<p>A nova classe C &eacute; uma realidade e, agora, maioria entre a popula&ccedil;&atilde;o brasileira. A classe m&eacute;dia cresce e exige novos produtos e servi&ccedil;os, o que mostra um novo caminho que as empresas devem seguir para se destacarem perante um consumidor cada vez mais preocupado com a alimenta&ccedil;&atilde;o saud&aacute;vel e a conveni&ecirc;ncia, por exemplo.</p> <p>Apesar de uma mudan&ccedil;a global no comportamento do consumidor, no Brasil, a classe C dita as regras de consumo daqui para frente. Pesquisa feita pelo Ibope para o projeto Brasil Food Trends 2020, realizado pelo Instituto de Tecnologia dos Alimentos em parceria com o Deagro (Departamento de Agroneg&oacute;cio da FIESP), mostra que as caracter&iacute;sticas do consumidor brasileiro da classe C est&atilde;o alinhadas com pa&iacute;ses desenvolvidos.</p> <p>O estudo embasa a crescente busca do brasileiro de classe m&eacute;dia por conveni&ecirc;ncia e praticidade na hora da compra. A maior demanda referente &agrave;s mudan&ccedil;as s&oacute;cio-econ&ocirc;micas do Brasil tamb&eacute;m destaca o papel da mulher. Diferente do que foi visto nos &uacute;ltimos anos, hoje elas trabalham fora de casa, compram comida pronta e fazem suas refei&ccedil;&otilde;es no trabalho. A import&acirc;ncia da mulher nesta nova classe m&eacute;dia motivou a Editora Abril a criar a Revista M&aacute;xima, cujo objetivo &eacute; exclusivamente atender as consumidoras da classe C.</p> <p><strong>Aumento de renda e de poder de compra</strong><br /> O crescimento relativo da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, entre 1950 e 2009, de 2,19% embasa o dom&iacute;nio absoluto da clsse C no pa&iacute;s, que cresceu muito mais. Esta realidade obriga a ind&uacute;stria de alimentos a manter o seu posicionamento competitivo com maci&ccedil;os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inova&ccedil;&atilde;o, seja de produtos ou de processos. Com o aumento da renda e do poder de compra da nova classe m&eacute;dia, al&eacute;m do maior acesso &agrave; informa&ccedil;&atilde;o, o desafio ser&aacute; produzir bens que atendam &agrave;s exig&ecirc;ncias do consumidor.</p> <p>Neste cen&aacute;rio, as marcas devem entender a sua import&acirc;ncia para as escolhas destes consumidores que, agora, buscam primeiro a qualidade dos produtos. &ldquo;A marca &eacute; fundamental porque o consumidor acredita que est&aacute; levando todo o pacote de qualidade e confian&ccedil;a&rdquo;, diz Ant&ocirc;nio Carlos Costa, Gerente do Departamento do agroneg&oacute;cio da Fiesp (Federa&ccedil;&atilde;o das Ind&uacute;strias do Estado de S&atilde;o Paulo), em entrevista ao Mundo do Marketing.</p> <p>Um dos segmentos que podem ganhar for&ccedil;a junto com o crescimento da classe m&eacute;dia no Brasil &eacute; de iogurte. Este &eacute; o primeiro produto citado pelos consumidores entre os de categoria Saud&aacute;veis e Funcionais. A conveni&ecirc;ncia tamb&eacute;m &eacute; um caminho sem volta. As lojas de bairro t&ecirc;m ader&ecirc;ncia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; Conveni&ecirc;ncia e Praticidade. &ldquo;A prolifera&ccedil;&atilde;o de lojas menores que atendem melhor, com ambienta&ccedil;&atilde;o mais favor&aacute;vel, remete a um atendimento mais pessoal e personalizado. Apesar disso, esta tend&ecirc;ncia n&atilde;o &eacute; excludente. O supermercado continua tendo seu espa&ccedil;o. N&atilde;o vejo este novo consumidor optando por apenas um modelo de compra&rdquo;, acredita Costa.</p> <p><strong>Novas caracter&iacute;sticas de consumo<br /> </strong>Uma das principais mudan&ccedil;as que j&aacute; pode ser percebida com rela&ccedil;&atilde;o ao perfil deste novo consumidor &eacute; a busca por produtos de consumo que oferecem benef&iacute;cios adicionais para a sua sa&uacute;de, al&eacute;m de atributos como sustentabilidade e &eacute;tica, que oferecer&atilde;o diferencia&ccedil;&atilde;o no mercado. A pesquisa feita para o Brasil Food Trends 2020 mostra que os brasileiros decidem suas compras com base em &ldquo;Sensorialidade e Prazer&rdquo;, &ldquo;Saudabilidade e Bem-estar&rdquo;, Conveni&ecirc;ncia e Praticidade&rdquo;, &ldquo;Confiabilidade e Qualidade&rdquo; e &ldquo;Sustentabilidade e &Eacute;tica&rdquo;.</p> <p>Este comportamento est&aacute; diretamente ligado ao aumento de n&iacute;vel de educa&ccedil;&atilde;o, informa&ccedil;&atilde;o e renda da popula&ccedil;&atilde;o nos &uacute;ltimos anos. &ldquo;Os consumidores emergentes representar&atilde;o os grandes mercados para a ind&uacute;stria de alimentos no futuro&quot;, garante o Gerente do Departamento do Agroneg&oacute;cio da Fiesp ao portal. A explica&ccedil;&atilde;o pela busca de produtos saud&aacute;veis e que proporcionem o bem-estar &eacute; o envelhecimento da popula&ccedil;&atilde;o e a procura de um estilo de vida melhor, o que abre possibilidades para produtos como alimentos funcionais, naturais e cosm&eacute;ticos. A conveni&ecirc;ncia e a praticidade est&atilde;o ligadas ao ritmo de vida dos consumidores que vivem em centros urbanos.</p> <p>H&aacute; uma mudan&ccedil;a na estrutura tradicional nas fam&iacute;lias e a economia de tempo e esfor&ccedil;o resultam na demanda por refei&ccedil;&otilde;es para microondas ou servi&ccedil;os delivery. J&aacute; a confiabilidade e a qualidade dos produtos s&atilde;o exig&ecirc;ncias de compradores mais conscientes e informados, que valorizam a garantia de origem e os selos de qualidade. Por fim, sustentabilidade e &eacute;tica tamb&eacute;m est&atilde;o em voga para os consumidores da nova classe m&eacute;dia, principalmente pelo baixo impacto ambiental, por embalagens recicladas e recicl&aacute;veis, por fontes renov&aacute;veis e pelo gerenciamento de res&iacute;duos e emiss&otilde;es.</p> <p><strong>M&aacute;xima foca nas mulheres emergentes<br /> </strong>A Editora Abril j&aacute; percebeu a import&acirc;ncia da nova classe m&eacute;dia e investiu em um projeto segmentado para as mulheres que comp&otilde;em este nicho. A Revista M&aacute;xima foi criada para abordar o comportamento e os desafios femininos, seus maiores desejos e como ela est&aacute; inserida no novo cen&aacute;rio s&oacute;cio-econ&ocirc;mico mundial. &ldquo;As vendas de revistas tradicionais para mulheres foram impulsionadas pela nova classe media, que exigiam uma publica&ccedil;&atilde;o voltada para a nova classe m&eacute;dia. A M&aacute;xima &eacute; uma revista focada na mulher que ascendeu socialmente&rdquo;, aponta Dem&eacute;trius Paparounis, Publisher da Revista M&aacute;xima.</p> <p>O objetivo da Abril com este produto &eacute; oferecer e mostrar op&ccedil;&otilde;es de compra para as mulheres que entraram recentemente na classe C e que come&ccedil;a a ter dinheiro para comprar de tudo. &ldquo;A mulher nordestina que vive em S&atilde;o Paulo, pertencente &agrave; classe D, visita a fam&iacute;lia a cada cinco anos. Na classe C ela passa a ter conta banc&aacute;ria, pode parcelar as compras e visitar os parentes com pacote tur&iacute;stico. A revista tem o conte&uacute;do voltado para estas novas conquistas da mulher&rdquo;, explica Dem&eacute;trius.</p> <p>A Revista M&aacute;xima contou com um investimento de R$ 10 milh&otilde;es em seu lan&ccedil;amento. Ao todo, o t&iacute;tulo estar&aacute; dispon&iacute;vel em 85% dos 25 mil pontos-de-venda dispon&iacute;veis no Brasil. Isto significa presen&ccedil;a em cerca de dois mil munic&iacute;pios no pa&iacute;s. As pautas da M&aacute;xima ser&atilde;o definidas pelos editores e tamb&eacute;m pelo Clube de Leitoras, que opinam sobre os assuntos abordados periodicamente.</p>
Nova classe média exige produtos segmentados
18 de junho de 2010
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