Observatório do comportamento na Pandemia: visões e oportunidades Bruno Mello 6 de maio de 2021

Observatório do comportamento na Pandemia: visões e oportunidades

         

Entender o comportamento do consumidor é entender quem são eles, como pesquisam e consomem produtos e o que e quem influencia sua decisão de compra.

Observatório do comportamento na Pandemia: visões e oportunidades
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A pesquisa do comportamento do consumidor pode ajudá-lo a entrar na mente do seu cliente. Você vai descobrir quais redes sociais ele está presente, quais lugares frequenta e quais veículos de comunicação consome. O comportamento consumidor é estudado por uma área do Marketing, que recebe contribuições de diversas outras áreas como Sociologia, Psicologia e História.

Entender o comportamento do consumidor é entender quem são os seus consumidores, como eles pesquisam e consomem produtos, o que e quem influencia sua decisão de compra, a frequência de consumo e muitos outros fatores.

A pandemia nos trouxe uma realidade diferente, comportamentos e novos hábitos surgiram e precisamos compreender as novas tendências que acabam gerando novas oportunidades para empresas e também para a esfera pública que vai ter que responder à sociedade.  O Observatório da FEBRABAN nos trouxe dados relevantes a respeito do momento que vivemos no Brasil, vamos aqui discutir alguns pontos específicos que sejam relevantes.

O primeiro ponto que vamos trazer a luz de uma análise são os impactos da realidade imposta pela pandemia às mulheres. Elas foram as mais impactada pelo desemprego gerado, e também absorveram uma maior carga de trabalho doméstico. Essa “nova” mulher que apesar desses impactos negativos, vive um dado relevante, é que elas passaram a ter mais voz no planejamento familiar e também controle do orçamento, as mulheres agora tem mais poder de decisão onde e como gastar o dinheiro da família (52% dos homens são responsáveis pelo orçamento familiar e 48% são mulheres). Sendo assim, as empresas precisam pensar em como obter relevância e chamar atenção para aproveitar essa situação de mais controle decisório no orçamento. Ao contrário do que se pensava a pesquisa mostra que o movimento de empoderamento continua firme e forte.

O desengajamento social provocado por todas as mudanças em relação as restrições de deslocamento e convívio segundo a pesquisa foi mais sentida pelos adultos (26%) do que pelos jovens e crianças (16%).  As restrições impostas às famílias trouxeram mudanças na rotina. De maneira até inesperada, o observatório constatou que mais de 80% dos chefes de família que os conflitos familiares ou não aumentaram ou até diminuíram durante esse processo. Essa informação vem acompanhado de uma outra, as famílias estão redescobrindo seus lares. Vale ressaltar que quando fazemos um recorte em relação ao poder financeiro dessas, percebemos que os conflitos tendem a aumentar.

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Para 31% dos brasileiros a experiência de ficar em casa mais tempo aumentou a satisfação com o próprio lar (um destaque nosso ressalta que estamos lidando com uma informação posta para famílias que possuem um pode aquisitivo maior). Essa informação é muito importante principalmente para as empresas repensarem como conquistar ou criar serviços para satisfazer esse cliente que começa a enxergar na sua casa um novo lugar. Essa experiência trouxe inclusive uma ideia de maior valorização da família por parte dos brasileiros.

Os lares passaram por transformação, principalmente no quesito responsabilidade. O homem também começou a ficar responsável por algumas das tarefas antes destinadas à mulher. Segundo a pesquisa, 57% dos homens participaram mais das tarefas destinadas ao lar, e a que mais foi ressalta dentre elas foi a ida ao supermercado. Aqui fica uma observação importante para os Supermercados e Atacados, o homem agora tem uma presença maior nas lojas, então é preciso pensar em como adequar a loja, serviços e publicidade para este público cada vez maior. Outra informação importante é este comportamento deve continuar para período pós pandemia.

No tocante ao investimento, em relação as famílias que tem capacidade de poupar, ou renda guardada, 31% afirmam que vão melhorar ou reforma a sua casa ou até mesmo comprar um imóvel. Aqui fica uma dica para as imobiliárias e também para empresas que vendem produtos ou serviços voltados para reformas.

Vamos de cuidado com a saúde, 67% dos entrevistados afirmam que irão dedicar mais tempo e atenção à saúde, mais uma oportunidade à vista com base nesse comportamento e também serve como alerta para os governos no tocante à criação de ações de saúde e bem-estar, e políticas públicas que possam atender essa necessidade da sociedade.

Ainda sobre a saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde), sai como um grande vencedor, a imensa maioria enxerga agora o sistema como essencial e o valoriza muita mais do que antes da pandemia. Este cenário é importante para compreender que será feita maior pressão para que os políticos e Estados possam responder de maneira mais responsiva com relação ao Sus, ao passo que aqueles que fazem da saúde sua bandeira terão um terreno mais fértil para emplacar suas ideias, tendo em vista um maior apelo popular.

Outro dado interessante quanto ao comportamento é a valorização total do automóvel próprio. Divergência das pesquisas anteriores onde já não se vinha, principalmente entre os jovens, o desejo de ter o carro próprio. Isso mudou, principalmente associada ao medo, e responde mais aos anseios de segurança. Porém este comportamento não deve se estender por muito tempo pós pandemia, é uma tendência que deverá diminuir com o tempo.

Alguns comportamentos que foram alterados durante a pandemia se mostraram segundo a análise da pesquisa que vieram para ficar. O primeiro deles é a forma de aprender, o ensino à distância foi bem recebido e será uma realidade principalmente para o ensino superior. O Home office, ou seja, a forma de trabalhar também deve ser incorporado como rotina pós pandêmica e por último percebemos que a forma de consumir os bens e serviços também foram alterados para sempre, o consumidor está com um novo olhar, novas concepções para consumir e também para avaliar as empresas socialmente responsáveis, por isso importante para o setor privado estar atendo ao impacto positivo que deve ser gerado. Mais do que nunca o engajamento é válido, e isso pode ser inclusive definido como uma proteção para as empresas em tempos de cancelamento.

Vale também ressaltar a importância das políticas públicas para corrigir as injustiças causadas por esse momento. O Estado precisa compreender o momento e saber como agir para diminuir as desigualdades que foram geradas. O momento e propício, a população clama por mudanças. Dois focos deverão ser fundamentais: políticas voltadas para às mulheres e também para políticas voltadas para a saúde.

Esta é uma breve reflexão dentro dos dados observados pela pesquisa em análise. O comportamento é essencial para que compreendamos para onde nossa sociedade aponta.

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