Protestos mudam rotina econômica, social e política do país 19 de junho de 2013

Protestos mudam rotina econômica, social e política do país

         

Movimentos dão mais poder à população e influenciam medidas econômicas. Profissionais de Marketing devem ficar atentos às mudanças que podem influenciar nas estratégias

Publicidade

Protestos,manifestações,movimento,economia,política,sociedadeA alta inflação, a corrupção nos governos e a falta de estrutura do país são algumas das razões que têm levado milhares de pessoas às ruas para protestar. O que começou com uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus ganhou maiores proporções e estabelece um novo panorama econômico, político e social que exige a atenção dos profissionais de Marketing ao desenvolverem suas estratégias e ações.

Além de gerar paralisações nas cidades, o que impacta nas negociações comerciais, o movimento de insatisfação já está obrigando o governo a adotar medidas para acalmar os ânimos, como a reformulação das tarifas do transporte público e a ênfase em políticas tributárias para evitar o aumento da inflação. “O governo abriu as torneiras para o financiamento da safra agrícola para tentar segurar o preço dos alimentos, então acredito que algumas medidas estão sendo tomadas de forma mais acelerada por causa das manifestações”, avalia Gilberto Braga, Economista e Professor do Ibmec, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Apesar da ocorrência dos protestos em vários estados e de atos pontuais de vandalismo, ainda não há grandes interferências nos investimentos estrangeiros, especialmente pelo fato de eles já estarem acostumados a lidar com situações de mobilizações populares em outros países. “Em um primeiro momento, isso não afugenta o investidor. Por mais que haja uma perplexidade por não julgarem que algo semelhante pudesse ocorrer no Brasil, por outro lado, não há uma radicalização como no passado, com golpes militares e ditadura”, destaca Gilberto Braga.

Protestos,manifestações,movimento,economia,política,sociedadePor não envolver questões religiosas, como na Turquia, ou outros elementos que possam favorecer um descontentamento que vá além da gestão política, uma grande alteração na estrutura atual do governo é pouco possível. Mesmo assim, as manifestações causam um desconforto político. “A população está demonstrando que não vê credibilidade na classe política e no sistema partidário. Isso não deve atingir a estrutura política partidária, mas exige dos políticos um outro discurso e uma reformulação das estratégias voltadas para as eleições do ano que vem e de suas plataformas políticas”,  avalia Rogério Souza, Sociólogo e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Iuperj , em entrevista ao portal.

Para a sociedade, a maior mudança é a consciência de que algo pode ser feito para conseguir que as questões que geram insatisfação sejam resolvidas. “Abriu-se uma porta e de uma forma ou outra ela trará repercussões. A população percebeu que pode tomar as ruas, que tem força e, depois de muito tempo, a população está invertendo a ordem. Não é mais o homem público, seja na esfera do poder legislativo ou executivo, que está pautando as agendas da sociedade. Agora o povo é que está dizendo o que é prioridade no momento”, analisa Rogério Souza.

Publicidade

Publicidade