O que os promotores têm a ensinar para as marcas? Bruno Mello 10 de março de 2020

O que os promotores têm a ensinar para as marcas?

         

Ao contrário do que muitos ainda pensam, eles exercem muitas funções que são essenciais para o sucesso do negócio. No entanto, a profissão passou a agregar outras atividades

O que os promotores têm a ensinar para as marcas?
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Os promotores, ao contrário do que muitos ainda pensam, exercem muitas funções que são essenciais para o sucesso do negócio. Antigamente a profissão era vista e descrita de uma forma muito simplista, como responsável pela reposição de produtos nas gôndolas ou cuidar de ativações nos espaços. Porém, com a evolução do trade marketing para o que hoje é chamado de Field marketing, a profissão passou a agregar outras atividades no seu dia-a-dia.

Com o avanço da tecnologia, foram sendo desenvolvidas novas ferramentas e plataformas que conectam esses profissionais de campo aos gestores de trade, o que facilita muito o trabalho no ponto de venda, pois as informações podem ser colhidas e passadas em tempo real. Essa é só uma das grandes transformações que o digital impôs no cotidiano do consumo. A nova realidade conectada (tanto do ponto de vista do consumidor quanto das marcas) expandiu as atribuições do promotor.

Em tese, sua maior preocupação deveria ser colocar em prática de forma perfeita o planograma proposto pela marca. Na prática ele responde pela execução das estratégias de venda, o que significa dizer que além dessa atribuição primária seu trabalho passa ainda pela conquista do máximo de espaço possível, pela coleta de informações necessárias para evitar a ruptura e a contribuição no abastecimento do ponto de venda pelo qual é responsável.

Nessa nova dinâmica, o promotor passa a também ser o responsável por reportar a falta de produtos na gôndola, negociar pontos de destaque em loja, eliminar estoque virtual e organizar o merchandising.

E tudo isso em um ambiente completamente competitivo e dependente de agentes externos aos negócios da empresa, realidade essa que nem sempre é considerada nos planos de marketing.

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Por vezes, a cadeira de gestor coloca os executivos em uma posição privilegiada que fornece uma visão idealizada do ponto de venda e que é bem distante da realidade encontrada pelo promotor, que precisa lidar todos os dias com as imposições dos varejistas e com as suas mudanças de humor constantes para que as estratégias e metas traçadas pelo time do trade ou do marketing sejam alcançadas. É real que o trabalho dessas pessoas em campo seja muito mais difícil do que por vezes parece.

Basta um breve papo com quem atua nessa linha de frente para que quem está por trás da operação perceba o valioso aprendizado de “jogar junto”.  O sucesso do sell-out perseguido por tantas empresas como objetivo principal tem início na cultura interna da gestão de talentos. A integração das áreas e o desenvolvimento de formatos diferenciados para unir o mundo corporativo ao do ponto de venda são necessários, assim como desenhar novas formas de engajar todos os envolvidos para que entendam a interdependência que é o varejo e o consumo.

O promotor deixou há tempos de ser apenas o elo entre a marca e o consumidor. Sai na frente quem percebe seu papel estratégico de mediador entre indústria e varejo com foco em otimização de recursos e maximização de relacionamento.


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