ClickBus investe R$ 15 milhões em rebranding nos 10 anos da marca Bruno Mello 4 de setembro de 2023

ClickBus investe R$ 15 milhões em rebranding nos 10 anos da marca

         

Em entrevista ao portal, CEO da marca fala sobre investimentos, futuro, IPO e mercado rodoviário brasileiro

ClickBus investe R$ 12 milhões em rebranding nos 10 anos da marca
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A ClickBus, plataforma para viajantes e viações no Brasil, completou uma década em agosto e, para marcar essa data, a marca apresentou uma nova identidade visual e tagline com o mote “Viajar muda a gente”. A empresa investiu cerca de R$ 15 milhões entre consultoria, adaptação e plano de mídia, cobrindo toda a alta sazonalidade do setor de turismo.

A estratégia para o rebranding conta também com investimento em diferentes canais, como influenciadores e social media. A nova identidade tem a assinatura da agência Ana Couto e traduz a essência e propósitos da marca, que busca viabilizar momentos únicos para transformar viajantes de forma cativante, inclusiva, inovadora e impulsionadora. A campanha é da Tech&Soul e contempla espaços na TV (aberta) com cobertura nacional, presença massiva no digital e mídia OOH nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza.

A empresa surgiu, em 2013, e revolucionou a jornada dos usuários do transporte rodoviário no país, trazendo para o modal soluções digitais, como comodidade e facilidade para os clientes e no B2B, realizou a abertura do mercado online para as viações e parceiros que atende.

Nesses 10 anos, a empresa vem apresentando resultados consistentes, com  uma taxa CAGR de 56% e tendo registrado um GMV de R$ 1.5 bi, em 2022. No setor, em dez anos, a compra de passagens online que era de menos de 2% dos viajantes saltou para cerca de 40%.

Em outros números a empresa tem 50 milhões de passagens vendidas, 10 milhões de clientes atendidos e parcerias com mais de 200 viações, oferecendo 200 mil rotas no país.

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Um dos diferenciais da plataforma é que cerca de 70 viações contam com o serviço de whitelabel e 15 rodoviárias brasileiras operam seus sites com a tecnologia da marca. O suporte de toda essa operação, está nas mãos dos mais de 250 colaboradores da ClickBus em todo o Brasil.

IPO em vista

Para o futuro, a ClickBus enxerga a possibilidade de um IPO para acelerar seu crescimento e expansão como uma das principais plataformas TravelTech do Brasil. Além disso pensa na expansão de serviços para consumidores e viações, melhorando a experiência de compra de passagens online, com aplicativos mais eficazes, recursos avançados de pesquisa e pagamentos diversificados. A marca tem também como meta a amplificação para mercados regionais e segmentos específicos do transporte rodoviário, a fim de potencializar seu alcance e influência.

A nova ClickBus estreia sua maior campanha até hoje, assinada pela Tech&Soul, na TV e no digital. A campanha, que vai ao ar nesta segunda (5), explora a ideia do “click” para aquela foto que eterniza o melhor que uma viagem pode proporcionar. Criada pela Tech and Soul, a comunicação usa o desenho da janela do ônibus como moldura para tais momentos.

O filme central destaca a transformação no modo de viajar das pessoas, com frases como “Você clica e a saudade vira um abraço” ou “Com um clique, o feriadão pode virar uma história de amor”. A assinatura “Clickbus, viajar muda a gente”, que também estará presente em peças de mídia digital e Out of Home, busca refletir como sempre há um destino certo para cada, assim como a vivência de novas experiências que despertam esse “click”.

Em entrevista ao Mundo do Marketing, CEO da ClickBus, falou sobre o mercado de transporte rodoviário brasileiro, os passos da empresa para o IPO e estratégias futuras.

Mundo do Marketing – Como a empresa enxerga hoje o mercado de transporte rodoviário brasileiro?

Phillip Klien: A compra de passagens de ônibus online para viagens de média e longa distância está se popularizando no Brasil, seguindo tendências de mercados mais desenvolvidos. A ClickBus, que é uma das líderes do setor, experimenta um crescimento notável, apenas em 2022, a empresa fechou o ano com um GVM recorde de R$ 1.5 bi e um aumento de 75% em receita líquida.

O setor de transporte rodoviário passou por uma transformação significativa nos últimos anos, impulsionada pela digitalização e por fatores econômicos. Com uma ampla cobertura que alcança todo o Brasil, a ClickBus se destacou como uma alternativa viável, especialmente em um momento de redução da malha aérea e aumento da importância do turismo interno.

Essa mudança também afetou o perfil dos consumidores, com os ônibus convencionais e executivos liderando o mercado de transporte rodoviário. Neste cenário, a ClickBus desempenhou um papel fundamental ao tornar mais acessível essa opção de transporte, contribuindo para a expansão e modernização do mercado de viagens de ônibus no Brasil. Outro fator que tem impulsionado o setor são os crescentes investimentos do mercado na modernização de sua frota e em oferecer serviços mais premium aos usuários. Hoje o setor conta com ônibus luxuosos e com diversos serviços que chegaram para atender um novo consumidor muito mais exigente.

Além disso, enxergamos que o mercado tem uma enorme possibilidade de crescimento. Como empresa, queremos trazer ainda mais eficiência para o mercado investindo cada  vez mais em tecnologia e dados para impulsionar ainda mais o setor.

Mundo do Marketing – Quais são os passos da empresa para conseguir um IPO?

Phillip Klien: Queremos ser a sinônimo de marca do rodoviário, atuando de forma que melhore a experiência e a jornada tanto dos nossos clientes quanto dos nossos parceiros. Nós estamos investindo em governança corporativa e na entrega de resultados. Queremos ser cada vez mais um negócio rentável, saudável e uma empresa transparente e próxima ao mercado. O IPO, no entanto, é uma opção que podemos considerar no futuro, um plano para médio e longo prazo, mas as boas práticas de mercado nos ajudam a fortalecer a empresa e por isso já as adotamos

Mundo do Marketing – Quais os maiores desafios que a empresa passou nesses 10 anos e o que ficou de lição?

Phillip Klien: O nosso maior desafio ainda é a questão da mudança de hábito, hoje ainda dois terços das vendas de passagens rodoviárias são vendidas offline. Estamos trabalhando para mostrar cada vez mais os benefícios da compra online, tendo em vista que nela há benefícios tanto para o cliente quanto para as viações. Para o cliente ele garante o melhor preço, além de poder se planejar melhor e para as viações há uma melhor gestão das frotas.

Ao longo dessa década, nosso foco sempre foi no Bus, com isso dedicamos todos os nossos esforços no desenvolvimento digital do modal. Quando iniciamos a nossa operação em 2013, pouco menos de 2% de todas as vendas do setor eram feitas no online, hoje já estamos com uma representatividade próxima de 35%. O nosso grande desafio foi trazer esse público que já estava super acostumado com a rodoviária para o mercado digital, tivemos que apresentar esse universo para eles, e mostrar muito valor, para isso foram diversas iniciativas que focaram muito em resolver as dores desse consumidor. Além de apresentar em um único só canal todas as opções de passagens, trouxemos facilidade no pagamento, investimos junto com o mercado no e-ticket para facilitar ainda mais o embarque e agora nossa missão será assumir ainda mais a responsabilidade na jornada do começo ao fim para gerar fidelidade.

Também focamos em aprimorar o ecossistema tecnológico deste mercado. Inicialmente, atuando como um marketplace de passagens de ônibus online em todo o país, expandimos nossos serviços, hoje contamos com soluções para as empresas que querem estar presentes digitalmente. Além de poderem vender diretamente na nossa OTA, eles podem criar seu próprio site com a nossa solução White Label e também podem se conectar a todo nosso inventário por meio do nosso GDS

Hoje, fazemos parte da jornada do viajante, conectando todo o ecossistema para impulsionar o modal trazendo facilidade, segurança e inovação. Dessa forma, fortalecemos nossa relação com os viajantes, para que, em cada trajeto, eles levem boas histórias para compartilhar.

Mundo do Marketing – O que podemos esperar para os próximos 10 anos?

Phillip Klien: Nós nos vemos como um dos principais agentes para poder trazer tecnologia e melhorar a indústria como um todo. Tanto na eficiência do modal quanto em incentivar o nosso propósito, permitindo que as pessoas possam fazer mais viagens e tenham mais experiências, com menor impacto ambiental e que as empresas possam ganhar mais. Além de ser um dos principais incentivadores de inovação no mercado rodoviário utilizando tecnologia de ponta.

Para o futuro, também vislumbramos que o mercado online de passagens rodoviárias chegue em uma capilaridade de 80%. Olhando para o negócio, nosso foco será sempre o ônibus e em como aprimorar ainda mais a experiência do consumidor do modal, tornando ela a mais fluida e digital possível. Também enxergamos a oportunidade de realizar um IPO como meio de impulsionar seu crescimento e expansão, consolidando sua posição como uma das principais plataformas de TravelTech no Brasil. Isso inclui  o uso de dados para  melhoria da experiência de compra de passagens online por meio de aplicativos mais eficazes, recursos de pesquisa avançados e opções de pagamento diversificadas. A empresa também estabeleceu como objetivo estender sua presença para mercados regionais e nichos específicos no setor de transporte rodoviário, com o intuito de ampliar seu alcance e influência.

Estamos investindo  constantemente em tecnologia, desempenhando um papel central na promoção da digitalização deste setor. Isso é evidenciado pela migração de tecnologia dos aplicativos nativos para a plataforma Flutter e pela transição da plataforma de atendimento para a Zendesk. Essas mudanças contribuíram significativamente para a modernização e padronização do aplicativo da empresa e do atendimento ao cliente. Além disso, a ClickBus foi pioneira na integração da Carteira do Google e, mais recentemente, na disponibilização de passagens de ônibus no Google Viagens.

Leia também: Rebranding: como lidar com essa estratégia quando o público alvo não é quem paga a conta?


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