O potencializador da criatividade humana Bruno Mello 31 de outubro de 2023

O potencializador da criatividade humana

         

Ricardo Calfat fala sobre o uso da IA nas campanhas como fator colaborativo

O potencializador da criatividade humana
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“Inovação” possui diferentes significados para diferentes áreas. Na publicidade, sem dúvidas, é o processo de encontrar novas maneiras que revolucionem a conexão entre marcas e consumidores. E, com o apoio da tecnologia, essa relação tem a capacidade de ser ainda mais potencializada.

Uma das principais movimentações no mercado tecnológico como um todo, por consequência na indústria publicitária, é a utilização da Inteligência Artificial que marca uma das principais ondas de inovação dos últimos anos e chega com força nas principais empresas por conta da sua capacidade de otimização dos recursos e o ganho de produtividade. De acordo com estudo realizado pela Gartner, 63% dos líderes de marketing planejam investir em IA generativa nos próximos dois anos. Apesar da popularidade, navegar por esse universo ainda possui seus mistérios.

O direito autoral das obras desenvolvidas com o apoio desta tecnologia é um deles. Afinal, existe autoria maquínica? Ou devemos afirmar que o produto foi desenvolvido a partir da parceria entre homem e máquina? De acordo com a Lei de Direitos Autorais brasileira, para uma obra ser protegida legalmente, é necessário haver um autor, ou seja, uma pessoa física.

Quando olhamos para essa questão, vale lembrar que a Inteligência Artificial é desenvolvida por meio do Machine Learning, que nada mais é do que uma tecnologia que “observa” os comportamentos humanos e aprende a partir deles.  Basicamente uma imitação. Isso significa que o ChatGPT, por exemplo, assim como todas as outras plataformas de IA desenvolvem conteúdos a partir de outros já existentes.

Atualmente, as obras criadas por Inteligência Artificial não são protegidas legalmente mas, em contrapartida, existe o Projeto de Lei 1473/23 que pretende obrigar empresas deste universo a desenvolverem ferramentas que ofereçam a possibilidade do “bloqueio” de conteúdos por parte dos autores para que suas obras não sejam utilizadas neste processo de aprendizagem virtual, ou seja, para que não sejam utilizadas como fonte.

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Além dessa discussão, é importante lembrarmos também que, apesar de possuir acesso aos dados, no final do dia, a IA é apenas uma tecnologia que não possui a capacidade de sentir emoções humanas, e é exatamente isso que torna a nossa criatividade algo tão especial. Esse é mais um motivo para entendermos que a Inteligência Artificial deve ser utilizada apenas como uma potencialização da criatividade humana e não como uma ferramenta para substituí-la.

Aqui, no Grupo REF, além de termos esse pensamento como parte central do nosso posicionamento em todas as empresas, também investimos em um núcleo de inovação, que busca novos métodos de atuação e coloca a análise de dados como um grande apoio na tomada de decisões. A utilização da IA como ferramenta potencializadora da criatividade humana já está bem compreendida e adotada pelo nosso mercado.

A próxima etapa de discussão já está acontecendo – e ganhará mais notoriedade em 2024 – em torno da propriedade intelectual. Nos EUA, as decisões estão caminhando para que obras criadas usando IA não gerem direitos autorais. O Brasil será um dos primeiros países a, de fato, legislar sobre o tema e nossa indústria precisa estar atenta e participante como protagonista dessa discussão.

*Por Ricardo Calfat, Chief Operating Officer da agência REF+


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