O Marketing vai muito bem, obrigado, senhor Kevin Roberts 11 de novembro de 2013

O Marketing vai muito bem, obrigado, senhor Kevin Roberts

         

Mundo digital está mudando a forma das empresas fazerem Marketing. Seduzidas pelas redes sociais e suas possibilidades, elas têm brigado diariamente para lançar novas ideias

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O mundo digital está mudando a forma de as empresas fazerem marketing. Seduzidas pelas redes sociais e suas possibilidades de interação ágil, muitas têm brigado cabeça a cabeça por lançar, quase que diariamente, ideias e mais ideias. A estratégia, se houver, é de preencher espaço, ter seu post comentado, ser motivo de troca de mensagens. Há quem diga de boca cheia que, nesse novo cenário, o marketing, como o entendemos há anos, está morto e enterrado e que o que vale é apenas “lançar”, qualquer coisa, alguma coisa, ideias.

Discordo, com todas as minhas forças. Mesmo que para isso seja preciso bater de frente com Kevin Roberts, CEO da Saatchi & Saatch Worldwide, considerado um dos papas do marketing atual. Papa para os outros. Não para mim. Ele, ao falar para uma plateia de profissionais do ramo na The IoD’s Annual Convention, declarou que “a estratégia está morta, as grandes ideias estão mortas, a administração está morta, e o marketing como o conhecemos também está morto”.

Devo viver em outro planeta. Sempre baseei meu trabalho na crença de que marketing é tudo que uma empresa faz. O resto é utopia, pois a única razão para a existência de qualquer empresa é o cliente. Todos olham para o cliente. Todas as áreas e o departamento, no final das contas, precisam entregar valor para o cliente. O objetivo primário de qualquer empresa é o lucro. E para isso é fundamental haver, sim, estratégia, uma boa sacada, estrutura. É preciso enxergar o bom e velho marketing como ideologia.

Serei didático. O boca a boca foi, e continua sendo, o santo graal das marcas. Essa mesma comunicação boca a boca ganhou uma dimensão muito maior com a internet, pois tudo que agora é escrito fica arquivado para sempre como rastros digitais em sites de busca como Google. O que determina a qualidade do boca a boca? Os princípios fundamentais do marketing: plano estratégico, bom atendimento, qualidade de produto, qualidade de serviço… Isso é marketing, que está, garanto, muito vivo!

Ao aplicar a metodologia da Gabriel Rossi Consultoria de auditoria digital, analisando os rastros das conversas em plataformas de busca sobre marcas nacionais e internacionais, além de desenvolver estudos nos quais é possível comparar e cruzar os esforços pró-ativos de comunicação das marcas – RP tradicional, anúncios de mídia impressa e TV etc., com que está inserido na Wikipédia, foi possível perceber que os resultados orgânicos destes sites e o marketing operacional das empresas estão cada vez mais interligados. Algumas áreas que nunca receberam atenção, como call center e suporte ao consumidor em geral, cada vez mais impactam nas prateleiras virtuais.

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O que falar então sobre a importância das marcas? Em um mundo em que nós consumidores sofremos um estrondoso déficit de atenção, marcas servem como atalhos para facilitar nossas vidas e escolhas. Estas mesmas marcas na era digital precisam gerar dinamismo, criatividade, têm que se reinventar todo dia. Como elas atingiriam isso sem entender o mercado que atuam? Isso é marketing em seu fundamento mais básico, oras! Branding e marketing são indissociáveis. Nenhuma marca serve sem a validação do mercado. Nenhuma marca se fortalece sem o entendimento prévio da conjuntura, concorrência, anseios e necessidades.

Kevin Roberts com certeza construiu a imagem que tem com alguns acertos na carreira. Mas desta vez suas palavras vão na contramão de tudo que já produziu profissionalmente. Sem meias palavras, exagerou e se entregou ao modismo. Ele passa. O marketing não.

 


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