<p class="titulomateria">Tecnologia e Marketing juntos trazem bons resultados</p> <p>Por Guilherme Neto<br /><a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a></p> <p>Sendo tecnologia um termo bastante associado &agrave; inova&ccedil;&atilde;o, &eacute; l&oacute;gico pensar que o Marketing, &aacute;rea que demanda inova&ccedil;&atilde;o para poder manter-se no mercado, estivesse familiarizada com essa &aacute;rea. A estimativa &eacute; que o Brasil encerre 2008 com um movimento de US$ 23 bilh&otilde;es em TI, segundo dados do instituto de pesquisa de mercado de TI e tecnologia IDC. N&uacute;mero semelhante &agrave; Espanha, que deve gastar R$ 24 bilh&otilde;es e, entre os pa&iacute;ses emergentes, est&aacute; atr&aacute;s apenas da China, com R$ 64 bilh&otilde;es.</p> <p>Para a Peppers &amp; Rogers Group, por&eacute;m, h&aacute; na verdade uma falta de conhecimento nesta &aacute;rea entre os profissionais de Marketing. "S&atilde;o duas &aacute;reas que n&atilde;o se falam: Marketing e Tecnologia. Como os profissionais de Marketing n&atilde;o entendem sobre isso, acabando tornando-se muito dependente do pessoal de TI", diz Weslyeh Mohriak presidente da Peppers &amp; Rogers para Am&eacute;rica Latina, Portugal e Espanha.</p> <p>Com a proposta de tentar reverter essa situa&ccedil;&atilde;o, a companhia promover&aacute; nos dias 27, 28 e 29 de Agosto o evento Technomarketing. Na programa&ccedil;&atilde;o est&aacute; a apresenta&ccedil;&atilde;o de cases de clientes da empresa de consultoria, como Coca-Cola, Submarino.com e Best Buy – rede varejista americana.<br />&nbsp;<br />Mohriak aponta que a multiplicidade de canais e a segmenta&ccedil;&atilde;o da audi&ecirc;ncia trouxeram uma dificuldade maior nos dias de hoje para se conseguir o mesmo resultado de quatro d&eacute;cadas atr&aacute;s. &ldquo;Em compara&ccedil;&atilde;o com os anos 70, o ciclo de produtos atualmente, em qualquer segmento, reduziu em mais de 50%&rdquo;, alerta.</p> <p><span class="subtitulomateria">Moderniza&ccedil;&atilde;o tem que ser planejada</span><br />Hoje, com a demanda por inova&ccedil;&atilde;o cada vez mais como uma exig&ecirc;ncia dos clientes e dos pr&oacute;prios funcion&aacute;rios do que da dire&ccedil;&atilde;o da empresa, Mohriak acredita que muitos profissionais de Marketing est&atilde;o embarcando em novas tecnologias sem o devido preparo.<br />&nbsp;<br />"Tem muita empresa fazendo blogs e redes sociais porque est&aacute; na moda. Mas sem que haja uma prepara&ccedil;&atilde;o internamente para suportar as expectativas geradas por estas a&ccedil;&otilde;es &eacute; certeza que dar&aacute; errado", comenta Meriak.<br />&nbsp;<br />A multinacional Allianz no Brasil foi uma das empresas que percebeu a import&acirc;ncia do investimento em tecnologia apoiado pelo Marketing. A companhia de origem alem&atilde; chegou ao pa&iacute;s ao incorporar em 1997 o grupo franc&ecirc;s AGF, presente no Brasil desde 1904 atrav&eacute;s da AGF Seguros.<br />&nbsp;<br />Ainda com o antigo nome, a empresa investiu nos &uacute;ltimos tr&ecirc;s anos uma m&eacute;dia de R$ 33,3 milh&otilde;es anuais em tecnologia. A maior parte deste investimento foi destinada na implanta&ccedil;&atilde;o de novos produtos. A outra parte &eacute; destinada &agrave; melhoria da efici&ecirc;ncia operacional e ao Canal de Distribui&ccedil;&atilde;o, inclu&iacute;dos o sistema de gest&atilde;o de oportunidades e visitas, portal web m&oacute;vel, Voz sobre IP para corretores, entre outros.<br />&nbsp;<br />Como resultado, a marca conseguiu reduzir custos e, conseq&uuml;entemente, o pre&ccedil;o de seus produtos. Al&eacute;m disso, foi poss&iacute;vel diminuir o tempo de resposta aos est&iacute;mulos e oportunidades gerados pelos corretores e segurados. <br />&nbsp;<br /><span class="subtitulomateria">Investimento possibilitou uso da marca Allianz</span><br />Segundo Em&iacute;lio Vieira, Diretor de Opera&ccedil;&otilde;es e Ti da Allianz, os bons resultados geraram reconhecimento da matriz e possibilitaram a empresa a utilizar a marca Allianz no Brasil, mudan&ccedil;a ocorrida em mar&ccedil;o deste ano. "Isso nos abriu a possibilidade de aumentar ainda mais as sinergias com outras empresas do Grupo e usufruir de uma imagem global s&oacute;lida e admirada", comemora Vieira, em entrevista ao Mundo do Marketing.<br />&nbsp;<br />A empresa pretende seguir investindo em tecnologia nos pr&oacute;ximos anos e, para isso, conta com uma incubadora pr&oacute;pria e realiza parcerias com empresas oriundas ou ligadas a universidades para projetos de inova&ccedil;&atilde;o.<br />&nbsp;<br /><span class="subtitulomateria">Parceria com universidades</span><br />Foi essa parceria entre universidades e empresas, pr&aacute;tica crescente nos &uacute;ltimos anos, que motivou a Universidade de Campinas (UNICAMP) a criar em 2003 a ag&ecirc;ncia Inova, respons&aacute;vel por intermediar parcerias entre companhias, &oacute;rg&atilde;os de governo e demais organiza&ccedil;&otilde;es com o meio acad&ecirc;mico da institui&ccedil;&atilde;o.</p> <p>A ag&ecirc;ncia desempenha tamb&eacute;m as fun&ccedil;&otilde;es de executar as pol&iacute;ticas de inova&ccedil;&atilde;o e de propriedade intelectual (PI) da universidade, sendo respons&aacute;vel pela prote&ccedil;&atilde;o, negocia&ccedil;&atilde;o e licenciamento das patentes e outras formas de PI da Unicamp.<br />&nbsp;<br />At&eacute; o ano passado, foram fechados 210 conv&ecirc;nios, representando um aporte de R$ 35 milh&otilde;es &agrave; Unicamp. Desses, 40 s&atilde;o contratos de licenciamentos de patentes, envolvendo 60 tecnologias desenvolvidas pela universidade. As parcerias podem envolver projetos j&aacute; em andamento pela universidade ou serem encomendados pelas empresas conveniadas.<br />&nbsp;<br />Com a Lei da Inova&ccedil;&atilde;o Tecnol&oacute;gica, em vigor desde outubro de 2005, esse tipo de espa&ccedil;o, denominados n&uacute;cleos de inova&ccedil;&atilde;o, tornou-se obrigat&oacute;rio nos institutos de Computa&ccedil;&atilde;o e Tecnologia. A nova lei determinou ainda regras para o registro de patentes e incentivos &agrave; pesquisa tecnol&oacute;gica.</p> <p><span class="subtitulomateria">Nova lei dificultou processo de licenciamento de tecnologia</span><br />Devido ao processo de adapta&ccedil;&atilde;o com a nova legisla&ccedil;&atilde;o, a Unicamp conseguiu fechar apenas dois licenciamentos em 2006. Hoje, com o trabalho normalizado, Roberto Lotufo, Diretor da Inova, comemora: "O maior impacto foi a necessidade de fazermos o edital de dispensa de licita&ccedil;&atilde;o para licenciamentos exclusivos. Isto dificultou um pouco o processo de comercializa&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m acho que a regulamenta&ccedil;&atilde;o atual neste assunto &eacute; muito positiva", diz.<br />&nbsp;<br />Entre as parcerias de sucesso, est&atilde;o um sensor de qualidade de combust&iacute;vel para autom&oacute;veis para a Click Automotiva, empresa de fabrica&ccedil;&atilde;o de pe&ccedil;as de autom&oacute;veis, e o licenciamento de um medicamento para tratamento de diabetes para a Ach&eacute;, empresa do setor farmac&ecirc;utico que investiu R$ 2 milh&otilde;es no projeto.</p> <p>Apesar do alto valor, a Unicamp tamb&eacute;m possui projetos para pequenas e m&eacute;dias empresas. "As pesquisas na universidade t&ecirc;m diversos mecanismos de financiamento, com empresas de diversos portes nas mais variadas &aacute;reas de atua&ccedil;&atilde;o", explica Lotufo.<br />&nbsp;<br /><span class="subtitulomateria">Inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica para manter-se &agrave; frente</span><br />Para ele, iniciativas como essa impedem que o Brasil seja ultrapassado com a concorr&ecirc;ncia globalizada, principalmente com empresas multinacionais que j&aacute; operam utilizando nanotecnologia na fabrica&ccedil;&atilde;o de seus produtos.</p> <p>&ldquo;O Brasil peca na quest&atilde;o de transferir a pesquisa acad&ecirc;mica para as empresas. Poder&iacute;amos estar em est&aacute;gio muito mais avan&ccedil;ado se consegu&iacute;ssemos aproveitar o resultado do trabalho acad&ecirc;mico e transformar isso em algo comercial e p&uacute;blico&rdquo;, complementa o presidente da Peppers &amp; Rogers Group no Brasil.</p>
Tecnologia e Marketing juntos trazem bons resultados
25 de agosto de 2008