<p>A constante expans&atilde;o dos canais e ferramentas de consumo faz emergir um novo perfil de consumidor: o neoconsumidor. O termo &eacute; atribu&iacute;do aqueles que, al&eacute;m de terem acesso &agrave;s lojas f&iacute;sicas, est&atilde;o em contato com outros canais de venda, inclusive os digitais, como internet, TV interativa e celular. Para acompanhar essas mudan&ccedil;as do consumo, a consultoria&nbsp;GS&amp;MD – Gouv&ecirc;a de Souza, em parceria com a Ebeltof &ndash; International Retail Experts, realizou um estudo que mapeou este perfil.</p> <p><img alt="Neoconsumidor exige mudan&ccedil;as no mercado" align="right" width="150" height="233" src="/images/materias/neoconsumidor_LuizGoes.jpg" />A inser&ccedil;&atilde;o dos canais digitais na vida das pessoas permitiu que o consumidor tivesse acesso global &agrave;s informa&ccedil;&otilde;es e &agrave;s ferramentas para compara&ccedil;&atilde;o e pesquisa de uma forma mais r&aacute;pida. Este consumidor multicanal est&aacute; mais exigente e mais propenso a negocia&ccedil;&otilde;es gra&ccedil;as &agrave; facilidade para pesquisar e comparar servi&ccedil;os e produtos oferecidos pelas empresas.</p> <p>&ldquo;A internet possibilita que os consumidores cheguem &agrave;s lojas em um patamar diferente do que chegavam h&aacute; dois anos, por exemplo. Cada vez mais os vendedores encontrar&atilde;o um cliente mais preparado para negociar gra&ccedil;as &agrave;s pesquisas feitas antes da compra&rdquo;, explica Luiz G&oacute;es (foto), s&oacute;cio-s&ecirc;nior da GS&amp;MD&nbsp;- Gouv&ecirc;a de Souza, em entrevista ao Mundo do Marketing.</p> <p>O levantamento estudou tend&ecirc;ncias do consumo e o comportamento de compra em quatro setores: alimenta&ccedil;&atilde;o, eletr&ocirc;nico, vestu&aacute;rio e beleza. O projeto foi realizado em 11 pa&iacute;ses, em um total de 5.500 entrevistas on-line, al&eacute;m de um trabalho de campo no Brasil, com 500 entrevistas em S&atilde;o Paulo, Recife e Porto Alegre.</p> <p><strong>Brasil &eacute; o pa&iacute;s que mais pesquisa e compara pre&ccedil;os</strong><br /> O estudo concluiu que quanto mais maduro &eacute; o pa&iacute;s, mais multicanal ele &eacute;. No Brasil, o interesse por absorver e participar de canais digitais tende a se expandir em pouco tempo. Um exemplo disso &eacute; o dado que indica que 73% dos brasileiros utilizam ferramentas ou sites para comparar pre&ccedil;os pela internet, enquanto a m&eacute;dia mundial &eacute; de 52%.</p> <p style="text-align: center"><img alt="Neoconsumidor exige mudan&ccedil;as no mercado" width="500" height="377" src="/images/materias/neoconsumidor_grafico_comp.jpg" /></p> <p>Este comportamento de consumo influencia as empresas a pensarem em outras ofertas al&eacute;m do pre&ccedil;o. &ldquo;Os varejistas devem oferecer algo a mais, como um servi&ccedil;o de entrega mais r&aacute;pido ou uma garantia estendida. &Eacute; necess&aacute;rio tamb&eacute;m ter uma estrat&eacute;gia multicanal. Se as empresas n&atilde;o estiverem presentes em canais digitais, correm o risco de ficarem para tr&aacute;s no mercado&rdquo;, diz Go&eacute;s, da&nbsp;GS&amp;MD -&nbsp;Gouv&ecirc;a de Souza.</p> <p>O acesso a meios virtuais tamb&eacute;m muda a din&acirc;mica da economia no mundo off-line e afeta, inclusive, a rela&ccedil;&atilde;o entre varejistas e fabricantes. A partir do momento em que o consumidor pode fazer todo tipo de compara&ccedil;&atilde;o, &eacute; normal que ele parta para uma negocia&ccedil;&atilde;o mais agressiva. Por isso, a tend&ecirc;ncia &eacute; de que os varejistas trabalhem com margens cada vez mais apertadas e se voltem aos fabricantes para exigirem pre&ccedil;os mais baixos.</p> <p><strong>Desafios do e-commerce</strong><br /> Esta nova realidade do consumo n&atilde;o poderia deixar de incluir o e-commerce. No Brasil, 92% dos entrevistados afirmaram fazer compras pela internet, enquanto a m&eacute;dia global &eacute; de 88%. O estudo indica dois&nbsp;obst&aacute;culos para o setor, tanto mundialmente, quanto nacionalmente.</p> <p>O primeiro&nbsp;exige que as empresas encontrem alternativas para tornar o processo de pagamento pela internet efetivamente mais seguro. O levantamento indicou que, no Brasil, 55% dos entrevistados n&atilde;o gostam de passar seus dados banc&aacute;rios ou de cart&atilde;o de cr&eacute;dito pela internet. Mundialmente, essa m&eacute;dia &eacute; semelhante: 56%.</p> <p>J&aacute; o segundo desafio &eacute; tecnol&oacute;gico. As empresas devem evoluir a ponto de fazerem as pessoas sentirem que tem um contato mais pr&oacute;ximo com o produto. De acordo com a pesquisa, 55% dos brasileiros n&atilde;o compram pela internet porque gostam de ver, tocar e sentir o produto antes de adquiri-lo. Globalmente, esta m&eacute;dia sobe para 66%.</p> <p style="text-align: center"><img alt="Neoconsumidor exige mudan&ccedil;as no mercado" width="500" height="376" src="/images/materias/neoconsumidor_grafico_ecomm.jpg" /></p> <p><strong>Brasileiros est&atilde;o dispostos a receberem ofertas via celular</strong><br /> O cen&aacute;rio tamb&eacute;m exige uma reestrutura&ccedil;&atilde;o do Marketing. A base da escolha do consumidor passa a ser o boca a boca digital, o que reduz o espa&ccedil;o do Marketing tradicional e da m&iacute;dia de massa. Este movimento exige que as empresas revejam suas estrat&eacute;gias de comunica&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Segundo o estudo, o Brasil foi o pa&iacute;s que apresentou maior &iacute;ndice de interesse em receber promo&ccedil;&otilde;es e propaganda pelo celular, com 42% dos entrevistados, enquanto globalmente a m&eacute;dia foi de 17%. A classe D brasileira foi a que se mostrou mais receptiva, com 51%, seguida pelas classes E (50%) e C2 (43%). A explica&ccedil;&atilde;o para isso, segundo Go&eacute;s, &eacute; a sensa&ccedil;&atilde;o que as pessoas t&ecirc;m de estarem sendo inclu&iacute;das social e digitalmente.</p> <p>O consumidor de baixa renda observa de forma positiva este tipo de oferta, ao contr&aacute;rio do que acontece com as classes sociais mais altas. Esta realidade imprime mudan&ccedil;as na forma de comunica&ccedil;&atilde;o. &Eacute; importante que os profissionais encontrem formas de comunicar cada vez mais apuradas para este p&uacute;blico.</p> <p>&ldquo;A princ&iacute;pio, o consumidor se mostra favor&aacute;vel a este tipo de a&ccedil;&atilde;o, mas ainda n&atilde;o houve teste para que isso seja comprovado. Eles percebem que seria interessante, mas isso n&atilde;o significa que reagir&atilde;o positivamente quando forem &lsquo;bombardeados&rsquo; por propagandas. As empresas devem encontrar a equa&ccedil;&atilde;o. Uma ideia &eacute; patrocinar parte da conta: os consumidores aceitam receber este tipo de material, desde que recebam um b&ocirc;nus em troca, por exemplo&rdquo;, explica Go&eacute;s.</p>
Neoconsumidor exige mudanças no mercado
17 de setembro de 2009