendo mais interessante que uma imagem estática.

A conectividade no Brasil é tão representativa que o país ocupa a 5ª posição em um ranking de uso diário de celulares no mundo. De acordo com o relatório Estado de Serviços Móveis, elaborado pela consultoria especializada em dados sobre aplicativos móveis App Annie, os brasileiros passaram mais de três horas por dia usando o celular em 2018. 

Também por isso, o país se projeta como um expoente no consumo de vídeos curtos. Atualmente, o crescimento do consumo de conteúdos audiovisuais online no Brasil já chega a 135%, contra 13% da TV aberta em um público de 75% de usuários optando pelo smartphone como meio de entretenimento. É o que aponta a pesquisa Video Viewers realizada em 2018 em parceria com o Instituto Provokers e com a Box 1824. Observando o comportamento dessa nova geração de consumidores, pode-se ter como perspectiva a curto prazo que os vídeos curtos são o futuro para produções de conteúdo.

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O Brasil é um país que tipicamente gosta de interações rápidas e curtas. É possível notar em outros apps, por exemplo, uma grande quantidade de vídeos e correntes que são repassados e se espalham. Além disso, é um país com um comportamento social muito grande que gosta de compartilhar tudo aquilo que faz, por isso há um potencial de crescimento expressivo.

Grandes empresas vêm adaptando seus serviços e produtos e outras surgindo com propostas inovadoras. Como exemplos, a Amazon Prime anunciou no início do ano que investiria na criação de conteúdos curtos; Jeffrey Katzenberg, cofundador da DreamWorks Animation investiu na criação do streaming de vídeos curtos Quibi e também a Firework, plataforma de vídeos curtos e de alta qualidade criada no Vale do Silício em 2017 e que chegou ao Brasil no início deste ano vem apostando no consumo deste tipo de conteúdo no país. Em apenas 6 meses de operação em terras brasileiras a rede social já registrou 500 mil usuários, sendo mais de 3 milhões no mundo.


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