<p><strong>Um mundo sem Internet</strong></p><p>Por Richard Lowenthal*<br />&nbsp;<br />O que aconteceria se a Internet n&atilde;o tivesse vingado?<br />Estava refletindo sobre os impactos e conseq&uuml;&ecirc;ncias que o mercado teria se a Internet n&atilde;o existisse ou simplesmente se n&atilde;o sofresse uma difus&atilde;o apropriada de modo a ser utilizada globalmente. Fui automaticamente reprimido por meu colega de trabalho por estar pensando em uma abordagem de regress&atilde;o ao inv&eacute;s de evolu&ccedil;&atilde;o.<br />&nbsp;<br />Mas continuei meu exerc&iacute;cio. Ser&aacute; mesmo que a Internet trouxera uma mudan&ccedil;a comportamental e at&eacute; mesmo econ&ocirc;mica t&atilde;o grande a ponto de nem conseguirmos imaginar como seria o mundo sem ela? Voc&ecirc; estaria fazendo o que voc&ecirc; est&aacute; fazendo agora se n&atilde;o fosse pela Internet?<br />&nbsp;<br />Algumas coisas simples de imaginar: os jornais em papel estariam vendendo mais, os m&uacute;sicos n&atilde;o estariam preocupados com direitos autorais de m&uacute;sicas MP3, bla, bla, bla, bla. Mais do que nunca o &ldquo;material&rdquo; teria mais import&acirc;ncia do que a informa&ccedil;&atilde;o virtual. Mas o progresso tecnol&oacute;gico poderia sim ter evolu&iacute;do para uma realidade alternativa, baseado em outras formas de comunica&ccedil;&atilde;o &aacute;geis e eficientes.<br />&nbsp;<br />Antes de conhecer a web, era um mero conhecedor de CD-ROMs. Desenvolvi v&aacute;rios destes para empresas, visando principalmente servir como cat&aacute;logos eletr&ocirc;nicos de produtos. <br />&nbsp;<br />A grande quest&atilde;o &eacute; que a Internet n&atilde;o apenas trouxe a funcionalidade da comunica&ccedil;&atilde;o, como tamb&eacute;m, em seu segundo grande passo, a possibilidade de conceber transa&ccedil;&otilde;es e permitir um elo complementar de relacionamento. Hoje, al&eacute;m de conhecer a fundo um produto, eu posso tirar d&uacute;vidas on-line, compr&aacute;-lo e depois receber promo&ccedil;&otilde;es peri&oacute;dicas de acess&oacute;rios correlatos.<br />&nbsp;<br />Por mais que isso pare&ccedil;a atraente, vejo outras realidades t&atilde;o persuasivas quanto: nas rela&ccedil;&otilde;es pessoais, o e-mail, como ningu&eacute;m ainda o inventou, &eacute; substitu&iacute;do por um pombo-correio eletr&ocirc;nico (um cyberpelicano) que trafega a duas vezes a velocidade do som. N&atilde;o &eacute; t&atilde;o r&aacute;pido quanto um e-mail, mas o lado bom &eacute; que, com a inven&ccedil;&atilde;o do cyberpelicano, come&ccedil;aram a enviar mercadorias pelo c&eacute;u e diminuiu o n&uacute;mero de caminh&otilde;es nas estradas e consequentemente a polui&ccedil;&atilde;o (os cyberpelicanos s&atilde;o movidos a energia solar). Com isso, o transporte a&eacute;reo como todo tamb&eacute;m evoluiu muito mais r&aacute;pido o que provocou um avan&ccedil;o na explora&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o, novos recursos nunca antes imaginados foram descobertos.<br />&nbsp;<br />Isso parece besteira, mas quem se lembra do filme &ldquo;2001: Uma Odiss&eacute;ia no Espa&ccedil;o&rdquo; sabe que a obra de Arhtur C. Clarke errou em praticamente todos os seus progn&oacute;sticos. O que 2001 era para ser um mundo futurista nos conceitos de 1968 quando o livro foi lan&ccedil;ado, as transforma&ccedil;&otilde;es socioecon&ocirc;micas mostraram que o progresso tecnol&oacute;gico existe sim, mas as varia&ccedil;&otilde;es de mudan&ccedil;as foram (e continuam sendo) praticamente imposs&iacute;veis de serem previstas.<br />&nbsp;<br />Quem acha que n&atilde;o conseguira viver sem a Internet, n&atilde;o sabe o que est&aacute; perdendo (ou ganhando) se o presente mundo tivesse uma faceta diferente. Cabe a cada um imaginar seu pr&oacute;prio mundo e depois tentar resolver seus poss&iacute;veis problemas! Bom divertimento!<br />&nbsp;<br />*Richard Lowenthal &eacute; presidente executivo da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de e-business.</p>
Um mundo sem Internet
4 de janeiro de 2007