Os brasileiros nascidos até meados da década de 1970 podem ter tido seu primeiro contato com um mundo virtual por meio das produções cinematográficas dos anos 1980, quando o cinema hollywoodiano explorava temas relacionados a conexões, como em “O Exterminador do Futuro”, de 1984. Mal sabiam os integrantes daquela geração que parte da realidade criada para as películas de cinema se tornaria realidade em um futuro bem próximo, pois as primeiras conexões com a web no Brasil ocorreram em 1988, mesmo que o nascimento da internet no mundo date em 1969.
Claro que essas primeiras conexões nem se comparam ao que temos disponível no mercado atualmente, mas o que tem a ver esse histórico com esta proposta de artigo? Os quarentões de hoje em dia ao longo dos anos passaram a integrar a maior parcela de usuários de internet no país. A última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) com dados de 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), revela que os maiores de 40 anos somam 30,3 milhões de internautas. No mesmo período, o Brasil tinha 26,9 milhões de internautas entre 15 e 24 anos.
E por que os quarentões dominam a internet mesmo a rede sendo quase fonte de vida para os mais jovens (leia-se aqui entretenimento, estudos e trabalho)? Os maiores de 40 anos podem não ter nascido familiarizados com a realidade digital, mas hoje veem nela uma oportunidade de negócio e relações. É por meio da internet que muitos dos quarentões fizeram a vida para vender seus negócios, encontraram os velhos amigos da escola, acompanham a vida dos filhos e parentes que moram longe, e também ingressaram em novos relacionamentos mesmo após terem constituído a primeira família, por exemplo.
Por estarem mergulhados nesse universo virtual (cada vez mais real), o público +40 pode não ser o mais entendedor da tecnologia da informação, mas sabe consumi-la e, possivelmente, por isso tenham figurado como principal público consumidor de internet no Brasil. Esse público do qual estamos referindo neste texto tem também suas exigências, as conexões têm de ser descomplicadas, ágeis e de qualidade, afinal, mesmo tendo vivido boa parte da vida sem a internet, hoje o recurso é quase que inerente a todas as atividades do seu dia a dia.
Para quem é empreendedor, os negócios não podem parar, é importante estar informado das questões econômicas do Brasil e do mundo. Para quem aposta no entretenimento, se tornou quase que mágico não precisar mais ir ao cinema ou locadora para assistir um filme, tudo está ali no conforto da casa. A geração dos maiores de 40 se adaptaram muito bem à nova realidade e por esse motivo a internet não é apenas uma casa aberta aos mais jovens. Aqui temos um sinal de democracia e igualdade, todos desfrutam da internet
Não entrarei no mérito de inclusão digital por renda, pois sabemos que o desequilíbrio de renda do país reflete inclusive nos acessos à internet, mas mesmo sob essa ótica, as conexões têm crescido. Ainda conforme a última Pnad, o número de internautas brasileiros cresceu 7,1%, sendo 102,1 milhões. Há um fator importante a se destacar, o acesso se torna mais acessível também graças aos preços cada vez mais aderentes ao bolso do consumidor e às conexões mobile. Segundo a Pnad, em 2015 foi a primeira vez em que caiu o número de domicílios com computador, e se vê aumento do uso de smartphones.
