<p><strong>Ministro tenta manter a confian&ccedil;a do consumidor sem&nbsp;aumentar a infla&ccedil;&atilde;o</strong>&nbsp;<br /><em>Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p><p>O consumidor n&atilde;o precisa mudar o comportamento na hora de recorrer a empr&eacute;stimos e a compras parceladas, disse&nbsp;ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. &ldquo;N&atilde;o deve haver nenhuma preocupa&ccedil;&atilde;o. O consumidor vai continuar podendo comprar bens dur&aacute;veis, como televisores, geladeiras e autom&oacute;veis&quot;, assegurou.</p><p>Mantega admitiu que considera excessivo o volume de financiamentos de longo prazo, mas negou que o governo estude a limita&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de parcelas para a compra de ve&iacute;culos, como alguns jornais chegaram a mencionar.</p><p>&quot;S&oacute; falei que 80 ou 90 presta&ccedil;&otilde;es talvez fosse um n&uacute;mero excessivo, mas n&atilde;o falei que 36 meses seria o adequado&quot;, rebateu Mantega em rela&ccedil;&atilde;o aos financiamentos concedidos para aquisi&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culos.</p><p>Segundo o ministro, medidas para conter o cr&eacute;dito j&aacute; foram tomadas quando, por exemplo, o governo aumentou para 0,38% a al&iacute;quota do Imposto sobre Opera&ccedil;&otilde;es Financeiras (IOF) para pessoas f&iacute;sicas, em janeiro, e a cobran&ccedil;a de compuls&oacute;rio sobre aplica&ccedil;&otilde;es de empresas de leasing.</p><p>O ministro descartou ainda que o aquecimento da economia brasileira possa se refletir em aumento do &iacute;ndice da infla&ccedil;&atilde;o neste ano. &ldquo;No momento, n&atilde;o h&aacute; um processo inflacion&aacute;rio preocupante no Brasil, apenas uma press&atilde;o externa provocada pelas commodities [bens prim&aacute;rios com cota&ccedil;&atilde;o no mercado internacional] e pelos alimentos, que devem baixar de pre&ccedil;o quando come&ccedil;ar a safra&rdquo;, destacou. &ldquo;Se tirarem os alimentos, a infla&ccedil;&atilde;o cai para abaixo da meta.&rdquo;</p><p>O&nbsp;boletim Focus do Banco Central, pesquisa semanal feita com cem institui&ccedil;&otilde;es financeiras, mostrou que os analistas de mercado projetam infla&ccedil;&atilde;o maior para este ano no atacado. A estimativa para o &Iacute;ndice Geral de Pre&ccedil;os Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu de 5,20% para 5,42% e a previs&atilde;o para &Iacute;ndice Geral de Pre&ccedil;os do Mercado (IGP-M) foi elevada de 5,36% para 5,43%. Os dois &iacute;ndices medem o pre&ccedil;o principalmente no atacado.</p><p>J&aacute; a proje&ccedil;&atilde;o do &Iacute;ndice de Pre&ccedil;os ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2008 &ndash; &iacute;ndice oficial usado pelo governo, que mede a infla&ccedil;&atilde;o para o consumidor &ndash; ficou inalterada em 4,44%, praticamente no centro da meta de infla&ccedil;&atilde;o para esse ano, que &eacute; de 4,5%.</p><p>Economistas acreditam que o aumento da infla&ccedil;&atilde;o poderia acarretar a eleva&ccedil;&atilde;o dos juros. Mantega, no entanto, disse que essa decis&atilde;o (de aumentar a taxa de juros) cabe ao Comit&ecirc; de Pol&iacute;tica Monet&aacute;ria (Copom), do Banco Central. </p><p>O ministro afirmou ainda que &eacute; necess&aacute;rio que se fa&ccedil;a uma an&aacute;lise do sistema de cr&eacute;dito e das perspectivas de investimento dos setores da ind&uacute;stria com maior utiliza&ccedil;&atilde;o da capacidade instalada para evitar uma escalada dos pre&ccedil;os.</p><p>&ldquo;N&atilde;o vejo risco para agora, nem para 2009 ou 2010, justamente porque estamos nos antecipando. Quando nos preocupamos em estimular os investimentos, queremos aumentar a oferta desses setores&rdquo;, destacou. &ldquo;O tipo de preocupa&ccedil;&atilde;o que n&oacute;s temos &eacute; positiva, de quem est&aacute; vivendo um momento favor&aacute;vel, ao contr&aacute;rio dos Estados Unidos e da Europa&rdquo;, disse Mantega.</p>
Ministro tenta manter a confiança do consumidor sem aumentar a inflação
25 de março de 2008