Nem só de pão vive o homem, mas de toda a boa vontade
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a boa vontade
Por Redação - 02/05/2007 Artigos
<p><strong>Nem s&oacute; de p&atilde;o vive o homem, mas de toda a boa vontade</strong></p><p>Por Daniel Guedes*</p><p>Cada vez mais, as empresas de ponta nos mostram, por meio de seus cases, que a melhor maneira de conquistar e manter clientes &eacute; simplesmente atende-los bem. Tudo o que se prega acerca de CRM, qualidade no atendimento e outros termos da moda &mdash; tudo, mas absolutamente tudo, tem como pano de fundo o esp&iacute;rito de servir, a BOA VONTADE de quem atende o cliente. Numa passagem do livro O Zahir, Paulo Coelho relata a terr&iacute;vel experi&ecirc;ncia que teve num hotel franc&ecirc;s onde se sentiu um verdadeiro desabrigado, sendo tratado n&atilde;o como um h&oacute;spede, mas como algu&eacute;m que &ldquo;dependia&rdquo; do hotel para n&atilde;o dormir na rua. Esta triste realidade, lamentavelmente, tem se tornado t&atilde;o comum que, quando somos bem atendidos, ficamos impressionados.</p><p>H&aacute; pouco tempo, precisei alugar um carro e procurei uma rede de franquias muito conhecida nesse ramo. Minha assistente j&aacute; havia feito a reserva e tudo estava programado para que eu pudesse retirar o ve&iacute;culo no pr&oacute;prio aeroporto. Isso para mim seria muito c&ocirc;modo, pois estava com uma agenda apertada para cumprir e qualquer meia hora a mais ou a menos faria diferen&ccedil;a. </p><p>Em plena crise a&eacute;rea, meu v&ocirc;o tinha cumprido uma pontualidade brit&acirc;nica. Tudo parecia conspirar para que eu tivesse uma agenda perfeita naquele dia, at&eacute; que encontrei um ser humano de pouca ou nenhuma BOA VONTADE &ndash; a recepcionista. Era algu&eacute;m t&atilde;o especial que, se a tivesse conhecido antes, recomendaria &agrave; empresa que mudasse o cargo escrito em seu crach&aacute; para o de DECEPCIONISTA. A mo&ccedil;a come&ccedil;ou o atendimento fazendo-me esperar longos 5 ou 6 minutos at&eacute; resolver problemas operacionais com um outro colaborador da empresa. Quando terminou seus afazeres, sem me olhar de frente, pediu minha habilita&ccedil;&atilde;o em tom de &ldquo;policial rodovi&aacute;rio&rdquo; e, lentamente, foi tentar localizar minha reserva. Otimista que sou, logo pensei: &ldquo;agora ela vai achar minha reserva e pronto, vai me liberar…&rdquo; </p><p>Mal sabia eu que a coisa ainda ia piorar bastante. Momentos depois, a mo&ccedil;a me olhou e disse que n&atilde;o poderia me atender porque minha reserva estava errada. Faltava constar no corpo da reserva que a minha empresa autorizava cobertura total. Peguei o fax e, ao ler, percebi que o texto realmente n&atilde;o trazia o termo TOTAL, mas, ao mesmo tempo, todos os itens poss&iacute;veis de serem cobertos estavam marcados. Informei &agrave; atendente que ligaria para minha ag&ecirc;ncia e em poucos minutos o fax estaria em suas m&atilde;os, preenchido como desejava, ao que ela prontamente me respondeu: &ldquo;ok senhor, ent&atilde;o vamos aguardar!&rdquo; </p><p>Indignado, pedi que ela tentasse adiantar alguma coisa, como a vistoria do ve&iacute;culo ou o preenchimento dos formul&aacute;rios de praxe, pois eu tinha compromissos e gostaria de ser liberado com a maior brevidade poss&iacute;vel. Ela retrucou dizendo: &ldquo;senhor, infelizmente n&atilde;o posso fazer nada, temos que aguardar!&rdquo;.</p><p>Nem s&oacute; de p&atilde;o vive o homem, mas de toda a boa vontade da atendente da locadora de ve&iacute;culos, do recepcionista do hotel, do a&ccedil;ougueiro do bairro, da atendente da companhia a&eacute;rea, enfim, de todos os que no dia-a-dia representam as empresas no trato com os clientes. Mais do que clientes, atendemos pessoas que somente nos procuram (e a nossas empresas) quando somos necess&aacute;rios para suas vidas. A DECEPCIONISTA que me atendeu certamente n&atilde;o percebeu, mas, naquele momento, minha vida dependia dela &ndash; ela tinha nas m&atilde;os o poder de decidir se eu iria ou n&atilde;o cumprir os compromissos que me haviam feito viajar 3 mil quil&ocirc;metros. Claro que a atendente estava respeitando procedimentos e normas, mas um pouquinho de boa vontade ajudaria muito. Pelo menos,&nbsp; me deixaria mais reconfortado. <br />&nbsp;<br />Ent&atilde;o o neg&oacute;cio &eacute; ter boa vontade, este &eacute; nome do jogo. Adotemos todos n&oacute;s uma atitude de maior boa vontade para com nossos clientes e estes nos ser&atilde;o eternamente gratos, retribuindo com fidelidade e prefer&ecirc;ncia de compra. Treinemos nossas equipes para atenderem os clientes com BOA VONTADE e estaremos inclusive ampliando a qualidade de vida no ambiente de trabalho, pois nossos colaboradores v&atilde;o receber mais sorrisos, mais gestos de gratid&atilde;o &mdash; e isso tornar&aacute; seus dias muito mais agrad&aacute;veis. </p><p>Viva a BOA VONTADE!</p><p>* Daniel Guedes &eacute; especialista em Marketing pela FGV, Mestre em Franchising pela universidade europ&eacute;ia Indeg Business School, professor convidado da Franchising University e Diretor Executivo da Rede de franquias Microlins.</p>