Governança de dados na experiência personalizada de Marketing Bruno Mello 19 de março de 2024

Governança de dados na experiência personalizada de Marketing

         

Renan Bolta aborda como as estratégias podem atender às demandas de experiências personalizadas sem violar a LGPD e mitigar riscos de vazamento de dados

Governança de dados na experiência personalizada de Marketing
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Não dá para negar: estamos na era da experiência personalizada. Para se ter uma ideia, segundo o Relatório Anual do Engajamento do Cliente de 2023, desenvolvido pela Twilio, 66% dos clientes afirmam que deixariam de usar um determinado serviço que não entregue personalização, sendo que 21% desses gastam, em média, 21% a mais para ter esse tipo de experiência. O desafio, no entanto, está em promover um bom marketing sem ferir as políticas de privacidade.

Milhões de pessoas usam o aplicativo do Spotify para ouvir músicas. Apesar da grande quantidade de ouvintes, a estratégia é bem direcionada: você recebe uma recapitulação individual com todo o histórico de artistas, músicas, tempo de consumo e porcentagens no ranking para compartilhar em suas redes sociais. São informações que até mesmo a própria pessoa não tinha ciência antes de a empresa preparar o perfil, o que também levanta a questão de como diversas marcas, para além do Spotify, sabem mais a nosso respeito do que nós mesmos.

Escolhi esse exemplo porque acho que é o mais recente e mais popular que tivemos. É a partir dele que podemos discutir sobre armazenamento e uso racional dos dados em grandes empresas. Para chegar a oferecer essa experiência ao cliente, a empresa teve que armazenar de forma segura e estruturada a informação de cada um desses usuários ao longo do último ano.

Estamos falando de um volume elevado de informação, mas destaco o modo de utilização. O Spotify traz um exemplo de como é possível trabalhar os dados do titular a favor das estratégias de marketing, sem prejudicar a privacidade dos usuários. Para isso, a transparência é palavra-chave ao deixar bem definido qual é a finalidade do uso dos dados. Afinal, ajuda a evitar a coleta de informações desnecessárias, que apenas irão aumentar a superfície de risco do ambiente digital da empresa.

Uma coisa é armazenar dado em cima de dado com a justificativa de que um “dia pode precisar”. Outra coisa é você realmente armazenar um volume desses de dados para dar uma experiência diferenciada ao seu cliente. Assim, o volume, os gastos com armazenamento, a gestão e governança são amarrados de maneira clara.

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Um exemplo do que “não fazer”, por outro lado, é o uso excessivo de dados por alguns dos estabelecimentos do setor farmacêutico e varejista. A própria Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) passou a intensificar a fiscalização em farmácias após identificação de coleta excessiva de informações de clientes, como CPF e endereço, que eram repassados sem o consentimento claro de cada titular.

Seja qual for o segmento de atuação, operar com alto volume de dados exige investimento de ponta a ponta desde a infraestrutura tecnológica até as ferramentas de segurança. Além disso, a empresa deve contar com profissionais especializados de cibersegurança e privacidade que poderão monitorar e prevenir os riscos de vazamento de dados ao dialogarem com todas as áreas. Se o marketing está planejando uma determinada ação de engajamento com os dados de prospecção, é importante que exista essa visibilidade dos dados para evitar incidentes.

Se organizar bem, é possível render bons frutos a partir da base de dados coletados. O desafio, que se prolonga para os próximos anos, é o “como”.

*Por Renan Bolta, Head de Marketing da NovaRed, maior conglomerado ibero-americano de cibersegurança


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