Marketing religioso. Existe? Funciona? 15 de janeiro de 2013

Marketing religioso. Existe? Funciona?

         

Fica claro que há uma estratégia de Marketing por trás de cada movimento religioso. Bem sucedido, o plano de religiões tem angariado um número crescente de fieis

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“Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? – Por culpa nossa.” 

Assim, indaga e responde Padre Vieira em uma das partes do famoso e admirado “Sermão da Sexagésima”.  Ele pergunta por que não frutifica a palavra do Senhor.  A conclusão que se chega é que a falha pode estar em três lugares: no emissor, no receptor ou na própria mensagem. Assim também ocorre nas estratégias de Marketing, onde empresas e marcas tentam se comunicar com seus clientes e consumidores.  Portanto, há de se ter uma análise profunda para saber onde está o ruído, com o objetivo principal de eliminar dissonância no processo de comunicação.

Por outro lado, quantas vezes já ouvimos histórias de que não adianta jogar pérolas aos porcos, falar em vão, explicar o que todos já sabem, mas não conseguem fazer. As religiões tentam persuadir, doutrinar, ensinar, evangelizar através da palavra. A maioria das religiões prega a mesma coisa, um mundo melhor através das ações de seus seguidores.  Estimula a fé, a prática do bem, da caridade e do respeito ao próximo. Até ai, a mensagem parece clara, mas não necessariamente compreendida da mesma forma por todos os praticantes das especificas religiões. Cada pessoa é única e a interpretação da mensagem também leva em consideração os valores pessoais de cada fiel.

Algumas religiões existem há milênios, e com o passar do tempo foram perdendo seus fiéis, os quais optaram por frequentar outras tantas que apareceram e os atraíram. O que levaria uma pessoa a deixar de praticar sua religião para se associar a outras crenças? Por que alguém que nasceu dentro de uma religião mais tarde decide se mudar para outra maneira de professar sua fé? Fato é que nos últimos anos algumas religiões deram espaço para o crescimento de outras mais novas, por exemplo, a evangélica e a espírita. Uma das religiões que mais perdeu fiéis foi a igreja católica. Tais religiões teriam perdido fiéis por conta de não se atualizar na forma de pregar, ou seja, não utilizando ferramentas de comunicação mais próximas das pessoas.

Sob o ponto de vista de Marketing, já que o tema central aqui é este, podemos imaginar que os consumidores estão em busca de maior identificação com o que está sendo oferecido pelas religiões. Buscam o acolhimento para a redução de suas dores, para colocar bálsamo em seus jugos, e para tanto, querem ouvir sobre o que sua alma tem sede. Querem se sentir “protegidos” pela mensagem, pelo ambiente, querem ser parte de algo que os dará conforto espiritual.

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Sendo assim, se um orador capacitado puder valer-se de um canal de televisão, como vemos atualmente, e se souber estabelecer uma comunicação clara, suas chances de angariar seguidores aumentam e muito. Experimente ligar a televisão, até em horário nobres na grade de programação, e verá vários programas religiosos, extremamente estruturados, para levar a mensagem até o “consumidor”.

Vão desde um discurso competente, convincente e emocional, chegando até a venda de artigos religiosos.  Passa ainda por bandas com cantores que até gravação de CDs já fizeram. Sem contar os corais de vozes gospel, os instrumentos musicais que não deixam nada a desejar a uma banda de rock. Ainda há os rituais, a vestimenta, os artefatos religiosos, as revistas, os panfletos e todo o arsenal que espelha o posicionamento da religião.

Não há nada de mal nisto, à medida que o objetivo parece ser a ampliação do rebanho de Deus. Ainda assim, fica claro que há uma estratégia de Marketing por trás de cada movimento. E se isto tudo está ajudando o mundo a ficar melhor através de um ser humano mais consciente, que o Marketing seja abençoado e utilizado por todos. Amém.


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