<p><strong>O que o consumidor quer do celular?</strong></p> <p>Por Thiago Terra<br /><a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a></p> <p>No Brasil, a quantidade de produtos lan&ccedil;ados nos mais diferentes mercados &eacute; muito grande e chega a cerca de 11 mil, por&eacute;m entre 60% e 75% deles n&atilde;o chegam a completar dois anos de vida. Al&eacute;m disso, o interesse dos consumidores em experimentar novos produtos diminuiu 25% de 2005 pra c&aacute;. Com este cen&aacute;rio aparentemente desfavor&aacute;vel para as empresas, nem tudo est&aacute; perdido. Basta que as empresas inclinadas a lan&ccedil;ar novos produtos em seu mercado atentem para a necessidade decorrente do cen&aacute;rio, ou seja, a relev&acirc;ncia das inova&ccedil;&otilde;es precisam primeiro entender e aplicar instrumentos que permitam um &ldquo;vislumbre&rdquo; do futuro.</p> <p>No mercado de telecomunica&ccedil;&otilde;es, por exemplo, a Cor&eacute;ia j&aacute; utiliza a rede 3G e o n&uacute;mero de usu&aacute;rios s&oacute; de aplicativos para m&uacute;sicas atinge 70% do p&uacute;blico adepto &agrave; esta inova&ccedil;&atilde;o. Este &eacute; uma das informa&ccedil;&otilde;es apuradas pela TNS InterScience em pesquisa conduzida em 30 pa&iacute;ses, com mais de 16 mil entrevistados. A GTI Telecom 2007/08 investigou o perfil e os h&aacute;bitos de uso do usu&aacute;rio de telefonia m&oacute;vel, crit&eacute;rios de compra de aparelhos e o envolvimento com as marcas.</p> <p>No Brasil, o estudo mostrou que apesar do alto &iacute;ndice de uso dos aplicativos para o celular, o download n&atilde;o &eacute; o servi&ccedil;o mais usado para adquirir m&uacute;sicas. 22% dos usu&aacute;rios transferem os arquivos do – e para o – computador, conhecido como sideload. A pesquisa ainda constatou que as mensagens de texto (SMS) e e-mail podem estar pr&oacute;ximas do fim, pois 31% dos latinos que responderam a GTI Telecom 2007/08 demonstraram interesse em usar mensagens instant&acirc;neas pelo celular.</p> <p><span class="subtitulomateria">Grupos de consumidores</span><br />A pesquisa da TNS InterScience definiu em grupos os poss&iacute;veis consumidores das novas tend&ecirc;ncias, assim como aponta o p&uacute;blico que ainda n&atilde;o tem a sensibilidade para avaliar o que ser&aacute; &uacute;til ao mercado. Sendo assim, o FutureView funciona como uma forma eficaz de entender e planejar a&ccedil;&otilde;es no futuro. &Eacute; um modelo que serve para identificar as pessoas que v&atilde;o ilustrar o futuro do pr&oacute;prio mercado em que atua.</p> <p>Definidos como Early Adopters, estes consumidores absorver&atilde;o as novas id&eacute;ias e novos produtos com mais rapidez, mas o interesse deles por vezes &eacute; passageiro e se resume apenas na novidade. Os Future Shapers s&atilde;o curiosos e defendem novas id&eacute;ias. Entre eles h&aacute;, por&eacute;m uma coisa em comum. Todos fazem parte do perfil dos novos consumidores porque valorizam a autenticidade e originalidade de produtos e marcas, tem mais informa&ccedil;&atilde;o e envolvimento com o que compram, gostam de inova&ccedil;&atilde;o, praticidade e aderiram &agrave; responsabilidade s&oacute;cio-ambiental.</p> <p>O perfil dos consumidores brasileiros mudou de fato, desde a chegada da Internet no pa&iacute;s. Com ela, 70% dos entrevistados pesquisam informa&ccedil;&otilde;es sobre produtos e servi&ccedil;os que pretendem comprar. Os mais antenados &ndash; Future Shapers segundo a GTI 07/08 -, t&ecirc;m prazer em descobrir antes e contar sobre as novas op&ccedil;&otilde;es de produtos e servi&ccedil;os para amigos e familiares. Portanto, estes consumidores podem ajudar bastante em a&ccedil;&otilde;es de lan&ccedil;amentos ou inova&ccedil;&otilde;es em pesquisas para avaliar o grau de inova&ccedil;&atilde;o, o conceito, chances e garantias futuras de aceita&ccedil;&atilde;o do mercado.</p> <p><span class="subtitulomateria">Outros h&aacute;bitos definem o perfil</span><br />A GTI fez ainda um estudo sobre o consumo de outras categorias como alimentos, personal care &ndash; cuidados pessoais -, bebidas e home care &ndash; cuidados para o lar para avaliar o perfil destes consumidores de uma forma mais detalhada. Segundo o estudo, produtos relacionados aos cuidados pessoais s&atilde;o os l&iacute;deres no ranking de inten&ccedil;&atilde;o de compra, enquanto os cuidados com o lar aparecem nas &uacute;ltimas coloca&ccedil;&otilde;es. Com base nestes dados, Karina Milar&eacute;, Diretora de Planejamento da TNS InterScience, afirma que a avalia&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o seria negativa. &ldquo;A primeira rea&ccedil;&atilde;o nas empresas seria julgar o investimento como algo sem for&ccedil;a para se sustentar&rdquo;, diz a executiva.</p> <p>O setor financeiro tamb&eacute;m foi alvo da pesquisa da TNS, em especial os cart&otilde;es de cr&eacute;dito e seus benef&iacute;cios. Para os Future Shapers, isto n&atilde;o basta para caracterizar uma inova&ccedil;&atilde;o. De acordo com Karina, &eacute; preciso que os benef&iacute;cios se tornem tamb&eacute;m funcionais. &ldquo;Atributos funcionais e uma proposta de estilo de vida tornam-se uma oportunidade se estiverem em uma estrat&eacute;gia combinada&rdquo;, conta.</p> <p>O celular aparece na lista ao pesquisar quais as frustra&ccedil;&otilde;es dos usu&aacute;rios ao usar o V&iacute;deo-Phone. O principal problema destes aparelhos &eacute; que o consumidor n&atilde;o gostou de ter que andar na rua olhando para a tela do celular. Foi criado um workshop para avaliar as modifica&ccedil;&otilde;es mais plaus&iacute;veis para o consumidor como design, usabilidade e necessidades futuras. O envolvimento com os usu&aacute;rios foi t&atilde;o grande que o evento recebeu id&eacute;ias deles para aparelhos com tela touch-screen two side, resolu&ccedil;&atilde;o de TV de plasma, bateria movida a energia solar, entre outras. &ldquo;Os Future Shapers buscam produtos que permitem maior customiza&ccedil;&atilde;o e interatividade&rdquo;, avalia Karina Milar&eacute; em entrevista ao Mundo do Marketing.</p> <p>Com os dados e sugest&otilde;es colhidas, foi poss&iacute;vel avaliar a necessidade dos consumidores em novos formatos de baterias com mais durabilidade, qualidade de som e imagem e mais tempo para v&iacute;deos. &ldquo;Notamos que tudo tinha uma raz&atilde;o e que as empresas devem priorizar id&eacute;ias inovadoras&rdquo;, explica a Diretora de planejamento da TNS InterScience.</p> <p><span class="subtitulomateria">Prefer&ecirc;ncias que determinam a compra</span><br />Uma outra ferramenta que mereceu destaque na pesquisa da TNS foram os mecanismos de mensagens instant&acirc;neas. De acordo com Renato Trindade, Diretor da TNS InterScience Telecom&amp;TI, a &Aacute;sia &eacute; um laborat&oacute;rio de tend&ecirc;ncias para as empresas de tecnologia que s&atilde;o respons&aacute;veis pela quebra de gera&ccedil;&atilde;o. Ou seja, hoje &eacute; comum para as pessoas usar o Instant Messanger &ndash; IM &ndash; no trabalho sem perder a concentra&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; dif&iacute;cil para os mais velhos entender que a pessoa que usa este servi&ccedil;o pode ou n&atilde;o responder a chamada na hora. Isto &eacute; uma mudan&ccedil;a de gera&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica Trindade.</p> <p>O executivo aponta para o Brasil como um dos maiores mercados do mundo com 49% das pessoas trocando de celular em um espa&ccedil;o entre 18 meses. Com a procura intensa por novas tecnologias que caibam no bolso, o consumidor logo estar&aacute; aplicando o IM nos aparelhos celulares, criando a migra&ccedil;&atilde;o do computador para o celular. No nosso pa&iacute;s o diferencial que mais chama a aten&ccedil;&atilde;o do consumidor na hora de escolher o seu novo aparelho &eacute; a configura&ccedil;&atilde;o da m&aacute;quina digital. &ldquo;No Brasil &eacute; a c&acirc;mera fotogr&aacute;fica e nos EUA &eacute; o servi&ccedil;o de troca de e-mail&rdquo;, conta Trindade.</p> <p>A capacidade de comportar m&uacute;sicas em formato MP3 &eacute; a preocupa&ccedil;&atilde;o de 78% dos usu&aacute;rios de Hong Kong quando pensam em trocar de aparelho. &ldquo;A maioria dos consumidores em Hong Kong adquirem as m&uacute;sicas atrav&eacute;s de sideload e n&atilde;o pelo download de arquivos&rdquo;, ressalta o Diretor da <a href="http://www.interscience.com.br" target="_blank">TNS InterScience</a> Telecom&amp;TI.</p>
O que o consumidor quer do celular?
26 de março de 2008