Redes sociais podem converter diálogo em vendas 21 de agosto de 2013

Redes sociais podem converter diálogo em vendas

         

Para Alexandre Gonçalves, Senior Account Manager da SocialBakers, empresas devem usar contato com o consumidor para melhorar resultados em faturamento e awareness da marca

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socialbakers,bancos,facebook,twitter,relacionamentoO diálogo entre consumidores e marcas nas redes sociais deve ir além do atendimento para atingir objetivos estratégicos. Com uma adesão de cada vez mais empresas a plataformas como Twitter e Facebook como canal de relacionamento, é possível utilizar todo o potencial destes ambientes para conquistar engajamento e assim gerar resultados como aumentar vendas, awareness e reverter experiências negativas com produtos e serviços.

Um levantamento feito pela SocialBakers sobre o uso destes canais de atendimento pelos principais bancos em atuação no Brasil mostra que as marcas mais atuantes possuem uma alta taxa de resposta aos usuários. Apesar disso, todo o potencial das plataformas digitais ainda está longe de ser utilizado pela ausência de uma estrutura integrada e maior ênfase no social. “Isso ajuda não só a resolver os problemas dos clientes, como também a converter o contato do consumidor em um engajamento de produtos e serviços. É um desafio que pode gerar grandes oportunidades”, afirma Alexandre Gonçalves, Senior Account Manager da SocialBakers. Veja a entrevista:

Mundo do Marketing: O que levou a fazer esta pesquisa?
Alexandre Gonçalves:
Estamos falando de um estudo feito com os principais players do setor bancário brasileiro e inicialmente focado na taxa de respostas destes bancos aos usuários nas redes sociais Facebook e Twitter. O segmento bancário é muito forte, mas ainda sofre com os problemas de atendimento. Há muitos intermediários até que o consumidor consiga resolver o seu problema, diferente das redes sociais, onde não há esta intermediação. A ideia original da SocialBakers era detectar se esta transição realmente estava acontecendo. Ao mesmo tempo queremos motivar estas empresas a adotarem mais estes canais como plataformas de diálogo com os seus públicos. Isso ajuda não só em resolver os problemas dos clientes, como também a converter o contato do consumidor em um engajamento de produtos e serviços. É um desafio, mas que ode gerar grandes oportunidades.

Mundo do Marketing: Quais foram as principais conclusões sobre a atuação dos bancos nestas plataformas?
Alexandre Gonçalves:
Existe uma diferença bem marcante entre Facebook e Twitter. Ambas são utilizadas, mas no Facebook, bancos como Citi e Caixa estão completamente fechados. O Twitter, por ser um canal que limita as mensagens, o tamanho dos posts e por ser mais objetivo, torna-se mais útil para gerar resultados. No Facebook, exige-se uma equipe de gestão de mídias sociais que entenda a sutileza de fazer o Marketing nesta plataforma. Nesta rede social, o consumidor navega em um apanhado de gráficos e conteúdo da marca, enquanto no Twitter as coisas são mais direcionadas. No mobile, especificamente, o microblog funciona muito melhor como canal de atendimento. Muitos bancos criaram, inteligentemente, perfis específicos para atendimento. Estes canais não ficam publicando conteúdo institucional e estão focados unicamente no atendimento. Esta divisão é importante, pois os bancos têm um volume muito grande de demanda. E o pessoial de Marketing, focado em divulgar novos produtos e serviços, não é o mais indicado para cuidar deste tipo de relacionamento.

Mundo do Marketing: Podemos dizer que estas empresas estão realizando um bom atendimento pelas redes sociais?
Alexandre Gonçalves:
Há um processo de aprendizado neste campo. Um dos pontos que mostra claramente como estas empresas ainda estão se aperfeiçoando é a forma como elas abrem estes canais. Nos próprios sites dos bancos, muitas vezes é preciso se esforçar para descobrir os perfis, pois a informação não é muito explícita. Acredito que as equipes destacadas para esta tarefa são pequenas e há um receio de abrir isso na comunicação para todos os clientes e receber uma demanda muito grande.

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Mundo do Marketing: Quais bancos se destacaram neste levantamento?
Alexandre Gonçalves:
Sobre os destaques, devemos lembrar que este estudo foi de apenas um mês. O que pretendemos é atualizar bimestralmente estes dados. Mas mesmo sendo um monitoramento de pouco tempo, o Bradesco aparece com a maior taxa de respostas e um alto volume de perguntas. Se fosse para dar um destaque neste mês, o Santander foi a empresa que recebeu mais perguntas, cerca de 2.730, e respondeu 70% delas. Acredito que estes dois seriam destaques pela taxa de respostas.

As taxas de resposta são interessantes tanto no Facebook quanto no Twitter, sendo que no primeiro o volume de perguntas é bem menor. O Itaú teve 600 perguntas pelo Facebook. É um número ainda pequeno. Acredito que a partir deste levantamento períodico que faremos, será possível chegar a conclusões mais embasadas neste sentido.

Mundo do Marketing: O que falta para que estas empresas ofereçam um atendimento de excelência nos canais digitais?
Alexandre Gonçalves:
Estas empresas possuem profissionais que entendem destes processos, entendem as diferenças de linguagem em cada plataforma e outras peculiaridades. Acredito que o gargalo é que as áreas de Marketing, produto, vendas e atendimento precisam funcionar de forma mais integrada, mostrando para a direção que vale a pena investir, aumentar a equipe e estruturar melhor a empresa para este tipo de demanda. Uma questão complicada é terceirizar este atendimento. O pessoal de call center, por exemplo, está super preparado para seguir um script, mas pode não se adaptar à dinâmica das redes sociais. Uma empresa que está longe do setor bancário, mas que trabalha isso de forma genial é o Taco Bells, nos Estados Unidos. Eles fazem um trabalho fantástico para conquistar o engajamento dos usuários. Aproveitar a interação com um cliente, mesmo que seja uma reclamação, para tentar reverter este quadro e fidelizar é o caminho. Converter este diálogo em vendas, em awareness, em lucro, é uma maneira de mostrar para a direção que investir nestas plataformas é válido. Este link seria o grande pulo do gato.


Leia também: reportagem completa sobre o monitoramento da SocialBakers. Acesse aqui.


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