O Simples x O Genialóide 11 de julho de 2008

O Simples x O Genialóide

         

Diego Albuquerque diz que a criatividade está em saber como adequar e otimizar a mensagem publicitária

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<p class="titulomateria">O Simples x O Genialóide</p> <p>Por Diego Albuquerque*</p> <p>Um certo dia eu estava no carro de um amigo quando paramos no semáforo e recebemos um daqueles panfletos do tipo “dedetização de ratos e baratas”. Tratava-se daqueles panfletos de péssima qualidade de impressão, de uma cor só, num papel ofício do formato de um marcador de livro. Coisa de R$ 20,00 o milheiro. Esse meu amigo, que embora seja um excelente advogado, é também um apaixonado por publicidade. Então me questionou: – Diego, isso (o panfleto) funciona? Eu respondi com outra pergunta: – Você está precisando dedetizar sua casa? Ele respondeu positivamente e eu completei: – Então funciona!</p> <p>Eu tenho uma visão um tanto quanto inconveniente da Publicidade. Para mim a missão de um folheto é informar uma mensagem. Se o leitor estiver precisando daquele produto, naquela hora, a mensagem já foi passada, por mais simplória que se apresente. Porém, se ele não necessariamente está precisando daquele serviço/produto, a publicidade então entra em ação para tentar seduzir o leitor. Em outras palavras, a publicidade tem a missão de fazer você comprar o que não precisa.</p> <p>Imagine um comercial de televisão: um cara levando aquela gata para seu apartamento na primeira vez, de repente ela vê uma barata e desiste de dormir na casa do cara depois de uma noite de muito esforço pra convencer ela a subir. Aí entra a assinatura “Dedetização, pode não parecer, mas você precisa em sua casa”. Por mais esdrúxulo que seja o exemplo, na mesma hora um monte de solteiros, mesmo que nem estivessem pensando no serviço já colocariam a dedetização como uma necessidade. Missão cumprida para a publicidade.</p> <p>É por isso que digo, às vezes tudo que o anunciante precisa é informar. Se ele tem um preço muito abaixo do mercado, o melhor a fazer é mostrar esse preço. E é aí que entram os defensores do anuncio genialóide. Tem gente que por achar que a mensagem do anúncio é simples e direta, não existe criatividade. Para mim isso está errado. A criatividade está em saber como adequar e otimizar a mensagem para ela cumprir sua “missão”. Canso de ver comercial com idéias fantásticas e tidas como “geniais”, mas que 05 segundos depois ninguém lembra qual era o produto anunciado. O resultado? Cliente insatisfeito, 0% de retorno financeiro da campanha e, provavelmente, um troféuzinho para a agência.</p> <p>É isso que é um anúncio genialóide, uma idéia out standing, que não cumpre sua missão mais básica, vender o produto. Um anúncio genialóide é totalmente diferente de um anúncio genial. No caso do genial a idéia é também out standing, mas consegue vender, cumprir a missão. O genial nos faz ter orgulho da nossa profissão. O genialóide é pior do que uma idéia clonada.</p> <p>Confesso que tenho pena daqueles publicitários que se martirizam quando não conseguem achar aquela sacada para um determinado job, quando na verdade, a mensagem devia ser a mais simples. Dá até dó. Mas fazer o que, experimente mexer com o ego alheio e veja o que acontece.  Para finalizar, se você tem uma empresa de dedetização, procure uma agência realmente criativa e faça um material decente, ou então espere que alguém que esteja desesperadamente precisando, pegue seu folheto, não sinta raiva de tanta feiura numa só folha de papel, e ligue para seu escritório. E se você for Publicitário, seja simples, criativo e cumpra sempre sua missão.</p> <p>* Diego Albuquerque é publicitário e profissional de Marketing. Atualmente é Redator e Diretor de Criação, e participa ativamente no planejamento estratégico de campanhas para clientes de sua própria agência, a Rinha Comunicação Total.</p>


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