O consumidor da nova era: conectado, social e narcisista 22 de agosto de 2013

O consumidor da nova era: conectado, social e narcisista

         

A ação de compartilhar é feita para comunicar quem esta pessoa é ou quem ela gostaria de ser. Toda ação deve provocar uma reação, certo? Mudanças devem ocorrer

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É claro que você já se deu conta que o novo consumidor está sempre conectado. Provavelmente, também já chegou a conclusão de que seu marketing não pode mais viver sem a tal mídia social. Mas qual é o novo comportamento deste consumidor na nova era?

Você já reparou que toda vez que entra no Facebook encontra posts de seus “amigos” contando como a vida deles é bela? Todos vivem felizes, compartilham experiências maravilhosas, comemorações, fotos de família e sugerem exposições de arte, filmes, restaurantes, baladas, viagens e livros. Postam novas fotos de si mesmos quase todos os dias, fotos que tiram no espelho ou com as câmeras de seus celulares.

Você já notou a natureza da maioria dos posts do Instagram, rede social hoje tão popular no Brasil? Os usuários postam fotos de si mesmos, de amigos, de lugares que visitam ou de pratos incríveis que comeram em restaurantes imperdíveis. Nas redes sociais, este compartilhamento é, na verdade, parte auto-expressão e parte provocação.

A ação de compartilhar é feita para comunicar quem esta pessoa é ou quem ela gostaria de ser. Toda ação deve provocar uma reação, certo? A reação esperada é a validação da persona online que esta pessoa está construindo. E toda esta atividade acaba resultando em concursos de popularidade e sintomas de ansiedade; alguns usuários relatam sintomas de depressão por falta de “curtir”s em seus posts e por acharem que não importa o programa que decidam fazer: os dos outros lhes parece sempre mais interessantes.

Um trabalho recente da psicóloga Hui-Tzu Grace Chou, da Universidade do Vale de Utah, contém seu estudo intitulado (acredite!) “Eles são mais felizes e têm vidas melhores que a minha’: o impacto do uso do Facebook na percepção sobre a vida alheia”. Veja estes dados estatísticos: o brasileiro gasta 36% de seu tempo online navegando em redes sociais. O Facebook, líder das redes, teve 44 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2012, segundo pesquisa da ComCore. E o Instagram declara em seu site que possui 130 usuários ativos e 16 bilhões de fotos compartilhadas, 45 milhões por dia.

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O Statigram, uma ferramenta de terceiros no Instagram, funciona como um visualizador da web para as estatísticas. Às 12h50 do dia 9 de Agosto de 2013, o número de fotos com o tag “selfie” (fotos de mim mesmo) era 37.100.668. O número de fotos com o tag “me” ganhou do 'selfie', chegando a 100.507.193.

Num maravilhoso artigo escrito por Kathleen Hay para a revista “pdn”, ela cita um comentário de Dr. Jean M. Twenge, Ph.D. Professor de Psicologia e autor do livro “Generation Me” e coautor de “The Narcissism Epidemic”. “O cerne do narcisismo é a fantasia de que você é melhor do que você realmente é (e melhor do que aqueles que o rodeiam). Qualquer processo que permita a existência desta fantasia a despeito da realidade menos glamourosa é uma oportunidade para o narcisismo prosperar.”

Polêmicas à parte, este comportamento afeta diretamente seu planejamento de marketing. Bem-vindo à era do consumidor conectado, social e narcisista. Ao que tudo indica, vivemos numa época onde tudo gira em torno de “mim”. É tudo sobre “mim”! O interesse do consumidor de hoje é, sem dúvida, focado e obcecado com suas histórias pessoais, fotos e aventuras. Compreender o comportamento digital dele jamais teve tanta importância.

Por exemplo: se ele está centrado em si mesmo, sua atenção para as conversações tem um tempo muito curto e desaparece assim que posta algo sobre si, já que à partir deste momento passa a olhar para quantos “curtir” recebeu. Mas já que seu foco é postar e postar informações sobre um universo que gira em torno de si mesmo, porque sua marca, então, não oferece mensagens que afagam o ego narcisista deste consumidor?

O consumidor conectado vive a fantasia online de ser a persona que gostaria de ser. Toda esta mudança é desastrosa ou revolucionária. E as marcas devem aderir à revolução e estar alinhadas com os usuários cujos smartphones são o núcleo de sua existência no espaço social.

Enquanto a curadoria de conteúdo dinâmico é essencial para comunicar a história de uma marca, na comunicação digital e rápida de hoje o importante é estar sempre atualizado e utilizar mensagens visuais poderosas capazes de amplificar o valor da voz deste consumidor narcisista.

Afinal de contas, o consumidor egoísta não tem tempo para ler longos posts em blogs porque prefere uma frase, um status de atualização e novas fotos das férias. Você tem apenas alguns segundos para causar uma primeira boa impressão.


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