Recursos para Inovar 18 de agosto de 2009

Recursos para Inovar

         

O atual cenário da economia mundial mostra que as empresas vão precisar ter mais do que disciplina e competência para atravessar a crise. Uma dose de ousadia será necessária para os que querem sobreviver. E a medida certa desta ousadia passa pela inovação

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Autor: Marcelo Ferrari Wolowski

Inovar no sentido de implantar idéias novas, seja em produtos ou processos, que efetivamente tragam um ganho de competitividade para a empresa. Essa necessidade de inovação é constante, mas faz-se fundamental em épocas de crise, quando o consumidor passa a ser mais criterioso com seus gastos. Ganham as empresas que conseguirem satisfazer e até mesmo superar as necessidades deste consumidor cada dia mais exigente.

A boa notícia para as empresas é que investir em inovação está mais acessível. O governo brasileiro tem incentivado a criação de linhas de fomento para quem está disposto a inovar. Recentemente, duas importantes instituições de fomento, o BNDES e a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), reduziram as taxas de juros de algumas linhas de financiamento com consonância com a redução da TJLP anunciada recentemente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A FINEP repassou integralmente a redução da TJLP de 0,25 p.p. às taxas de juros do Programa Inova Brasil e ampliou o escopo de atuação deste programa. As taxas de juros do Programa Inova Brasil obedecem a seguinte classificação:

1) Programas mobilizadores em áreas estratégicas (taxa de 4% a.a);
2) Programas para conciliar e expandir a liderança (taxa de 4,5% a.a.);
3) Programas para fortalecer a competitividade (taxa de 5% a.a)
4) Projetos de Pré-Investimento e de Engenharia Consultiva (taxa de 4% a.a.) – (novo)
5) Outros projetos inovadores: taxa de 8% a.a. (novo)

A FINEP dispõe também do Programa Juro Zero, que é dedicado exclusivamente para as micro e pequenas empresas inovadoras, ou seja, empresas com faturamento de até R$ 10,5 milhões no último exercício. Santa Catarina é o estado que lidera o ranking nacional de projetos aprovados neste programa. A participação do Estado, desde a criação do Programa Juro Zero, é superior a 50% do total de aprovações. Dois exemplos de empresas do Vale que estão se beneficiando de linhas de financiamento são a Operacional Têxtil, que captou R$ 857 mil no Juro Zero e a Senior Sistemas, que teve aprovado crédito de R$ 10 milhões no Prosoft, do BNDES.

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Há também os recursos de Subvenção Econômica, que disponibiliza recursos não-reembolsáveis (sem a necessidade de devolução integral) às empresas que têm seus projetos aprovados nos editais deste programa. Estes editais, em geral, possuem um alto grau de especificidade de áreas/segmentos de projeto. No último edital de Subvenção Econômica divulgado pela FINEP no final de 2008, houve 2.558 projetos postulantes a estes recursos, que concorrerão a R$ 450 milhões de recursos não reembolsáveis.

As linhas de financiamento oferecidas pela FINEP e BNDES para as empresas que buscam investir em inovação são bem atrativas. O Programa Juro Zero, por exemplo, permite à empresa parcelar o financiamento em 100 parcelas iguais, sem juros, havendo apenas a correção das parcelas pelo índice do IPCA.

Já o BNDES efetuou um corte ainda mais expressivo nas taxas de juros das linhas de financiamento. No Programa Inovação Tecnológica a taxa caiu de 4,5% para 3,5% a.a. fixo e no Programa Capital Inovador passou a ser de 4,5% a.a. fixo, no lugar da TJLP.

Outra opção que tem crescido são os aportes de capital de fundos de venture capital e private equity. Segundo pesquisa da Latin America Venture Capital Association, o Brasil possui uma posição única nesse mercado e sua economia consolidada está atraindo investidores externos. De acordo com a entidade, o Brasil domina a região com o volume de investimento de US$ 2.4 bilhões no ano de 2008.

Enfim, há opções no mercado para as empresas que investem em inovação, derrubando mitos como “é caro investir” ou “o governo não apóia a inovação nas empresas”. A inovação nas empresas precisa ser entendida como uma estratégia empresarial, sendo questão de vantagem competitiva e de sobrevivência a elas.


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