O Consumidor do VER: A Evolução Virtual do TER 18 de outubro de 2006

O Consumidor do VER: A Evolução Virtual do TER

         

O consumidor do VER: a evolução virtual do TER

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<p><strong>O Consumidor do VER: A Evolução Virtual do TER</strong></p><p>*Edu Oliva</p><p>Por um longo tempo nesse século que passou, o assunto Ser e Ter fez a pauta da reflexão crítica e o mais interessante é que não se imaginava qual seria a palavra-consenso que resultaria dessa reflexão. Uns imaginavam que a Sociedade Pós-moderna privilegiasse o Ser depois de uma época marcada pela estrutura capitalista do Ter, outros imaginavam que o Ter continuaria na pauta mesmo esvaziado de substância mas como novo falso paradigma de um século que se aproximava.</p><p>Mas o que ninguém, esperava era que o Ver estava a correr por fora da pista, o Ver que, paradoxalmente vem para alimentar os indivíduos. O que um espírito esportivo pode desejar: Uma Ferrari, o que um mero mortal pode almejar, um chaveiro ou camiseta dessa marca, mas que um belo poster produzido por uma câmera digital de n píxels e confeccionado em Grande formato por uma Big Plotter também pode proporcionar a qualquer um de nós: desejo, prazer…só de ver o automóvel.</p><p>Uma celebridade em ação com seu namorado em uma praia da Andaluzia faz com que indívíduos no mundo inteiro discutam a respeito, baixem filmes na Internet, fotografias, critiquem seu modus-operandi entre julgamentos éticos e poéticos através de imagens publicadas.</p><p>O Programa Big Brother desperta sensações nunca antes imaginadas. Pessoas que, além de se tornarem voyeurs compulsivos ligam para o Programa no intuito de escolher aquele interno que ele mais se identifica. Além de Ver você ainda interage. Há uma fruição doentia entre o Interno, a Emissora de Televisão e o Espectador.</p><p>Turistas são fascinados pelo Ver, mas não pelo Ver, Sentir, Perceber e sim pelo mero registro documental de uma viagem. Seguranças quando pedem para um visitante desligar uma câmera fotográfica ou filmadora diante de uma obra de arte num museu são obrigados a ver o visitante guardar os aparelhos e ir embora deixando a obra entre outras para trás, pois o que importa é o registro e não a interação dele com a obra.</p><p>Ver agora é muito mais que perceber pela visão, que enxergar, Ver nem mais carrega aquela intenção contemplativa, nem a de avistar, de divisar, testemunhar, assistir, ter conhecimento ou experiência de algo, Ver agora é apropriação. </p><p>Imaginem (que etimologicamente provém de imagem) os consumidores desse novo século….</p><p>Vai vendo…</p><p>* Edu Oliva é consultor e professor de Marketing da ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil -, da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – e da FBM – Fundação Brasileira de Marketing. Entre seus clientes destacam-se Siemens, Nestlé, Natura, entre outros.</p>


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