O significado das interpretações 2 de fevereiro de 2011

O significado das interpretações

         

Entenda o comportamento das pessoas

Publicidade

<p>Por Rodrigo Batalha*<br /> <br /> Num primeiro momento pode parecer estranho falar sobre o significado de fatos, acontecimentos e pensamentos sem ao menos um exemplo pontual, mas aos poucos uma espécie de bomba maravilhosa acaba caindo em nosso colo ao perceber que milhares de quadros que fazem parte de nossa vida foram pintados com os pincéis das interpretações que demos ao que vivemos. Em outras palavras, mais uma vez temos a certeza de que somos os únicos responsáveis pelo que construímos ou destruímos. Parece notoriamente claro, mas tome uma taça de champagne e espere até o final do texto.<br /> <br /> Significados são definidos com base nas referências que possuímos, e essas, se apoiando nas experiências que vivemos. É como uma mesa e suas pernas. Tudo parece complexo, mas é muito simples: um mesmo fato terá vários significados para diversas pessoas, variando do mais positivo ao extremo negativo, apenas porque elas pensam diferente. Ou seja, cada um sustenta as tampas de suas mesas (referências) com pernas construídas usando diferentes matérias primas e formas variadas (experiências), não é verdade?<br /> <br /> Óbvio? Pode ser, mas aí cabe uma pergunta: por que? É simples, nossa vida é guiada pelo tecido das referências que absorvemos desde que nascemos e associadas mentalmente a fatos experimentados. Muitas jamais foram revistas, outras foram modificadas, e muitas continuam sólidas como rochas. E o mais incrível: são elas que guiam nossas decisões que, por sua vez, constroem nosso destino.<br /> <br /> A grande verdade é que muitas questões consideradas evidentes como essa, quando nos deparamos com elas, passam a ser complexas se tentamos reconfigura-las em nosso cérebro a fim de melhorar nossa qualidade de vida e atingir nossos objetivos. Para ser bem sincero, a dificuldade na maioria das vezes começa na capacidade de cada um rever suas próprias referências na busca por outras melhores.<br /> <br /> Agora, voltemos às interpretações. Se damos determinado significado a algo é porque usamos algum parâmetro para tal. Mas se tivermos parâmetros melhores, sem dúvida daremos um significado mais bem conceituado. Concorda? Um exemplo interessante são as bebidas. Se oferecermos um champagne de alta qualidade a alguém que só bebe cachaça, provavelmente a pessoa irá ingerir e dizer que não tem a menor graça, que é como água com gás. <br /> <br /> Não duvide se ele disser que a bebida é ruim, de péssima qualidade, e que “sem a menor dúvida” uma cachacinha é melhor. E se você tentar convencê-lo do contrário, não conseguirá, afinal, suas referências são bem diferentes da dele. O significado sobre a bebida foi consolidado com o tempo e só mudará à proporção que um novo condicionamento se encarregar de refinar seu paladar até que este esteja tão afinado quanto a dos que já possuem a mesma capacidade.<br />  <br /> Ao mesmo tempo, se fizermos o caminho inverso, teremos um resultado parecido em termos de insatisfação, pois o especialista em champagne poderá dizer que a cachaça é agressiva para suas papilas. Sendo assim, quem está certo? Ambos!! Ora, se cada um da significado às coisas com base em suas próprias experiências e referências absorvidas, E PECULIARMENTE INTERPRETADAS durante a vida, não podemos dizer que alguém está certo ou errado. A verdade nesse caso é individual e absolutamente pessoal, por mais que se pague 2 mil dólares por um champagne e cinco reais numa garrafa de cachaça.</p> <p style="text-align: center;"><em>“A maior lição da vida é a de que, às vezes, até os tolos tem razão” (Winston Churchil)</em></p> <p>O fantástico disso tudo é que se você acha que champagne é bem melhor, mais refinado, delicado e saboroso, entenda que para muitos que possuem referências extremamente superiores sobre champagne, você não passa de um grande bebedor de cachaça. E sabe o que é mais engraçado? Você terá plena convicção que o tolo é ele, e não você.</p> <p style="text-align: center;"><em>“Quanto mais me elevo, menor me torno aos olhos dos que não sabem voar” (F.Nietzsche)</em></p> <p>De um jeito ou de outro, é importante salientar a necessidade de ampliarmos nosso tecido de referências e evoluir na forma de interpretar fatos que vivemos. Só isso nos fará dar melhores significados e optar por caminhos mais efetivos em nossas vidas. Saúde, Feliz 2011!<br /> <br /> * Rodrigo Batalha é Performance Coach e Escritor, Especialista em Condicionamento Neuroassociativo pela Robbins Research International (LA) e pós graduado em Gestão Empresarial.</p>


Publicidade