<p>Um banner com cerca de dois metros e meio de largura por um metro e meio de altura pregado na parede do departamento de Marketing da Samsung mostra a meta de vendas de aparelhos celulares no m&ecirc;s de outubro: 2.000.000. Este &eacute; s&oacute; um exemplo do estilo agressivo de uma das marcas mais valiosas do mundo que est&aacute; no Brasil h&aacute; menos de 10 anos, mas que j&aacute; conquistou a lideran&ccedil;a do mercado de celulares por aqui e promete incomodar em outros setores.<br /> <br /> Os dois milh&otilde;es de aparelhos representam a face mais conhecida da marca coreana no Brasil, juntamente com os televisores e monitores para computador. Mas tem muito mais. Por aqui s&atilde;o vendidas tamb&eacute;m c&acirc;mera digital, filmadora, impressora, DVD, notebook e at&eacute; m&aacute;quina de lavar e geladeira. A Samsung &eacute; a &uacute;nica empresa de eletr&ocirc;nicos no pa&iacute;s a ter uma extens&atilde;o de marca t&atilde;o grande, todas atuando em mercados extremamente competitivos sob um mesmo nome.<br /> <br /> Por isso, a empresa &eacute; obrigada a lan&ccedil;ar nada menos do que 200 produtos por ano. A cada 12 meses a Samsung descontinua uma linha e faz o lan&ccedil;amento de outra. A justificativa, al&eacute;m da forte concorr&ecirc;ncia, &eacute; que a empresa atua em mercados capitaneados pela inova&ccedil;&atilde;o e pelo design. Deixar o mesmo produto na prateleira por mais de um ano significa parecer velha e ultrapassada, mesmo que a maioria dos consumidores n&atilde;o tenha tempo suficiente para esgotar todas as possibilidades de um produto em t&atilde;o pouco tempo.<br /> <br /> <strong><img height="254" alt="Sumsung enfrenta o desafio de lan&ccedil;ar 200 produtos por ano" width="194" align="left" src="/images/materias/Carlos_Werner_Samsung.gif" />Puxado pela inova&ccedil;&atilde;o</strong><br /> Todas as grandes multinacionais de eletr&ocirc;nicos t&ecirc;m altos investimentos em tecnologia e s&atilde;o marcas consolidadas. &ldquo;&Eacute; um mercado movido pela inova&ccedil;&atilde;o. Temos que enxergar o produto em todo o seu ciclo e levamos em m&eacute;dia de seis meses a um ano para lan&ccedil;ar outro&rdquo;, explica Carlos Werner (foto), Diretor de Marketing da Samsung. &ldquo;N&atilde;o estamos mudando s&oacute; por mudar. &Eacute; para oferecer benef&iacute;cios tang&iacute;veis. Se mantermos o mesmo celular por dois anos ele ficar&aacute; desatualizado. A velocidade de inova&ccedil;&atilde;o cresceu demais. Passamos d&eacute;cadas com TVs de tubo que n&atilde;o mudavam&rdquo;, aponta o executivo em entrevista ao Mundo do Marketing.<br /> <br /> A Samsung estreou no mercado brasileiro vendendo videocassete e cresce o seu faturamento por aqui em 35% ao ano desde 2004. A marca est&aacute; em mais de 100 pa&iacute;ses e o Brasil figura entre os 10 mais importantes, com expectativas de se tornar um dos cinco mais representativos para a companhia no mundo ao final deste ano. Atuando em tr&ecirc;s grandes divis&otilde;es de neg&oacute;cios, eletr&ocirc;nicos (TV, DVD, C&acirc;mera, Filmadora e Linha Branca), Telecom (celulares) e TI (disco r&iacute;gido, monitores e agora notebook), a empresa enfrenta um grande desafio de gest&atilde;o de marca.<br /> <br /> O primeiro foi fazer a marca ser conhecida. &ldquo;Passamos por todas as fases de constru&ccedil;&atilde;o de marca no Brasil porque&nbsp;a Samsung &eacute;&nbsp;jovem no varejo, desde a constru&ccedil;&atilde;o de conhecimento de marca at&eacute; a prefer&ecirc;ncia&rdquo;, afirma Werner. Durante muito tempo a empresa foi reconhecida apenas no mercado de celulares e de televisores. &ldquo;Nosso grande desafio &eacute; manter a coer&ecirc;ncia e fazer com que a Samsung seja vista como&nbsp;uma &uacute;nica personalidade com uma proposta de valor clara. Ela n&atilde;o pode significar coisas diferentes dependendo do produto.&nbsp;O grande desafio &eacute; unificar tudo&rdquo;, completa.<br /> <br /> <strong>Touch screen para a massa</strong><br /> Agora, a miss&atilde;o &eacute; criar ainda mais valor e estabelecer a personalidade da marca corporativa para que ela seja transportada para as v&aacute;rias categorias de produtos que est&atilde;o sendo lan&ccedil;ados, como a de notebooks e netbooks, que chegaram ao mercado neste m&ecirc;s. A Samsung ainda est&aacute; construindo os fundamentos deste neg&oacute;cio, investindo em assist&ecirc;ncia t&eacute;cnica, comunica&ccedil;&atilde;o e distribui&ccedil;&atilde;o depois de ter montando uma f&aacute;brica espec&iacute;fica para os computadores port&aacute;teis. A meta, diz a empresa, &eacute; ser l&iacute;der do segmento, assim como &eacute; em celulares. <br /> <br /> A estrat&eacute;gia de gest&atilde;o de produtos &eacute; a grande respons&aacute;vel por isso. Al&eacute;m de ter o modelo Galaxe S, um dos tops da categoria de smartphones touch screem, com sistema operacional Android, do Google, e receptor de TV Digital, a marca tem um portf&oacute;lio bem segmentado.&nbsp;Os aparelhos da marca est&atilde;o divididos em v&aacute;rias faixas de pre&ccedil;o, com o diferencial de ter colocado no mercado modelos de entrada com tecnologia touch screen. &ldquo;&Eacute; aqui que est&atilde;o os grandes volumes&rdquo;, ressalta Carlos Werner. <br /> <br /> Para vender estes grandes volumes &eacute; preciso uma estrat&eacute;gia diferenciada de comunica&ccedil;&atilde;o, relacionamento e promo&ccedil;&atilde;o. Por isso, a marca criou no &uacute;ltimo m&ecirc;s a &ldquo;Semana Tudo Azul Samsung&rdquo;. Inspirada na mega liquida&ccedil;&atilde;o nos Estados Unidos chamada de Black Friday, a empresa ofereceu pre&ccedil;os e condi&ccedil;&otilde;es de pagamento especiais para produtos eletr&ocirc;nicos, de linha branca, de telecom e de inform&aacute;tica em parceria com o varejo. &ldquo;Como o resultado foi muito bom h&aacute; a tend&ecirc;ncia de repetir algumas vezes&rdquo;, adianta o Diretor de Marketing.<br /> <br /> <strong>Promo&ccedil;&atilde;o e relacionamento</strong><br /> A Samsung tamb&eacute;m usa o esporte como plataforma de Marketing ao patrocinador as Olimp&iacute;adas, mas &eacute; na internet&nbsp;que est&aacute; o seu segundo maior investimento em m&iacute;dia. &ldquo;Hoje a internet &eacute; um grande meio de busca de informa&ccedil;&atilde;o. Temos que tirar d&uacute;vidas e estar ligados no que as pessoas est&atilde;o falando nas redes sociais&rdquo;, conta Werner. Al&eacute;m do relacionamento digital, a marca tamb&eacute;m tem promovido uma aproxima&ccedil;&atilde;o real.<br /> <br /> Desde o ano passado a empresa investe mais no nordeste, mercado em forte expans&atilde;o. Para se fazer presente e se aproximar de consumidores, a marca patrocinou o carnaval de Salvador e a Festa de S&atilde;o Jo&atilde;o de Caruaru recentemente. O relacionamento com o cliente de outros mercados acontece por meio de um programa de CRM que oferece promo&ccedil;&otilde;es exclusivas e uma revista de lifestyle que transporta os valores e est&eacute;tica da marca.<br /> <br /> Quando o assunto &eacute; ponto de venda, a Samsung foi pioneira em criar&nbsp;o seu pr&oacute;prio no Brasil. A loja conceito que fica no Shopping Morumbi, em S&atilde;o Paulo, exp&otilde;e todas as novidades da marca e coloca um personal tech treiner para dar treinamento gratuito e tirar d&uacute;vidas dos potenciais compradores. &ldquo;&Eacute; um espa&ccedil;o para tomar decis&atilde;o de compra com paz de esp&iacute;rito porque ningu&eacute;m pressiona para comprar&rdquo;, esclarece Carlos Werner. O espa&ccedil;o respira a marca e serve para testar modelos de exposi&ccedil;&atilde;o. Afinal, a Samsung tem que vender muitos dos seus 200 lan&ccedil;amentos por ano.</p>
Samsung enfrenta o desafio de lançar 200 produtos por ano
13 de outubro de 2010
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