KidZania, a Disney das marcas, une Marketing e educação 21 de janeiro de 2014

KidZania, a Disney das marcas, une Marketing e educação

         

Parque oferece mini-cidade para as crianças com espaços patrocinados por companhias como Coca-Cola, Dell e Samsung. Atividades educativas dividem espaço com ações de Marketing

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marca,KidZos,edutenimento,Carolina Ficheira,São Paulo,KidZania,brincadeira,profissão,méxico,patrocinio,educação,marketing,Lei RouanetO parque temático KidZania chega a São Paulo ainda no primeiro semestre deste ano e traz a proposta de unir educação com Marketing. Na cidade construída no tamanho das crianças, elas podem brincar de adultos escolhendo mais de 60 profissões em estabelecimentos de empresas como Coca-Cola, Chevrolet, Dell, Nestlé e Samsung. A ideia foi concebida em 1996 pelo empresário mexicano Xavier Ancona e, três anos depois, o primeiro parque foi construído na Cidade do México. A expansão ocorreu em 2004 com a inauguração de uma unidade no Japão. Hoje outros países já contam com a franquia: Chile, Portugal, Egito, Emirados Árabes, Kuwait, Índia, Tailândia, Malásia, Indonésia e Coreia do Sul.

O modelo de negócio já recebeu elogios do próprio Philip Kotler, que classificou o KidZania como um exemplo de inovação em Marketing pelo retorno para as marcas patrocinadoras e a adoção do conceito de “edutainment”, unindo educação e entretenimento. Desde a criação do parque, as atividades são planejadas com a intenção de serem divertidas e pedagógicas ao mesmo tempo. Na réplica de um McDonald’s, as crianças são os funcionários e podem conhecer a lanchonete por dentro, ver como são grelhados os hambúrgueres e preparar seu sanduíche. A brincadeira também inclui o aprendizado de regras de higiene e segurança alimentar.

Além de lanchonetes e restaurantes, a mini-cidade dispõe de aeroporto, fábrica, teatro, lojas, delegacia, bombeiro, jornais, estúdio de televisão e estádio. A filial brasileira a ser construída no Shopping Eldorado, em São Paulo, ocupará 8.500 m², local onde ficava o Parque da Mônica. O investimento total é de R$ 30 milhões. Marcas como Nikon, Fraldas Pom Pom, Bozzano, Risqué, Unicef, Folha de S. Paulo e Rádio CBN já são parceiras comerciais do empreendimento. “O setor de entretenimento tem crescido muito no país com a expansão das leis de incentivo tanto na esfera federal quanto na estadual, o que tem movimentado a cadeia produtiva. Ao olhar com mais atenção para o setor, as empresas têm notado o retorno de marca e estão investindo tempo e dinheiro nisso”, diz Carolina Ficheira, Professora da ESPM, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Edutenimento
Embora não exista hoje nada parecido com a Kidzania no Brasil, há projetos como o Recontando.com que realizam ações de educação e entretenimento. “Talvez o Recontando nem saiba que está fazendo edutenimento ao criar animações sobre as notícias mais repercurtidas nas redes sociais. E isso com uma linguagem infantil e se preocupando em ter um conselho editorial mirim para validar ou não o que ele faz”, destaca a professora da ESPM.

Os museus nacionais também investem em educação em seus ambientes. “Um exemplo interessante é de uma professora de história da arte numa escola particular do Rio de Janeiro, que ensina para alunos de cerca de seis anos de idade. A criança e os pais foram viajar para a Europa e, no museu, ela comentou que o quadro era de fulano de tal. É muito legal, você leva para a sala de aula uma informação que depois é revertida no próprio museu. Isso é mesclar entretenimento com educação”, afirma Carolina Ficheira.

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Um público mais conservador tem preconceito diante da união entre marcas e educação, mas o cenário vem mudando ao longo do tempo. “Há quem entenda que o entretenimento pode ser o pulo do gato para a aprendizagem. No Rio de Janeiro, o Museu de Arte Moderna traz a escultura para fora e os pequenos rabiscam no chão para brincar com aquela arte”, conta.

Experiência
A partir de uma experiência, a criança pode ver o que aquilo significa e ter um aprendizado mais efetivo. A proposta da KidZania é oferecer às crianças e seus pais um ambiente seguro, realista e educacional, que permite brincar e imitar as atividades adultas. No parque elas podem brincar de trabalhar como piloto de avião, médico, veterinário, jornalista, pintor, engenheiro, entre outras profissões.

Como plataforma de branding, as marcas patrocinadoras do Kidzania investem no desenvolvimento da atividade dos visitantes em seu estabelecimento para que eles tenham uma experiência única e voltem a frequentá-las e consumi-las no futuro. A proposta é que a criança se sinta mais envolvida ao encontrar na mini-cidade marcas que fazem parte do seu dia a dia.

O projeto do parque também reforça a ideia de que a educação precisa de propostas mais participativas para ter um resultado melhor. “A sala de aula talvez não seja o melhor local hoje em dia para se aprender. Me questiono sobre essa forma careta. Acho super interessante o KidZania com as crianças realizando atividades, tendo em mente questões como cooperação, cuidado com o meio ambiente e noção de finanças com a moeda oficial do parque, o KidZos. Este aprendizado deve acompanhá-las nas futuras formações”, diz Carolina Ficheira.

Incentivos fiscais
A ideia de unir marcas com formas de entretenimento não é nova. O setor de entretenimento ganhou maior movimentação a partir de 2000 com a Lei Rouanet, que incentiva empresas e cidadãos a aplicarem uma parte do imposto de renda em ações culturais. “A Lei Rouanet é a matriz de toda essa história. Ela foi feita na década de 1990 e na seguinte é que ela tem um boom de várias ações. A gente tem que entender que isso precisa ser levado para uma empresa, ser departamentalizado e depois acontecer, como hoje nós temos o CCBB no Rio, em São Paulo e outros lugares”, relembra Carolina Ficheira.

O retorno desse tipo de ação para as marcas é uma das questões primordiais para a decisão de incentivo. “Num plano de apresentação para o patrocinador para captação de recursos, é preciso trazer essas informações. O patrocinado é obrigado, entre aspas, a pensar essas questões. Os próprios editais públicos perguntam qual será o seu plano de comunicação, o que é possível fazer de endomarketing e de ações de Marketing de relacionamento. Tudo é levado em consideração”, comenta a professora da ESPM, em entrevista ao portal.

* Matéria atualizada em 23/01 às 15h.

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