O propósito começa de dentro, literalmente 5 de fevereiro de 2018

O propósito começa de dentro, literalmente

         

Empresas estão começando a colocar suas missões em prática no espaço físico, envolvendo o público interno. Exemplos, como Ebay e WealthSimple ilustram o artigo

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Participei no final de outubro do Fast Company Innovation Festival em Nova York e uma das principais tendências que constatei por lá é um fenômeno que vem se delineando há algum tempo: as empresas estão começando a colocar seus propósitos em prática no espaço físico, envolvendo o público interno.

Isso ficou muito claro nas visitas de campo que fizemos a três empresas. Uma delas foi o Ebay. A empresa de comércio eletrônico respira o universo digital e levou isso para os seus espaços sem descuidar das relações humanas que fazem parte da comunidade – uma de suas iniciativas mais marcantes neste sentido é o Projeto Main Street, um edifício projetado pelo escritório ESI Design com o qual a empresa conseguiu transformar suas informações em histórias que podem ser contadas com recursos digitais e interativos por todo o escritório. Assim, o Ebay consegue fazer a equipe abraçar seus valores e compreender melhor a dinâmica dos negócios. O projeto em questão fica no Vale do Silício, mas pode ser replicado nos escritórios da empresa ao redor do mundo. 

Outra empresa que passou por uma transformação interna para envolver os funcionários em seu propósito é a WealthSimple, uma gestora de recursos que decidiu se posicionar como provedora de conteúdo sobre investimentos. A equipe, organizada como uma redação de jornal ou revista, produz entrevistas, vídeos, depoimentos e artigos. Eles identificaram que as pessoas com dúvida em relação a investimentos buscam informações e que, oferecendo o que elas buscam, eles poderiam tornar-se uma fonte de credibilidade, confiança e empatia e assim conduzir potenciais clientes para a conversão.

A Leesa é uma fabricante de colchões que também tem desenvolvido ações para alinhar com o propósito, como por exemplo envolver os funcionários na doação de colchões para famílias carentes (1 a cada 10 vendidos, que já somam mais de 10000 doações). Nesse caso, eles saem do espaço físico do ambiente de trabalho e vão diretamente ao local e conhecem as pessoas para as quais o resultado do trabalho deles faz toda a diferença. Eles têm contato direto com o impacto que geram no mundo.

Essa preocupação das empresas em criar experiências e situações que conectem seus stakeholders com o propósito faz parte da necessidade de extrapolar o discurso e trazer o propósito para a prática, de modo que ele possa ser sentido e compartilhado, começando por onde mais importa: o lado de dentro da empresa.

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