Os planos da SC Johnson para o Brasil 5 de junho de 2013

Os planos da SC Johnson para o Brasil

         

Kelly Semrau, Chief Sustainability Officer da companhia, fala das oportunidades no mercado brasileiro, consumo consciente e de investimentos em produtos cada vez mais sustentáveis

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sc jonhson,kelly Semrau,sustentabilidade,brasilA SC Johnson prepara um investimento de R$ 1,2 milhão em projetos sociais no Brasil até o final do ano. Este é um dos compromissos anunciados pela marca em encontro promovido com jornalistas durante o Sustainable Brands Conference. Outra iniciativa é uma parceria firmada com o Instituto Ayrton Senna pelos próximos quatro anos, que deve beneficiar 200 mil crianças e jovens de escolas públicas. A companhia quer ampliar a atuação no país, o maior mercado para os seus produtos na América Latina, e desenvolveu estudo onde aponta o consumidor brasileiro como um dos mais engajados do mundo.

O principal desafio é equilibrar investimentos em pesquisa e conseguir lançar produtos com composições melhores, mas sem alterações no preço, já que este é um aspecto crítico na decisão de compra. “Os produtos precisam ser bons, mas a um preço acessível. Logo, não cobramos mais por isso. Tem que funcionar, tem que ter um bom preço e precisa ser sustentável”, conta Kelly Semrau. Veja a seguir os principais tópicos abordados durante a conversa com os jornalistas:

Produtos “verdes”: A SC Johnson trabalha para reduzir ao máximo qualquer impacto ambiental gerado no processo produtivo ou no uso de seus produtos, porém, a executiva reconhece que ainda há muito que evoluir. “Nossos produtos são feitos com as melhores tecnologias em termos de fórmulas para reduzir ao máximo o impacto no meio ambiente, e as embalagens são feitas com uma ênfase muito grande na questão da sustentabilidade. Estamos sempre buscando melhorar. Não somos perfeitos, mas estamos dia a dia progredindo em todos estes quesitos. Temos muitas pessoas na nossa empresa pensando nisso”, afirma Kelly Semrau.

Sustentáveis, mas a um preço competitivo: No cenário atual, não cabem mais produtos que levem o selo de sustentáveis, mas que sejam mais caros que a concorrência. Por isso a SC Johnson estabeleceu como meta manter seu catálogo a preços competitivos. “Os produtos precisam ser bons, mas a um preço acessível. Logo, não cobramos mais por isso. Tem que funcionar, tem que ter um bom preço e precisa ser sustentável. De fato, em alguns casos os produtos sustentáveis são mais caros, mas não é essa a nossa política”, explica a executiva. 

Também faz parte desta política as poucas ações de comunicação, pois o objetivo é inserir de maneira natural produtos ecologicamente corretos no dia a dia das pessoas. “Não fazemos quase nenhuma publicidade sobre isso. É uma vergonha”, brinca Kelly Semrau, avisando que algumas ações pontuais estão sendo feitas, mas não há uma estratégia em larga escala.

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Percepção dos consumidores brasileiros sobre a sustentabilidade: Todos os produtos lançados no mercado brasileiro pela SC Johnson obedecem aos mesmos padrões adotados em outros países. A companhia tem a percepção de que os consumidores locais estão muito atentos ao tema e procuram compras que aliem um bom preço com o menor impacto. “Estamos atentos ao novo segmento de consumidores, pois eles têm uma nova forma de consumir. Cerca de 85% da população ainda não consome de maneira sustentável. A grande descoberta é que as pessoas, principalmente nos mercados emergentes, compram influenciadas por amigos e famílas e gastam um bom tempo avaliando o que é melhor para o planeta e para o meio ambiente. Isso é muito importante para as nossas estratégias de Marketing”, diz a executiva.

sc jonhson,kelly Semrau,sustentabilidade,brasilResultados no mercado brasileiro: A empresa não divulga números, mas informa que os produtos mais vendidos são Raid, Ziploc e Mr. Músculo, além da cera Grand Prix, item específico do mercado latino. “Estamos indo muito bem por aqui. Conseguimos ir ao lado de gigantes como Unilever e P&G. E o Brasil é um mercado importantíssimo para nós, seguido por Argentina e Venezuela, mas nenhum é comparável a ele. Entendemos o Brasil como país do futuro, por isso queremos ser parte deste futuro. Estamos de olho em tudo que está acontecendo”, avisa Kelly Semrau.

Investimento em sustentabilidade: O investimento em programas e políticas sustentáveis é um desafio que atinge a todas as empresas da mesma forma: é preciso equilibrar o que é gasto com os resultados da companhia. A diferença está na forma com os executivos encaram este desafio. “Mesmo em 2008, quando todos enfrentaram a crise, nossa opção foi por manter o andamento nestes projetos. É parte do meu trabalho garantir que tanto a companhia quanto os clientes mantenham a sustentabilidade no radar. Além disso, precisamos ter os consumidores conosco, por isso é tão importante a filosofia de ter produtos sustentáveis sem cobrar mais por isso”, diz.

Sobre a disposição do mercado de investir mais em iniciativas sociais ou ecológicas, a executiva afirma que não se trata mais de uma opção. “Todas as empresas estão em busca de produtos mais sustentáveis, todos estão investindo nisso. Mesmo nas companhias de capital aberto, os acionistas estão dispostos a aceitar um ganho ou crescimento um pouco menor, desde que isso gere vantagem competitiva, produtos melhores, marcas mais fortes etc. Na realidade, investimos em sustentabilidade, mas o resultado deste investimento é sempre uma economia: gastamos menos energia, menos insumos, menos recursos etc. Ou seja, todos saem ganhando”.

Sustentabilidade no Brasil: O Brasil está evoluindo muito rápido em termos de políticas sustentáveis e tem condições de superar inclusive as economias desenvolvidas neste quesito.  “Acredito que o mercado aqui está mais rápido que qualquer outro no mundo a esse respeito. Pelo que tenho visto aqui e comparado, os brasileiros são mais engajados neste tema. Mesmo nos Estados Unidos, não vemos este movimento tão forte. Sou uma otimista, e ainda há tempo. Todos estão atrasados neste aspecto, mas se começarmos agora, podemos conseguir”, complementa Kelly Semrau.

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