Liderança em Comunidades Virtuais: o novo patamar do líder 16 de maio de 2006

Liderança em Comunidades Virtuais: o novo patamar do líder

         

Desde o surgimento da Internet como meio de comunicação ágil, flexível e de baixo custo, o homem encontrou um novo espaço para interagir, dando origem às comunidades virtuais. Essas comunidades são uma realidade muito comum dentro e fora das organizações,

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Autor: Leandro Vieira

Desde o surgimento da Internet como meio de comunicação ágil, flexível e de baixo custo, o homem encontrou um novo espaço para interagir, dando origem às comunidades virtuais. Essas comunidades são uma realidade muito comum dentro e fora das organizações, sendo capazes de aumentar, sensivelmente, a capacidade das pessoas, mesmo de diferentes localizações, de desenvolverem relações mais próximas, novas habilidades, e um maior “sentido de comunidade”.

 

Desse intenso processo de interação, novas capacidades e talentos acabam emergindo e, inevitavelmente, surge sempre a figura de um líder.

 

Os líderes devem estar atentos ao cenário que está se desenhando à sua volta. O exercício da liderança não se restringe mais apenas às equipes de seu local de trabalho. Nada disso. À medida que as pessoas estão descobrindo novas formas de interação no ciberespaço, os líderes também devem se transportar a esse novo ambiente e interagir.

 

Em uma comunidade virtual bem sucedida, existe um alto grau de sociabilidade e de solidariedade, o que resulta na formação de uma “cultura de comunidade”. Os indivíduos têm uma sensação de familiaridade, ao mesmo tempo em que existe um foco implacável sobre a conquista de objetivos. Os que se adaptam a essa cultura são pessoas que sentem necessidade de se identificar com algo maior que elas mesmas, gostam de trabalhar em equipe e estão dispostas, até mesmo, a colocar a comunidade acima de sua vida pessoal.

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Os líderes virtuais simplesmente são reconhecidos como tais, através de suas ações, palavras e contribuições ao grupo. Costumam ser inspiradores e carismáticos, com uma clara visão do futuro da comunidade.

 

Para liderar virtualmente, muita atenção às palavras: você se revela através daquilo que escreve. Sendo o texto a sua principal ferramenta de comunicação, os aspirantes a líderes virtuais devem estar atentos ao conteúdo de suas mensagens.

 

As comunidades virtuais são uma reprodução das comunidades reais típicas, assim, as características desse novo tipo de liderança não são distintas das da liderança tradicional. Em um sentido amplo, o líder virtual deve possuir um conjunto genérico de qualidades que permita o seu reconhecimento pelos demais como líder:

 

Integridade – Qualidade fundamental de qualquer líder. É através da integridade que as outras pessoas passam a acreditar nele.
Entusiasmo – As palavras do líder virtual devem revelar seu entusiasmo, o “vírus” que contagia os demais.
Firmeza – O mais comum em uma comunidade virtual são as diferenças de opiniões. O líder deve ser flexível, respeitando o amplo direito de manifestação de todos, mas deve ser firme quando as ações de um membro forem nocivas aos interesses e objetivos coletivos.
Empatia – É a habilidade de perceber e compreender as reações das outras pessoas. É a capacidade de entender o modo emocional de ser dos membros da comunidade e assumir um interesse ativo em suas preocupações.
Habilidade social – É a capacidade de gerenciar relacionamentos e desenvolver networks.
Motivação – O líder virtual deve demonstrar uma sincera paixão pela sua atividade e uma propensão a perseguir metas com energia e afinco.
Criatividade – O líder deve ser criativo a fim de encontrar novas soluções aos problemas do dia-a-dia e também de traçar novos rumos e propor novas abordagens ao grupo.
Comunicação – a habilidade de “ouvir” e enviar claras, convincentes e bem moduladas mensagens.
Humildade – A essência dos melhores líderes. Jamais falam na primeira pessoa. Os melhores líderes deixam seu ego completamente de lado a fim de revelar o melhor de seu time.

 

E você, está pronto para liderar nesse novo ambiente?

 

* Artigo publicado originalmente na Revista Brasileira de Administração, Brasília, DF, v. 49, p. 43 – 43, 10 jun. 2005. 


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