Mensuração correta de dados: o que as empresas não estão enxergando Bruno Mello 20 de maio de 2024

Mensuração correta de dados: o que as empresas não estão enxergando

         

Dora Oliveira dá dicas aos gestores de como se beneficiarem de verdade com os dados que coletam e por que devem dar atenção a isso

Mensuração correta de dados: o que as empresas não estão enxergando
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Os dados ocupam um papel de destaque em qualquer organização, mas você já se perguntou qual a real importância que o seu negócio dá aos dados? Ou se esses dados mensurados, armazenados e ativados são de qualidade?

A forma como utilizamos essas informações está em constante evolução, com cada período trazendo novos desafios e oportunidades junto de outras evoluções. Ao longo da história, podemos identificar três eras distintas relacionadas ao uso de dados:

A era da Escassez de Dados, até o final do século XX, onde os dados eram limitados e o acesso e utilização restritos. Um período que não nos deixou saudades.

Depois, veio era da Abundância de Dados, com início no século XXI até o presente, quando vivemos uma explosão de dados impulsionada pela internet e pelos dispositivos móveis e sensores. Esse crescimento exponencial trouxe a democratização do acesso, com ferramentas e plataformas que facilitam a análise e a visualização, o que também gerou uma utilização diversificada. Os dados ganharam importância e são utilizados em diversas áreas, como negócios, marketing, saúde, governo e ciência.

E, por fim, a mais recente, que é a era da Inteligência de Dados (presente e futuro próximo). A inteligência artificial e o aprendizado de máquina permitem extrair insights valiosos dos dados e automatizar tarefas complexas. É quando também a tomada de decisões é baseada em dados e se torna mais personalizada.

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Hoje, vemos novamente e com ainda mais força, os dados impulsionando a inovação, transformando e influenciando a sociedade em diversos aspectos, da saúde à educação, do transporte às áreas de consumo.

Mas o que, de fato, torna uma empresa capaz de se beneficiar dos dados que possui?

É fundamental ressaltar que a captura e mensuração destes dados devem ser sempre pautadas pelas leis de privacidade. A proliferação de dados gerou a necessidade de uma organização política para seu uso, pois, como já mencionado, eles representam um grande ativo financeiro para qualquer organização.

Respeitado o ponto acima, é crucial que as organizações compreendam a distinção entre quantidade e qualidade de dados. Frequentemente, observamos empresas que acumulam grandes volumes de dados em silos, inacessíveis para o uso cotidiano e coletados de forma indiscriminada. Uma das principais diferenças reside na intencionalidade da mensuração: por que e quais informações específicas devem ser capturadas?

A definição clara dos objetivos da coleta de dados é fundamental para garantir sua qualidade e utilidade, e justamente por isso as empresas devem se questionar: Quais decisões estratégicas serão tomadas com base nesses dados? Quais informações são realmente necessárias para alcançar esses objetivos? Como os dados serão coletados, armazenados e analisados de forma eficiente?

Ao responder a essas perguntas, as organizações podem direcionar seus esforços para a coleta de dados relevantes e de alta qualidade, que realmente contribuam para o sucesso do negócio.

Investir em ferramentas e processos adequados para a gestão de dados também é crucial. Isso inclui soluções de Governança de Dados, para garantir a qualidade, consistência e segurança; plataformas de Business Intelligence, para facilitar o acesso, análise e visualização dos dados; e treinamento para a equipe sobre como coletar, interpretar e utilizar os dados de forma eficaz.

Ao implementar essas medidas, as empresas podem transformar seus dados em ativos valiosos para impulsionar a tomada de decisões estratégicas, otimizar processos e aumentar a competitividade no mercado.

Na prática, ter uma mensuração correta e uma base de dados rica em First Party Data podem trazer uma gama de benefícios para seu negócio.

As decisões estratégicas passam a ser mais assertivas: é possível chegar a análises aprofundadas do comportamento do consumidor, como a compreensão das suas preferências, necessidades e jornadas, e através desses insights chegar na criação de produtos, serviços e campanhas mais eficazes.

A medição precisa do retorno sobre investimento em marketing (ROI), possibilita a maior eficácia na gestão do investimento de mídia. A personalização da experiência do cliente só é possível se bem direcionada por meio de análises de dados bem apuradas. Com clientes cada vez mais exigentes, que buscam experiências personalizadas e relevantes, sabemos que somente com um direcionamento pessoal de mensagens e ofertas, é possível aumentar a efetividade da comunicação e, posteriormente, a conversão, satisfação, fidelidade e advocacy.

Até para aqueles que querem usufruir de Retail Media, com a possibilidade de gerar nova receita: é importante lembrar que uma boa estratégia de Retail Media Network começa pelos dados. Dados confiáveis podem dar agilidade na adaptação às mudanças, oferecendo às empresas a capacidade de identificar e se adaptar rapidamente às tendências do mercado e às necessidades dos clientes, como as mudanças de hábitos de consumo, além de garantir um caminho mais rápido quando o assunto for inovação, fortalecendo a competitividade.

Certamente, a era da inteligência de dados tem o potencial de transformar a sociedade de uma maneira que ainda não conseguimos imaginar. Mas essa transformação só vai acontecer se possuirmos dados de qualidade e os utilizarmos de forma ética e responsável. Tudo começa por uma boa base – do relacionamento com o consumidor ao uso elaborado de inteligência artificial. Não deixe a sua base de dados pra lá, nem pra depois.

*Por Dora Oliveira, diretora de data analytics e martech da i-Cherry


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