O que os varejistas podem aprender com a Coréia do Sul Bruno Mello 21 de julho de 2020

O que os varejistas podem aprender com a Coréia do Sul

         

Preparados para a próxima onda? País asiático tem sido uma grande inspiração em como lidar com uma segunda onda de casos de coronavírus

O que os varejistas podem aprender com a Coréia do Sul
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Mesmo que o futuro pareça incerto para consumidores e varejistas brasileiros, especialistas concordam em um ponto comum: a pandemia do COVID-19 ainda está longe de terminar. Podemos esperar um crescimento no número de casos com a reabertura gradual dos negócios em diferentes estados do Brasil, portanto também é importante saber como tomar as devidas precauções, oferecendo aos consumidores experiências seguras e significativas em todos os canais.

A Coréia do Sul tem sido uma grande inspiração em como lidar com uma segunda onda de casos de coronavírus. A melhor lição que podemos aprender observando o exemplo do país é que os varejistas se beneficiaram especialmente de experiências bem integradas na loja e no e-commerce. À medida que a abertura se aproxima, aqui estão quatro estratégias bem-sucedidas da Coréia do Sul que os varejistas aqui no Brasil devem considerar.

1. Aumente o fluxo de visitantes através de eventos exclusivos 

Assim que a situação se estabilizou na Coréia do Sul, os varejistas mudaram seu foco para impulsionar as vendas novamente. Ao realizar eventos exclusivos na loja para alguns clientes selecionados, os compradores puderam desfrutar de uma experiência agradável em um ambiente controlado – nunca havia muitas pessoas nos locais ao mesmo tempo.

Os varejistas também começaram a executar campanhas de desconto na loja em dias específicos, convidando clientes para eventos de compras que geralmente eram reservados para consumidores VIP, como forma de direcionar consumidores on-line para lojas físicas. Essa é uma alternativa a seguir no Brasil, mas é importante enfatizar que é essencial ter os procedimentos máximos de segurança e saneamento antes de entrar nas lojas. Controlar o número de consumidores dentro do local é essencial para este momento, à medida que os shoppings reabrem.

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2. Estabeleça oportunidades para compras sem contato

O Covid-19 abriu as portas para uma experiência de compra atualizada, onde a segurança do consumidor ocupa o centro do palco. A Coréia do Sul fez um excelente trabalho ao estabelecer uma economia sem toque desde o início, e os varejistas tomaram todas as precauções para garantir que os clientes pudessem fazer compras sem ter contato e ainda assim tivessem uma experiência agradável.

No Brasil, uma medida de segurança para continuar vendendo, e respeitando o fechamento obrigatório dos shoppings, foi o drive-thru. Com esse sistema que tem funcionado durante a pandemia, é possível que o consumidor faça seu pedido online ou pelo WhatsApp da loja, se dirija até a entrada do shopping combinado e retire seu pedido sem sair do veículo.

E mesmo com a reabertura gradual, é provável que os consumidores comprem menos nas lojas físicas do que antes da pandemia. Portanto, é essencial continuar oferecendo essa opção de drive-thru, pelo menos durante os primeiros meses, para tornar as vendas mais flexíveis.

3. Invista em precauções necessárias de segurança

Os varejistas devem ter em mente que investir em materiais de limpeza e segurança é essencial para garantir a integridade de seus consumidores e funcionários.

Na Coréia do Sul, aumentar o uso de ferramentas de pagamento digital e móvel também foi uma precaução extremamente importante para reduzir ainda mais o contato e evitar mais contaminações.

Com a reabertura que aguardamos nos próximos meses no Brasil, é essencial que os varejistas usem esse tempo para realmente se preparar com a máxima segurança possível. Vale lembrar que essas mudanças operacionais estão alimentando uma experiência cada vez mais omnichannel (estratégia multicanal) para os consumidores.

4. Incentive consumidores com promoções 

Um comportamento interessante do consumidor que observamos na Coréia do Sul foi um rápido retorno às compras. As marcas de luxo, em particular, pareciam colher os benefícios. Depois de anunciar que os produtos sofreriam um reajuste de preço nas semanas seguintes, ficando mais caros, a Chanel conseguiu formar filas em frente às lojas.

Muitas lojas em shoppings no Brasil também entenderam a necessidade da atração por meio de descontos. Por mais que o funcionamento seja restringido por um máximo de horas em que os shoppings ficam abertos, e por um fluxo menor de pessoas, cabe ao lojista entender como ele irá atrair aquele consumidor que já está dentro daquele espaço por algum motivo. Em importantes shoppings de São Paulo as lojas abriram as portas anunciando descontos superiores a 30%.

Incentivar os clientes com promoções também pode ser uma estratégia a ser aplicada no comércio eletrônico. Nos últimos meses, vimos um crescimento nesse canal no Brasil. Além de uma mudança na forma como as pessoas estão comprando, experiências online positivas provavelmente aumentarão a tendência de os brasileiros continuarem usando plataformas online para compras. E dar descontos incentivará o comprador a perceber que um produto que ele conhece não sairá com o mesmo preço no futuro – à medida que o mercado se estabilizar, os preços sofrerão ajustes, como vimos na Coréia do Sul.

Com tudo isso em mente, é importante adaptar-se à realidade que estamos vivendo aqui no Brasil. Com uma grande onda de desemprego, o poder de compra diminui gradualmente. Assim, os varejistas precisam ser mais estratégicos e eficientes com suas estratégias de marketing. Mantendo-se atento às tendências em locais que estão à frente na recuperação da pandemia, como a Coréia do Sul, os varejistas no Brasil podem se preparar melhor para o caminho a seguir.


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