<p>O brasileiro tem se tornado um consumidor consciente, atuante e atento &agrave;s causas defendidas pelas marcas, sendo um dos que mais se engajam em todo o mundo. A conclus&atilde;o &eacute; da pesquisa Good Purpose, conduzida mundialmente pela empresa de rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas Edelman e apresentada no Brasil pela consultoria Edelman Significa, idealizadora do portal Com:Atitude.<br /> <br /> O estudo investiga o comportamento dos indiv&iacute;duos acerca de causas socialmente relevantes e a maneira pela qual as empresas relacionam-se com elas. O levantamento &ndash; o &uacute;nico com este foco &ndash; foi realizado em 13 pa&iacute;ses e contemplou aproximadamente 7 mil pessoas.<br /> <br /> De acordo com os resultados, &eacute; poss&iacute;vel afirmar que o consumidor brasileiro tem alta predisposi&ccedil;&atilde;o para valorizar, recomendar e manter-se leal a marcas cuja atua&ccedil;&atilde;o sobre prop&oacute;sitos seja consistente. Este panorama tem, a princ&iacute;pio, duas consequ&ecirc;ncias: sinaliza um processo de matura&ccedil;&atilde;o do mercado de consumo nacional, ao mesmo tempo em que abre espa&ccedil;o para que organiza&ccedil;&otilde;es invistam em causas com base em vis&atilde;o de longo prazo, legitimidade nas a&ccedil;&otilde;es desenvolvidas e uma linguagem de comunica&ccedil;&atilde;o que engaje sua audi&ecirc;ncia. As marcas que caminham neste sentido j&aacute; angariam percep&ccedil;&atilde;o positiva junto a seus p&uacute;blicos, como &eacute; o caso de Natura, Omo, Petrobras, Yp&ecirc;, Coca-Cola, entre outras.<br /> <strong><br /> Mercado brasileiro abre-se &agrave;s causas, mas pede consist&ecirc;ncia</strong><br /> A pesquisa Good Purpose traz, al&eacute;m dos resultados de 2010, um comparativo hist&oacute;rico feito anualmente desde 2007. A curva evolutiva dos n&uacute;meros brasileiros demonstra uma eleva&ccedil;&atilde;o da cren&ccedil;a na capacidade das marcas abra&ccedil;arem boas causas, ao mesmo tempo em que se v&ecirc; um aumento no descr&eacute;dito das institui&ccedil;&otilde;es governamentais como agentes relevantes para a garantia da qualidade de vida da popula&ccedil;&atilde;o. Este panorama abre caminho para a atua&ccedil;&atilde;o corporativa, sobretudo, diante de causas sociais e ambientais, dadas as not&oacute;rias car&ecirc;ncias do pa&iacute;s nestas duas dimens&otilde;es.<br /> <br /> <embed height="344" width="425" wmode="transparent" src="http://www.youtube.com/v/1h0VxFUbzPw%26hl=en%26fs=1%26rel=0" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash"></embed><br /> <em> Pepsi Refresh Project: um exemplo de prop&oacute;sito a favor da marca</em><br /> <br /> Segundo o levantamento, inverteu-se o n&iacute;vel de confian&ccedil;a dos consumidores em rela&ccedil;&atilde;o a atitudes concretas das companhias sobre causas de interesse coletivo. Enquanto a cren&ccedil;a em que as marcas realizam algo neste sentido saltou de 46% para 64% entre 2007 e 2010, a vis&atilde;o de que a maioria nada pratica caiu de 51% para 32% no mesmo per&iacute;odo. Este dado refor&ccedil;a que &ndash; al&eacute;m da oportunidade para atua&ccedil;&atilde;o em causas de diferentes naturezas, h&aacute; um aumento na confian&ccedil;a p&uacute;blica em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; participa&ccedil;&atilde;o empresarial sobre tais quest&otilde;es. Por&eacute;m, &eacute; necess&aacute;rio agir com consist&ecirc;ncia, pois 57% acreditam que as marcas apoiam causas n&atilde;o por desejo genu&iacute;no, mas porque visam, somente, promover-se. &Eacute; fundamental, por isso, que as empresas apoiem causas diretamente sin&eacute;rgicas aos valores corporativos, de modo a expressarem a identidade da organiza&ccedil;&atilde;o e ao mesmo tempo gerarem benef&iacute;cios sociais, econ&ocirc;micos e ambientais junto a seus p&uacute;blicos.</p> <p><br /> Uma das causas principais citadas na pesquisa &eacute; a da sustentabilidade. Em 2010, 81% dos respondentes acreditam que a atua&ccedil;&atilde;o conjunta entre empresas e governo &eacute; fundamental para a abordagem do tema. Por se tratar de um ponto crucial para o desenvolvimento do pa&iacute;s, h&aacute; grande predisposi&ccedil;&atilde;o para o apoio &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas ambientais com forte participa&ccedil;&atilde;o da sociedade civil e do setor empresarial.</p> <p>Embora em menor n&iacute;vel em rela&ccedil;&atilde;o a 2009, o brasileiro mostra-se mais propenso a comprar produtos de marcas que apoiam causas. Este movimento &eacute; proporcional ao v&iacute;nculo estabelecido junto aos consumidores. Ao suportar uma causa, uma marca gera benef&iacute;cios sociais concretos e, ao mesmo tempo, alavanca seu significado, gerando conex&otilde;es perenes junto aos seus c&iacute;rculos de interesse. Dessa forma, elevada a confian&ccedil;a do consumidor, ele mostra-se altamente disposto a recomendar, comprar e priorizar marcas que tangibilizam suas propostas de valor em atitudes concretas relacionadas a causas. E o resultado financeiro n&atilde;o se prejudica com esta tend&ecirc;ncia: cada vez mais consumidores pensam que interesses sociais t&ecirc;m o mesmo peso dos interesses corporativos. O lucro, portanto, qualifica-se. Para Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa Brasil, as empresas s&atilde;o vistas positivamente pelos consumidores emergentes locais, pois s&atilde;o tratadas como parceiras dos indiv&iacute;duos no processo de inclus&atilde;o mercadol&oacute;gica.<br /> <br /> <strong> O indiv&iacute;duo se fortalece e demanda um novo engajamento</strong><br /> Outro diagn&oacute;stico relevante da pesquisa Good Purpose reflete-se no fortalecimento da autoestima do brasileiro no que tange &agrave; sua capacidade de ser um agente de transforma&ccedil;&atilde;o. Em compara&ccedil;&atilde;o ao levantamento de 2009, sua confian&ccedil;a nas institui&ccedil;&otilde;es governamentais decresceu de 62% para 52%. No sentido inverso &ndash; de 1% para 11% &ndash; deu-se o incremento da autoestima dos respondentes como potenciais defensores de causas.<br /> <br /> O salto na cren&ccedil;a dos consumidores em seus poderes individuais de envolvimento em causas demonstra um paradoxo que se apresenta mais forte entre corpora&ccedil;&otilde;es (for&ccedil;as institucionais p&uacute;blicas ou privadas) e pessoas. Neste cen&aacute;rio, o &acirc;mbito individual mostrou-se como um ponto forte no consumidor brasileiro. Nos &uacute;ltimos doze meses, grande parte dos respondentes engajaram-se em causas de algum modo, seja por doa&ccedil;&otilde;es ou a&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria. De acordo com Carol Cone, diretora de marcas e cidadania corporativa da Edelman New York, &ldquo;n&atilde;o estamos diante da emerg&ecirc;ncia de consumidores, mas de consumidores-cidad&atilde;os&rdquo;. Para ela, o ato da compra assume outro significado: &ldquo;n&atilde;o basta adquirir um produto; &eacute; preciso refletir sobre o que a marca entrega &agrave; sociedade&rdquo;.<br /> <br /> <embed height="344" width="425" wmode="transparent" src="http://www.youtube.com/v/wbNSnonIu-A%26hl=en%26fs=1%26rel=0" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash"></embed><br /> <br /> Este tra&ccedil;o comportamental revela uma tend&ecirc;ncia mais ampla, que demonstra uma maior aten&ccedil;&atilde;o do brasileiro sobre sua satisfa&ccedil;&atilde;o individual. Nos &uacute;ltimos quatro anos, o consumidor local tem direcionado seu foco de uma perspectiva coletivo-familiar para o campo pessoal. Passar o tempo com parentes e amigos, em 2007, era um rito muito mais representativo do que neste ano, quando atividades ligadas ao consumo e ao pr&oacute;prio corpo surgem como mais relevantes. Mesmo apresentando queda em 2010, o senso de comunidade ainda permanece forte entre os respondentes. Sobressai, contudo, o fortalecimento da rela&ccedil;&atilde;o experiencial do &ldquo;eu&rdquo;.<br /> <br /> Ao passo em que o indiv&iacute;duo se fortalece, mais ele deseja ser part&iacute;cipe nas cria&ccedil;&otilde;es de produtos, servi&ccedil;os e, tamb&eacute;m, no apoio a causas relevantes. A emerg&ecirc;ncia de rela&ccedil;&otilde;es colaborativas entre empresas e p&uacute;blicos adentra, neste panorama, a dimens&atilde;o dos prop&oacute;sitos corporativos. Segundo a pesquisa, 84% dos brasileiros acreditam que, juntos, marcas e consumidores podem fazer mais por uma causa do que se atuassem de modo separado. Quanto melhores os v&iacute;nculos entre marcas e p&uacute;blicos, maiores as possibilidades de atua&ccedil;&atilde;o conjunta e, claro, de sucesso coletivo.<br /> <br /> O envolvimento em causas mostra-se importante, tamb&eacute;m, para o neg&oacute;cio, seja para atrair talentos, investidores ou novos consumidores. Os respondentes mostram-se propensos a recompensar financeiramente ou participar ativamente do cotidiano das organiza&ccedil;&otilde;es que se envolvem com causas relevantes.<br /> <br /> <strong> Causa como determinante na decis&atilde;o de compra</strong><br /> O quinto &ldquo;p&rdquo; do marketing &eacute; o prop&oacute;sito. Uma das evid&ecirc;ncias mais claras sobre o amadurecimento do mercado consumidor nacional reflete-se no peso do prop&oacute;sito das marcas como fator essencial na decis&atilde;o de compra. Se o v&iacute;nculo &eacute; determinante para o sucesso junto aos consumidores, a atitude desempenha um papel fundamental em tais relacionamentos. Se em 2007 a qualidade era fator de an&aacute;lise preponderante (61% contra 38% neste ano), em 2010 a decis&atilde;o distribui-se entre prop&oacute;sito social da marca (19%) e consequente lealdade (15%) &ndash; que deriva, obviamente, da for&ccedil;a dos la&ccedil;os constru&iacute;dos junto aos p&uacute;blicos.<br /> <br /> <embed height="344" width="425" wmode="transparent" src="http://www.youtube.com/v/8bQ76ilIVrw%26hl=en%26fs=1%26rel=0" pluginspage="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash"></embed><br /> <em> Programa Crer para Ver, da Natura: cren&ccedil;as e neg&oacute;cio, juntos</em><br /> <br /> Neste sentido, percebe-se uma boa perspectiva de percep&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica no que diz respeito &agrave; realoca&ccedil;&atilde;o de verbas para investimentos concretos em causas socialmente relevantes. Existe um alto n&iacute;vel de confian&ccedil;a na possibilidade de atua&ccedil;&atilde;o das marcas sobre tais quest&otilde;es. O cen&aacute;rio, portanto, mostra-se prop&iacute;cio para o ambiente corporativo e os consumidores disp&otilde;e-se, inclusive, a pagar mais por isso.<br /> Comunicar &eacute; preciso<br /> <br /> Para gerar engajamento, &eacute; preciso comunicar com consist&ecirc;ncia. Na pesquisa, 82% dos respondentes acreditam que marcas devem divulgar sua atua&ccedil;&atilde;o em causas para elevar o n&iacute;vel de conhecimento p&uacute;blico sobre tais iniciativas. Por&eacute;m, 79% creem que h&aacute; excesso de comunica&ccedil;&atilde;o de atitudes sem que haja real investimento nas causas apoiadas. Agir antes de falar &eacute; fundamental. E, mais do que isso, n&atilde;o se pode deixar de agir: 87% esperam que as marcas fa&ccedil;am algo por uma causa.<br /> <br /> Mais da metade dos entrevistados enxergam as marcas de produto como mais conectadas a prop&oacute;sitos sociais relevantes. No entanto, as marcas corporativas vivem um movimento de fortalecimento em rela&ccedil;&atilde;o a seus portfolios, gerando a necessidade de equil&iacute;brio entre causas defendidas no &acirc;mbito corporativo e aquelas que envolvem diretamente os consumidores por meio dos produtos. A marca Omo, embora tenha a&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas, por exemplo, dialoga com os princ&iacute;pios de atitude da Unilever, que recentemente fortaleceu sua marca corporativa por meio de uma nova arquitetura e consequentes a&ccedil;&otilde;es de engajamento de suas audi&ecirc;ncias.<br /> <br /> <strong> O Brasil diante do mundo</strong><br /> Se para o Brasil &ndash; que conta com uma grande parcela de &ldquo;neoconsumidores&rdquo; &ndash; comprar ganhou import&acirc;ncia, o mesmo n&atilde;o se pode dizer em termos globais. Nos demais pa&iacute;ses, embora o senso de aux&iacute;lio comunit&aacute;rio seja menor em compara&ccedil;&atilde;o ao dos brasileiros, o tempo passado com fam&iacute;lia e amigos &eacute; maior. Este fator pode ser explicado por um retorno ao ambiente social privado decorrente da queda no poder aquisitivo em raz&atilde;o da crise &ndash; o que leva a uma introspec&ccedil;&atilde;o do consumidor internacional em compara&ccedil;&atilde;o ao Brasil. No que se refere ao envolvimento pessoal em causas, o brasileiro comporta-se de maneira semelhante aos &iacute;ndices estrangeiros.<br /> <br /> Fora do Brasil, h&aacute; uma maior cren&ccedil;a no poder das empresas de atuar sobre causas relevantes. Embora em ambos os contextos a for&ccedil;a individual tenha aumentado sua import&acirc;ncia, os brasileiros conferem ao governo uma responsabilidade muito maior do que nos demais pa&iacute;ses, o que se deve tanto &agrave; matura&ccedil;&atilde;o do mercado local como aos instrumentos voltados &agrave; qualidade de vida da popula&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Entretanto, no &uacute;ltimo ano o brasileiro aumentou severamente seu grau de envolvimento em causas frente ao restante do planeta. No Brasil, 64% consideram-se mais engajados, em compara&ccedil;&atilde;o aos 34% dos n&uacute;meros globais. Sob a forma de doa&ccedil;&otilde;es, o brasileiro atua mais frequentemente, repassando recursos, em grande medida, mensalmente. Em outras na&ccedil;&otilde;es, a pr&aacute;tica &eacute; semestral ou anual, embora os montantes n&atilde;o tenham sido comparados na investiga&ccedil;&atilde;o. No geral, o brasileiro cr&ecirc; em seu poder e vontade de assumir causas, dado o otimismo que o cen&aacute;rio atual do pa&iacute;s imp&otilde;e ao seu modo de pensar.<br /> <br /> O d&eacute;ficit apresentado pelo Brasil em termos sociais, culturais e ambientais afeta diretamente a percep&ccedil;&atilde;o de seus habitantes sobre causas a serem apoiadas. H&aacute; muito o que fazer nestas dimens&otilde;es, o que denota alta relev&acirc;ncia para os consumidores locais frente aos n&uacute;meros globais.<br /> <br /> Al&eacute;m de considerar muito mais fortemente as causas em sua decis&atilde;o de compra, o brasileiro o faz com mais frequ&ecirc;ncia que o consumidor internacional. Al&eacute;m disso, os esfor&ccedil;os de comunica&ccedil;&atilde;o e engajamento das empresas nacionais mostram-se mais intensos face aos dados globais.<br /> <br /> Existe uma grande expectativa do brasileiro sobre a rela&ccedil;&atilde;o com as marcas, principalmente no que tange &agrave; causa ambiental. Al&eacute;m disso, ele exige uma postura consistente &ndash; e n&atilde;o mais aventureira &ndash; das organiza&ccedil;&otilde;es diante dos problemas reais do pa&iacute;s. E, neste sentido, a sociedade voluntaria-se a agir em coopera&ccedil;&atilde;o com as empresas. Este movimento de cren&ccedil;a e disposi&ccedil;&atilde;o &eacute; muito mais forte no Brasil do que em outros pa&iacute;ses.<br /> <br /> Quanto aos setores econ&ocirc;micos, os brasileiros acreditam mais no envolvimento de empresas de comunica&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de, energia, tecnologia e biotecnologia, enquanto que globalmente os setores predominantes s&atilde;o de comunica&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de, alimentos e bebidas. No Brasil, empresas B2B ainda t&ecirc;m forte presen&ccedil;a na constru&ccedil;&atilde;o de percep&ccedil;&atilde;o positiva em rela&ccedil;&atilde;o a causas.<br /> <br /> Para saber mais sobre as causas defendidas pelas empresas, o brasileiro valoriza muito mais o aspecto boca-a-boca e as informa&ccedil;&otilde;es no website das companhias, sobretudo pelos seus h&aacute;bitos sociais e de acesso &agrave; internet. O contato interpessoal, no Brasil, &eacute; muito mais relevante no processo de forma&ccedil;&atilde;o de opini&atilde;o acerca de determinada empresa.<br /> <br /> <strong> Fatores macroambientais</strong><br /> Globalmente, os resultados da pesquisa Good Purpose demonstram grandes movimentos na rela&ccedil;&atilde;o entre marcas e p&uacute;blicos, os quais t&ecirc;m determinado fortemente o cotidiano estrat&eacute;gico das organiza&ccedil;&otilde;es.<br /> <br /> <strong> 1) Matura&ccedil;&atilde;o dos mercados e consumidores</strong><br /> A emerg&ecirc;ncia do Brasil dentre as dez maiores economias mundiais deve-se, principalmente, ao aumento do n&uacute;mero de efetivos consumidores, bem como do poder aquisitivo da popula&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m disso, a abertura econ&ocirc;mica completa 20 anos, o que permitiu consider&aacute;vel evolu&ccedil;&atilde;o na rela&ccedil;&atilde;o entre empresas e indiv&iacute;duos. Nesse sentido, paulatinamente as necessidades tornam-se mais qualificadas. Do mero suprimento de necessidades, as rela&ccedil;&otilde;es comerciais ascendem a patamares superiores, nos quais a qualidade dos v&iacute;nculos e a conex&atilde;o afetiva por meio do interc&acirc;mbio de significados s&atilde;o bases em crescente grau de import&acirc;ncia para as decis&otilde;es de compra e recomenda&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> <strong> 2) Poder do indiv&iacute;duo</strong><br /> A evolu&ccedil;&atilde;o e o barateamento das tecnologias de informa&ccedil;&atilde;o e comunica&ccedil;&atilde;o criam condi&ccedil;&otilde;es altamente favor&aacute;veis para a afirma&ccedil;&atilde;o do poder individual. Primeiramente, por aumentarem a exposi&ccedil;&atilde;o &agrave;s mais diferentes categorias de dados e conhecimento; em segundo lugar, pela velocidade conferida &agrave;s conex&otilde;es entre pessoas e institui&ccedil;&otilde;es; e, finalmente, pela larga escala e m&uacute;ltiplas possibilidades para o estabelecimento de liga&ccedil;&otilde;es. Com mais dados, conhecimento, mobilidade e contatos, eleva-se o n&iacute;vel de transpar&ecirc;ncia na rela&ccedil;&atilde;o entre indiv&iacute;duos, marcas e outros tipos de organiza&ccedil;&otilde;es &ndash; como governos e ONGs, por exemplo. Este panorama seleciona aqueles que agem de modo consistente em torno de uma plataforma de significados ao conectarem causas e atitudes.<br /> <br /> <strong> 3) Poder do significado</strong><br /> Marcas que unem discurso e pr&aacute;tica s&atilde;o aquelas que colocam um conjunto de significados em pr&aacute;tica. Ao fazerem isso, criam v&iacute;nculos genu&iacute;nos junto a seus consumidores e demais interlocutores que comp&otilde;em suas redes de pontos de contato. Ao engajarem seus p&uacute;blicos em torno de uma causa compartilhada, perenizam as rela&ccedil;&otilde;es, reduzem o custo de venda futura, elevam sua percep&ccedil;&atilde;o de valor e ampliam exponencialmente a comunidade formada ao redor da marca. O plano do significado torna-se estrat&eacute;gico, adentra a agenda da alta gest&atilde;o e pauta todas as a&ccedil;&otilde;es da organiza&ccedil;&atilde;o. Ou seja, um conjunto de valores e cren&ccedil;as passa a influenciar fortemente a cultura empresarial, em um movimento no qual todos os processos, entregas, experi&ecirc;ncias e atitudes de uma marca demonstram claramente sua vis&atilde;o de mundo.<br /> <br /> <strong> 4) Poder dos v&iacute;nculos</strong><br /> Os v&iacute;nculos em rede &ndash; e n&atilde;o somente hier&aacute;rquicos &ndash; mudam as rela&ccedil;&otilde;es entre empresas e, obviamente, entre marcas e consumidores. Torna-se comum a cria&ccedil;&atilde;o coletiva de produtos e servi&ccedil;os em ambientes de inova&ccedil;&atilde;o aberta que promovem o encontro de marcas e p&uacute;blico em um mesmo contexto propositivo. Este n&iacute;vel de engajamento, como defende o pensador C.K. Prahalad em seu livro &ldquo;A Nova Era da Inova&ccedil;&atilde;o&rdquo;, denomina-se &ldquo;cocria&ccedil;&atilde;o&rdquo;. Estes processos tomam as cadeias de valor a partir de uma perspectiva de rede, em que os agentes envolvidos no desenvolvimento de produtos e servi&ccedil;os relacionam-se em um patamar de trocas constantes, mais velozes e menos centralizadas na figura da corpora&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> <strong> 5) Legitimidade mercadol&oacute;gica e de significado</strong><br /> &Eacute; poss&iacute;vel conciliar lucro e prioriza&ccedil;&atilde;o de causas. O fato novo n&atilde;o &eacute; a relativiza&ccedil;&atilde;o do resultado financeiro, mas o aumento do seu valor ao ser qualificado por um significado. O prop&oacute;sito &eacute; o elemento que produz coes&atilde;o entre indiv&iacute;duos empoderados, d&aacute; consist&ecirc;ncia aos produtos e servi&ccedil;os e amplia o significado das experi&ecirc;ncias proporcionadas por uma marca junto aos seus p&uacute;blicos. Os consumidores, quando engajados de maneira fundamentada, tornam-se naturalmente embaixadores de suas marcas de prefer&ecirc;ncia e n&atilde;o se furtam a recomend&aacute;-las, defend&ecirc;-las e pagar mais por elas.<br /> <br /> <strong> 6) Uma nova comunica&ccedil;&atilde;o</strong><br /> A defesa de causas, al&eacute;m de qualificar resultados financeiros, tamb&eacute;m incrementa o valor da comunica&ccedil;&atilde;o. Seja por embalagens mais orientativas, an&uacute;ncios com afetividade genu&iacute;na ou eventos com significado, a divulga&ccedil;&atilde;o de prop&oacute;sitos valoriza os or&ccedil;amentos destinados &agrave; propaga&ccedil;&atilde;o de mensagens vinculadas &agrave;s marcas. Al&eacute;m disso, as experi&ecirc;ncias diversificam seus formatos em narrativas transversais aos meios on e off-line, ampliando as possibilidades para a alian&ccedil;a entre criatividade, consist&ecirc;ncia e relev&acirc;ncia &ndash; elevando a import&acirc;ncia do conte&uacute;do convertido em experi&ecirc;ncias atraentes e materializadoras de promessas.<br /> <br /> * <em>Por Rodolfo Ara&uacute;jo. Esta reportagem foi publicada originalmente no portal <a target="_blank" href="http://www.comatitude.com.br"><strong>Com:Atitude </strong></a>e agora no Mundo do Marketing de acordo com parceria que os dois portais mant&ecirc;m.</em></p>
Mais consciente, consumidor brasileiro valoriza marcas ligadas a causas
11 de novembro de 2010
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