Procure um médico ou um maquiador! 15 de agosto de 2007

Procure um médico ou um maquiador!

         

Aja agora, evite que sua empresa adoeça.

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Autor: Jonatas Abbott

Perda dos principais talentos, distanciamento da própria identidade, troca constante de colaboradores e demissões equivocadas,  comunicação confusa, dificuldade em reconhecer erros, muitos chefes para poucos índios, chefes que deveriam estar na escola e falta de regras claras são os principais sintomas de uma empresa em crise, doente. Não é fácil. Mesmo bem colocada no mercado ou com bons produtos sua empresa pode ter problemas deste tipo.

O cliente perde a referência, os funcionários que saem viram culpados de tudo e notícias novas a cada dia são a tentativa derradeira de enganar ao mercado e a si própria. Um caos.

Tenho aversão a auto-ajuda e por isso mesmo não conheço fórmula pronta para resolver uma enrascada destas. Mas a solução sempre começa quando o doente reconhece a doença e procura ajuda. O maior problema de várias empresas é que o doente segue maquiando a palidez e acaba por acreditar na imagem refletida no espelho. Até a próxima noite escura quando os fantasmas teimam em sair do armário, pedindo uma solução, um novo norte, uma nova bússola.

Ao reconhecer a própria doença (e com ajuda) uma empresa pode fazer o diagnóstico, quase sempre localizado e quase sempre no topo, na liderança, no comando. Sim, ao contrário do que todos os culpados da hora poderiam crer a responsabilidade estava mais em cima.

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Bem, se cada caso requer uma solução e desconheço fórmulas prontas, por outro lado conheço quatro antídotos para que sua empresa não adoeça. O primeiro é o velho e bom conteúdo, travestido na forma de muito trabalho em torno do produto e do cliente. O segundo é a humildade em ouvir a equipe, em olhar o espelho sempre antes da maquiagem, em admitir falhas e saber voltar atrás. O terceiro e verdadeiramente infalível é o foco no resultado. O mais importante numa empresa é o foco no resultado. Quando do presidente ao boy todos pensam no resultado e não na carreira, ou nela como conseqüência do resultado tudo corre bem. Uma equipe unida e com pouco ou nenhum alpinismo corporativo é uma equipe com um único objetivo, o resultado. O problema é que pessoas são pessoas tanto na política quanto nas empresas. E, infelizmente, cada vez mais o sucesso virou fim que justifica qualquer meio. E esta é a pior doença. Por fim o número quatro é valorização do ser humano, o verdadeiro conteúdo de que as empresas são feitas. Colaboradores de todos os níveis devem ser respeitados e, mais do que isso, destacados. Clientes, fornecedores e parceiros são pessoas a quem devemos atenção, respeito e valor.

Assessoria de imprensa não é maquiador. Aja agora, evite que sua empresa adoeça. A auto-ajuda é a sua equipe, pergunte a eles. Ou assuma a palidez como cor de vez e procure o salão de beleza mais próximo.

P.S.: Aprendi em 20 anos de carreira que os talentos se vão muito mais por falta de desafio e/ou ambiente que pelo salário. Pensem nisso, pensem nisso.


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