<p><strong>Sustentabilidade, modismos e o orgulho de ser brasileiro</strong></p><p>Por Maria Del Pilar Mu&ntilde;oz*</p><p>Muito se tem falado sobre desenvolvimento sustent&aacute;vel e, no fundo, s&oacute; o fato de discutirmos o tema faz com que alguns conceitos mais modernos (e mais justos) de administra&ccedil;&atilde;o sejam incorporados ao nosso dia a dia. Questionamentos sobre o qu&atilde;o sustent&aacute;vel &eacute; o crescimento de uma determinada organiza&ccedil;&atilde;o nos obriga a refletir sobre eq&uuml;idade social, gera&ccedil;&atilde;o e distribui&ccedil;&atilde;o de riqueza e preserva&ccedil;&atilde;o ambiental. Ainda que alguns afirmem que boa parte de tudo isso seja modismo, por que n&atilde;o enxergarmos o lado bom desta quest&atilde;o? A proposta de mudan&ccedil;a, os avan&ccedil;os, a dissemina&ccedil;&atilde;o do conceito, aumenta o senso de responsabilidade com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; sociedade e ao planeta. </p><p>Num passado recente, boa parte das organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o via a import&acirc;ncia do crescimento sustent&aacute;vel. O lema &ldquo;cada um com seus problemas&rdquo; como modus vivendi das corpora&ccedil;&otilde;es contaminava n&atilde;o apenas o relacionamento entre &aacute;reas, mas tamb&eacute;m a rela&ccedil;&atilde;o com fornecedores e clientes. Ainda hoje &eacute; poss&iacute;vel assistir a negocia&ccedil;&otilde;es t&atilde;o pesadas entre empresas que culminam muitas vezes com um grande preju&iacute;zo para uma das partes, &eacute; literalmente uma queda de bra&ccedil;o. A pol&iacute;tica do &ldquo;ganha-ganha&rdquo;, um conhecido jarg&atilde;o empresarial, sai de cena quando o assunto &eacute; negocia&ccedil;&atilde;o. Para ganhar competitividade muitas vezes o &ldquo;vale-tudo&rdquo; &eacute; a regra. E a&iacute; vem a quest&atilde;o: at&eacute; que ponto podemos chegar? Quando ceder? Com uma vis&atilde;o de curt&iacute;ssimo prazo e uma falsa sensa&ccedil;&atilde;o de ganho, muitos equ&iacute;vocos acontecem por pura ignor&acirc;ncia empresarial. </p><p>&Eacute; nessa selva que podemos ver com esperan&ccedil;a florescer o conceito de responsabilidade s&oacute;cio-ambiental. Da&iacute; para a pr&aacute;tica &eacute; uma quest&atilde;o de tempo. Em alguns setores de alguns pa&iacute;ses, o tempo &eacute; agora. Que bom. Se pretendermos nos manter num mundo cada vez mais globalizado e exigente podemos, no m&iacute;nimo, come&ccedil;ar a nossa li&ccedil;&atilde;o de casa. </p><p>Motivo de orgulho, algumas empresas nacionais j&aacute; despertaram para esta realidade e sa&iacute;ram do imediatismo para buscar estrat&eacute;gias de m&eacute;dio e longo prazo e um prop&oacute;sito de crescer beneficiando tamb&eacute;m a coletividade: colaboradores e suas fam&iacute;lias, comunidades, consumidores, clientes e fornecedores, acionistas, enfim, todos os p&uacute;blicos envolvidos. </p><p>Na Eurofarma, ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica 100% nacional, o tema Sustentabilidade &eacute; muito discutido e hoje vivenciado pelos colaboradores. A &aacute;rea de Responsabilidade Corporativa, que engloba o Instituto Eurofarma, est&aacute; &agrave; frente de projetos cuja miss&atilde;o &eacute; a de promover a inclus&atilde;o s&oacute;cio-econ&ocirc;mica e o desenvolvimento sustent&aacute;vel por meio da educa&ccedil;&atilde;o transformadora. Tais projetos, como &ldquo;Educar para Reciclar&rdquo;, &ldquo;Mat&eacute;ria Prima&rdquo;, &ldquo;Centro Eurofarma de Enfermagem&rdquo;, parcerias com a ADD – Associa&ccedil;&atilde;o Desportiva para Deficientes e o mais recente, &ldquo;Inclus&atilde;o Digital&rdquo;, envolvem colaboradores, seus filhos, estudantes de escolas p&uacute;blicas no entorno das f&aacute;bricas, as fam&iacute;lias destas crian&ccedil;as, enfim, toda a comunidade, trazendo resultados reais. Educar, qualificar profissionalmente e conscientizar seus p&uacute;blicos para quest&otilde;es s&oacute;cio-ambientais, contribui na forma&ccedil;&atilde;o de cidad&atilde;os mais exigentes e conscientes. A iniciativa ajuda a mover a roda da cidadania. Com mais conhecimento, melhores oportunidades de emprego e renda. Bom para o indiv&iacute;duo, para sua fam&iacute;lia, para o pa&iacute;s e para a economia brasileira.</p><p>&Eacute; preciso muitas vezes deixar as cr&iacute;ticas para abra&ccedil;ar as causas. Torcer o nariz para novos conceitos ou simplesmente tratar como modismo movimentos importantes pode ser uma vis&atilde;o um tanto quanto m&iacute;ope e pode comprometer o futuro de muitas organiza&ccedil;&otilde;es. N&atilde;o se pode, atualmente, dar as costas ou ignorar o trip&eacute; das empresas sustent&aacute;veis: Responsabilidade &Eacute;tica, Social e Ambiental. </p><p>Apesar da amplitude do tema Sustentabilidade, &eacute; poss&iacute;vel e necess&aacute;rio inseri-lo nas mais diferentes &aacute;reas de uma corpora&ccedil;&atilde;o. Enquanto fica f&aacute;cil de enxergarmos as oportunidades nos investimentos sociais, parece distante a aplica&ccedil;&atilde;o do conceito em &aacute;reas mais t&eacute;cnicas como TI e Fiscal. Mas as empresas podem contribuir positiva e ativamente em projetos que inibam o grau de informalidade do pa&iacute;s. Nestas &aacute;reas, na Eurofarma, tiveram in&iacute;cio em 2006 projetos que visam dar &agrave; sociedade e ao fisco maior transpar&ecirc;ncia nas suas transa&ccedil;&otilde;es comerciais. &Eacute; o caso do programa das NF-e (notas fiscais eletr&ocirc;nicas) e do pr&oacute;prio projeto piloto &quot;sped&rdquo; (sistema p&uacute;blico de escritura&ccedil;&atilde;o digital). </p><p>O conceito parte de dentro para fora num movimento claramente percebido pelos colaboradores da empresa. As a&ccedil;&otilde;es promovem orgulho e geram reconhecimento. Mas, principalmente, pavimentam a estrada que conduzir&aacute; as empresas ao futuro. <br />N&atilde;o se trata de uma oportunidade de diferenciar-se ou de um modismo, trata-se de um caminho sem volta. Na pr&aacute;tica, nada melhor que o bom exemplo. Oxal&aacute; tenhamos sempre boas iniciativas e organiza&ccedil;&otilde;es das quais possamos nos orgulhar.</p><p>* Maria Del Pilar Mu&ntilde;oz &eacute; Diretora de Marketing Corporativo da Eurofarma.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.eurofarma.com.br" target="_blank">www.eurofarma.com.br</a></p>
Sustentabilidade, modismos e o orgulho de ser brasileiro
24 de julho de 2007