O Câncer de Mama no Alvo da Moda vira case de Marketing 21 de outubro de 2010

O Câncer de Mama no Alvo da Moda vira case de Marketing

         

Projeto que tem renda revertida para o IBCC conta com parcerias com grandes empresas

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<p>Promover uma campanha beneficente que, além de ajudar a prevenção do câncer de mama, também virasse um objeto de desejo de moda. Foi esse o objetivo do estilista Ralph Lauren ao criar em 1994 – junto com outros colegas de profissão membros do Conselho dos Designers de Moda da América (CFDA) – o Fashion Targets Breast Cancer, nos Estados Unidos. No início de 1995, a ação foi trazida para o Brasil com o apoio do Instituto Brasileiro de Controle de Câncer (IBCC). O país foi o segundo do mundo a realizar o projeto que hoje é um case de sucesso de Marketing, mesmo sem contar com nenhuma verba destinada para isso. <br /> <br /> Em 15 anos de existência no Brasil, a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda arrecadou cerca de R$ 57,5 milhões com a venda de mais de 15 milhões de produtos licenciados. Os valores recebidos resultaram no aumento na qualidade das instalações do IBCC e na quantidade de atendimentos, que hoje chegam a 1.500 por dia. Para conseguir esse resultado, o projeto conta com parcerias com mais de 100 empresas e a participação voluntária de cerca de 400 artistas. <br /> <br /> A Hering é a principal parceira que ajuda na consolidação da campanha.  A marca de roupas foi a primeira a fazer parte da iniciativa com a produção e comercialização das camisas. Desde a primeira edição, foram vendidas mais de sete milhões de camisetas, que têm R$ 6,50 de seu valor revertido para o IBCC. Em 2010, a expectativa é que sejam comercializadas 50 mil unidades. <br /> <br /> <strong>Venda de camisetas é o grande negócio</strong><br /> “A campanha nos Estados Unidos era feita basicamente por meio das camisetas e aqui no Brasil a Hering é sinônimo de camiseta boa, por isso fui logo procurá-los”, conta Onésimo Affini Junior, Produtor Executivo da campanha. Para estabelecer “<img height="263" alt="O Câncer de Mama no Alvo da Moda vira case de Marketing " width="180" align="left" src="/images/materias/cancer-mama_walter-rodrigue.jpg" />O Câncer de Mama no alvo da moda” como um objeto de desejo fashion, Affini procurou as grifes Zoomp, Ellus, M. Officer e Forum – na época as quatro maiores da moda brasileira – para também comercializarem as camisas e formarem um tipo de CFDA brasileiro. <br /> <br /> O trabalho de consolidar a marca como desejo de moda não acabou naquela época. Até hoje Affini tem preocupação na hora de escolher seus parceiros para não tornar a marca popular demais a ponto de comprometer as vendas em longo prazo. “Uma rede de supermercados já nos procurou querendo comercializar as camisetas, i que nos faria crescer em vendas rapidamente, mas faria com quem o desejo pelo produto diminuísse a ponto de fazer as vendas caírem”, explica Affini.<br /> <br /> Para continuar reforçando o aspecto fashion da ação, a cada edição do São Paulo Fashion Week, um estilista brasileiro desenha novas camisetas para a Hering. As peças dessas edições especiais rendem R$ 7,20 por unidade para a campanha. Já participaram dessa ação nomes como Alexandre Herchcovitch, Walter Rodrigues (em modelo na foto à esquerda), Fause Haten e Oskar Metsavaht, da Osklen. Para a próxima edição da semana de moda a estilista Simone Nunes é quem desenhará para a causa. <br /> <br /> <strong>Outros parceiros</strong><br /> A participação de artistas vestindo as camisas é outra característica da campanha tanto no Brasil quanto em outros países. Por aqui, mais de 400 nomes como Xuxa, Angélica, Tony Ramos e Glória Pires já emprestaram sua imagem de forma voluntária para o projeto. Enquanto nos Estados Unidos as modelos Naomi Campbell, Claudia Schiffer e a atriz Sienna Miller são alguns dos exemplos. Além da marca, outras grandes parceiras foram firmadas pela campanha durante esses 15 anos. <br /> <br /> <img height="291" alt="O Câncer de Mama no Alvo da Moda vira case de Marketing " width="120" align="right" src="/images/materias/cancer-de-mama_susi.jpg" /> Em 2000, a Estrela lançou a boneca Susi no Alvo da Moda, que ganhou novas versões em 2008 e no ano passado (foto), dessa vez com a assinatura do hair stylist Wanderley Nunes. Em um segmento bem diferente, a Porto Brasil lançou uma linha de louças que conta com tigela, copos e canecas que levam o logo da campanha. No ramo de papelaria o alvo está presente por meio das agendas da marca Pombo e da Suzano, que disponibiliza em embalagens de 250 folhas cartilhas com informações sobre como fazer o autoexame nas mamas. <br /> <br /> Já o Bradesco, através da Bradesco Capitalização, comercializa o título de capitalização Pé Quente O Câncer de Mama no Alvo da Moda, que reverte parte de seu valor para o IBCC. A campanha conta ainda com alguns outros parceiros sazonais como o Q!Bazar, feira que dá descontos em roupas de grifes famosas e também doa parte de sua renda para o projeto. <br /> <br /> <strong>Marketing e publicidade voluntários</strong><br /> Além das empresas que atuam com o licenciamento, outros voluntários na parte institucional da campanha ajudam o trabalho. A Ernest & Young, que presta serviço de auditoria e assessoria, é responsável pela revisão dos critérios de apuração dos valores repassados ao Instituto. Já a Ogilvy é a agência responsável pela publicidade do “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, produzindo todos os anúncios e filmes da ação. <br /> <br /> Mesmo as parcerias sendo responsáveis pela maior parte do Marketing de “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, os organizadores do projeto realizam ainda outras iniciativas com o objetivo de reforçar a marca na mente do consumidor. Realizada desde 1999, a Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama já teve 40 edições em 11 cidades e reuniu mais de 96 mil participantes. “A ideia da corrida nasceu devido à nossa falta de verba para o Marketing. Queríamos criar algo que gerasse visibilidade para a marca”, afirma Onésimo Affini. <br /> <br /> Para o executivo, essa criatividade e o profissionalismo são essenciais para o sucesso da campanha. “É devido a muito trabalho e à associação com empresas sérias e com credibilidade perante os consumidores que conseguimos crescer”, afirma Affini, garantindo que o sucesso é reconhecido pelo próprio Ralph Lauren, que pede que ele conte o case do Brasil em reuniões com outros países que também realizam ação como Argentina, Inglaterra, França e Portugal.</p>


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